_Amor, acorda!_ A voz de arthur me despertou, eram aproximadamente seis e vinte da manhã. Ele estava aflito, segurava o bebê em seus braços, fiquei assustada com a cena.
_O que há?_ Questionei, tomando o bebê em meus braços. Estava meio tonta, sonolenta e faminta. O bebê estava com muita febre, ele chorava freneticamente, comecei a chorar junto._O que faremos?_ Indaguei, esperando que Arthur tivesse a resposta, estava feliz que ele estivesse ali.
_Fica calma, vamos leva-lo para o hospital._ Ele nos abraçou, o que foi reconfortante. Contive meu choro, arrumei meus cabelos, peguei a bolsa do bebê e entrei no elevador rapidamente com Arthur.
Ficamos em silêncio no carro, estava me sentindo culpada, eu tinha transado com outro cara. Arthur segurava minha mão com intuito de me acalmar. Chegamos ao hospital, preenchemos a papelada e entramos, o pediatra do bebê veio examina-lo, meu coração estava tão apertado, o bebê chorava tanto, não suportava assistir aquilo, arthur me abraçava, o que de fato me deixava mais calma e culpada. Talvez, aquilo fosse um castigo pelo fato de eu ter traído meu marido.
_Então doutor, é grave?_ Perguntei, com medo da resposta. Meu marido segurou minha mão.
_Não é grave, ele só tem uma inflamação leve na garganta, vou receitar alguns remédios e logo ficará bem._ Respondeu o médico, acalmando o meu coração, que voltava a bater no ritmo normal. Só de pensar em perder o meu filho, surtava, ele sem dúvidas era a pessoa que eu mais amava nesse mundo.
Naquele momento, tomei uma decisão, iria me separar de Arthur, não porque ele tinha feito algo errado, mas, pelo fato de não querer o meu filho crescendo em um ambiente de mentiras, um pai e uma mãe que apenas se suportam por causa dele não era um bom exemplo. E se ele não conseguisse acreditar no amor, já que seus pais não se amavam. Todo esse tempo estivesse pensando que continuar casada era o melhor para o bebê, mas, não era, com certeza não, ele não seria protegido dessa maneira, pelo contrário estava sendo exposto a uma situação insustentável.
O neném foi liberado, chegamos em casa por volta das treze e meia, Arthur anunciou que iria para o escritório, pois, havia muito trabalho acumulado e como o bebê estava bem não havia com o que se preocupar. Coloquei nosso filho no berço, ele dormia tão lindamente, saí do quarto devagar para não acorda-lo. Antes que Arthur pudesse sair fui até ele.
_Precisamos conversar!_ Exclamei. Ele ficou surpreso com minha expressão. Sentamos na cama, olhei atentamente para os seus olhos e confessei os meus pecados, tentando manter o tom de voz calmo. Ele levantou, levou as mãos a cabeça e pude ver a raiva brotar nos seus olhos.
_Você me traiu com o Liam, você transou com ele?_ Gritou, o que me fez temer. _Você é uma vagabunda, trabalho a semana inteira para sustentar nossa família e quando estou dormindo cansado você fode com outro?_ Ele chacoalhava as mãos freneticamente, estava transtornado, foi quando senti o primeiro tapa em meu rosto, continuei sentada, não conseguia me mover, as lágrimas banharam meu rosto, as agressões continuaram, tapas, socos e empurrões enquanto entonava firmemente como um mantra a palavra "vagabunda". Foi quando a campainha tocou, continuei na cama, encolhida de dor, ele não abriu. Depois do quarto toque desistiram, eu não conseguia gritar, estava paralisada de medo, mas, pelo menos as agressões cessaram.
Arthur foi para o banheiro, tomou banho, vestiu-se de maneira elegante e saiu. Levantei com dificuldade, o bebê chorava, o peguei em meus braços, todo meu corpo estava dolorido, havia sangue no canto esquerdo da minha boca, amamentei o bebê, ele estava agitado como se pudesse entender minha dor, mas, isso era impossível. Administrei as doses recomendadas pelo médico do remédio para o bebê, ele permaneceu quieto no berço, fui até o banheiro, chorei desesperadamente ao ver todo o meu rosto desfigurado, hematomas nos olhos, algumas falhas no meu cabelo, pois, ele havia puxado até arrancar. Tomei banho, fiquei horas no chuveiro, olhando para o sangue que escorria pelo chão, vesti uma roupa leve, fiz uns curativos e peguei o telefone, liguei para os meus pais, mas, não tive coragem de falar sobre as agressões, conversei por horas com minha mãe, disse que estava com problemas no casamento, sem especificar obviamente, mencionei a separação, estava realmente disposta, porém, precisava de um local para ir, necessitava de apoio. Todavia, não o tive, minha mãe falou que não existe casamento perfeito, que os homens costumam trair, mas, nós mulheres precisamos ser fortes para manter nosso lar de pé. Desliguei o telefone, chorei novamente, coloquei o bebê ao meu lado na cama, ele ssorria, como se tentasse fazer com que me sentisse melhor.
VOCÊ ESTÁ LENDO
361° As Faces De Aurora
RomanceVocê já olhou para o céu e percebeu a sua insignificância hoje? Eu sim. É estranhamente inquietante saber que sou apenas um ponto em vasto e desconhecido universo. E se eu for apenas uma bactéria, o universo um corpo e a terra não passar de uma...