Frozen: A BNHA Version

O Filho Do Cortador De Gelo

Fuyumi acordou bem cedo naquela manhã. Correu o mais rápido que pôde até o quarto de seu irmão e bateu três vezes na porta. Era inverno, e a garota sempre tentava convencer o irmão à sair do quarto nessa época do ano.

Você quer brincar na neve?
Um boneco quer fazer?
Você podia me ouvir
E a porta abrir
Está na hora de sair

Nós não éramos muitos próximos
Talvez pudéssemos
Nos dar bem

Você quer brincar na neve?
Eu te ensino à fazer um boneco

- Vai embora, Fuyumi.

- Tudo bem...

Você quer brincar na neve?
De alguma coisa que eu não sei
Faz tempo que não vejo mais ninguém
Do papai já enjoei

- Firme aí, Natsuo?

É meio solitário
Tão vazio assim
Só vendo o Endeavor surtar

Shoto, por favor me escuta
Todos perguntam sem parar
E me encorajam à te convencer
Mas espero por você
Me deixa entrar

Só temos um ao outro
O que vamos fazer?
Temos que decidir
Você quer brincar na neve?

Após ser deixada sem resposta pela centésima vez, Fuyumi se desencosta da porta e vai tomar seu café da manhã.

No entando, esta não sabia que do outro lado da porta, lágrimas grossas escorriam pelo rosto do mais novo. Este queria poder sair e dar um abraço apertado em sua irmã, mas tinha muito medo. Medo das loucuras de seu pai. Medo de encarar sua mãe nos olhos...

Porém, pela primeira vez em tantos invernos, Shoto avistou algo através da janela. Algo que lhe chamou a atenção. Lá em baixo, um garotinho de cabelos verdes brincava alegremente com sua pequena rena. Ficou o observando por um tempo, quando este foi chamado por um homem alto de cabelos loiros e bem forte. Era um cortador de gelo. Junto dele, o menino e sua rena partiram.

Shoto estava interessado pelo garotinho (que aparentava ter a mesma idade de si). Este era pequeno e fraco, mas muito alegre. O bicolor não o compreendia. Desde cedo foi ensinado que os fracos não prosperam. Que não tinham futuro. Mas desde quando ele seguia a mesma ideologia que seu pai?

Os anos foram passando. Fuyumi já não batia na porta, a desanimava saber que o seu irmão sofria, mas não cogitava abrir a porta. Nem mesmo no inverno. Shoto estava tão frio por dentro quanto por fora. Não conseguia conter direito seus poderes, que se tornaram um fardo para si,conforme o tempo passava se sentia mais infeliz dentro da mesma rotina . E com ele preso nesta monotonia cinza, uma coisa mudava gradualmente. Todo inverno, observava o filho daquele cortador de gelo. Ele e sua pequena - que já não era tão pequena assim- rena passavam por lá todas as manhãs de inverno, a alegria do garoto aquecia teu coração por poucos momentos ele se sentia completo.

Shoto pôde perceber bem como o esverdeado mudou. Antes este era fraco, mas passado é passado. A vida de cortador de gelo lhe presenteou com uma grande massa muscular. Cortar gelo não era uma tarefa fácil. A evolução do físico daquele garotinho mostrava bem isso. Se ele estava assim só com alguns anos de serviço, quanto tempo que seu pai trabalhou para ficar daquele jeito? Mas isso era detalhe. O bicolor só pensava em uma coisa, ou melhor, em alguém: O esverdeado.