08 | U m P a r D e D a n ç a

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Três coisas passaram pela minha cabeça ao ver Alex da maneira como estava a minha frente – desde o rosto marcado por lágrimas grossas até o modo como ela se encolhia contra o box de vidro, afastando-se de Deus sabe quem estivesse atrás dela. Primeiro, seja lá o que tinha acontecido, meus sentidos gritavam que aquilo requeria minha atenção máxima e não era nada com o qual eu estava costumado a lidar. Segundo, aquilo serviu para eu me lembrar de que Alex ainda era jovem, mais nova do que eu; era frágil, mesmo por trás de toda aquela máscara dura e fria. E terceiro: fosse quem fosse que estivesse atrás dela, eu iria protegê-la.

     — Tout ira bien. — sussurrei para Alex.

     Beijei sua testa carinhosamente e tentei dar um jeito de arrumar seus longos cabelos molhados. Levantei-me rápido e fui em direção à porta com passos firmes. Assim que abri uma fresta, levantei minha jaqueta e retirei um revólver que estava preso ali. Peguei-o com firmeza e apontei para cima. Depois fui para fora, fechando a porta do banheiro com um baque.

     Ouvi um barulho na cozinha. Colei minhas costas contra a parede e fui caminhando até o outro cômodo. Passei pela parede colorida de gesso que separava a sala e o banheiro. Assim que passei dela, no entanto, já não havia mais jeito de me esconder. Afinal, era um loft. Fechei os olhos com força e murmurei alguns palavrões baixos. Depois, puxando o ar, virei-me para atirar.

     Eu nunca tinha atirado em alguém antes, minhas experiências sempre aconteciam com animais na época de caçada em que meu pai obrigava eu e meus irmãos a irmos com ele. Então, me dei conta de que não era tão diferente. Aqueles caras me veriam como um animal. Alex e eu éramos a caça, eles eram o caçador.

     O tiro bateu na janela da cozinha, quebrando-a em milhares de pedaços. E foi aí que eu vi o homem. Era alto e seu porte dizia que não precisava de muito para matar alguém. Na hora, ele levantou a arma na altura dos olhos e mirou na minha direção com extrema rapidez, mal me dando tempo para pensar no que fazer. Saltei para o outro lado da sala, caindo sobre meus joelhos. O tiro foi para a minha direita, rasgando o tecido do sofá de Alex.

     Dessa forma, deslizei no chão por conta dos jeans e fechei um olho, mirando nas pernas do homem. Entretanto, ele saltou e rolou pelo chão do loft. E quando eu pensei que fosse se demorar a levantar, encontrei uma resposta totalmente diferente. O invasor se ergueu com rapidez, assim como sua arma mirou novamente em direção. E daquela vez, eu senti o barulho da bala passando rente ao meu ouvido.

     Três tiros.

     Agachei-me o mais rápido possível, dobrando minhas pernas e deslizando por baixo do balcão de pedra da cozinha. E, de repente, minha arma não estava mais na minha mão, tinha deslizado para o lado. Enquanto isso, o chiado dos tiros zunia em meus ouvidos fortemente.

     Fechando uma das mãos em um punho, parti para cima do homem no momento em que alcançou o balcão. Peguei-o pela cintura e levantei-o do chão, fazendo menção de derrubá-lo enquanto deslizava há pelo menos dois metros de distância no chão do loft. Ele largou sua arma com a surpresa e se virou sobre os ombros. Na hora, senti uma dormência começar do lado esquerdo do meu rosto e vibrar até o outro lado, dando um abalo na minha mandíbula. E da mesma forma que ele me socou, revidei duas vezes mais.

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