Capítulo único.

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E mais uma vez Izaya estava entediado,era um dia chuvoso,não havia nada naquele apartamento que pudesse acabar com seu tédio,ele adorava observar seus queridos humanos,sempre tão previsíveis,mas quem seria o louco de ficar na rua durante aquela chuva?
O moreno suspirou impaciente,e se pôs a andar de um lado para o outro,se perguntando o porque de ser assim e ficar entediado tão facilmente,até que teve mais uma de suas idéias mirabolantes,o que seria melhor para acabar com o tédio do que fazer uma visitinha ao seu querido Shizu chan?
Talvez já fosse a hora de admitir que só pensava nele,a maioria dos pensamentos não eram muito bons mas tudo bem.
O que o homem mais forte de Ikebukuro estaria fazendo agora?
Izaya abriu seu guarda-chuva,já do lado de fora,a essa altura se perguntava se havia ficado louco,o que diabos estava fazendo? Mas de fato não houve um dia em que realmente foi normal,e definitivamente não tinha nada a perder.
Por ironia do destino,avistou mais ao longe exatamente quem procurava, Shizuo caminhava em passos lentos,com as mãos nos bolsos,usando suas típicas roupas de barmen,
os cabelos loiros já estavam molhados,pois ele não usava guarda-chuva algum,e em sua face havia uma expressão nada convidativa.
O loiro logo passou para o outro lado da rua ao ver Izaya em sua frente,fazendo o moreno se questionar se era realmente tão detestável assim.
- Shizu chan,o que está fazendo na chuva a uma hora dessas? Perguntou, enquanto o observava se afastar.
Shizuo se virou,ainda com a expressão carrancuda no rosto,a qual só piorou ao ver o sorriso cínico de Izaya.
- pulga,hoje não estou de bom humor, não me estresse.
"Como se você fosse capaz de ficar de bom humor",o moreno pensou,mas não desistiria tão fácil,afinal estava apenas começando.

Uma hora depois:
- Izaaaaaaaya! O loiro gritava, enquanto corria atrás de seu maior inimigo,com uma placa de trânsito em mãos. - dessa vez você não escapa, pulga maldita.
Izaya apenas deu risada,era divertido ser perseguido pelo homem mais forte de Ikebukuro,isso o fazia sentir vivo e completo.
- o que eu faria sem você,Shizu chan? Perguntou ao adentrar um beco sem saída,deixando o outro confuso.
- hum? Por acaso está se declarando agora,maldito?
O moreno riu,precisava confessar que sim,pensava nessa possibilidade,não era algo completamente impossível.
- ainda não,você gostaria que eu me declarasse,Shizu chan?
O loiro revirou os olhos,deixando de lado a placa de trânsito que carregava,e começando a estalar os dedos.
- não mesmo,só quero que você desapareça.
- credo Shizu chan! Izaya fingiu estar ofendido. - desse jeito você me deixa magoado,por acaso vai dizer que não pensa em mim o dia inteiro?
Shizuo o olhou,confuso,o que diabos aquela pulga estava falando?
- hum? Você está bêbado?
O moreno abriu a boca para responder,provavelmente iria fazer mais uma de suas provocações,ou soltar uma frase cheia de sarcasmo, mas o loiro já se afastava novamente.
- ei,aonde está indo?
- cala a boca! Shizuo exclamou. - já estou cansado disso pulga,vou pra casa.
Izaya bufou como uma criança mimada,e resolveu ir para casa também,a chuva já havia passado há um bom tempo,e a caminhada de volta até o apartamento o faria bem.
"Como sempre não consigo prever esse monstro",pensou,já quase na porta de casa,"pelo menos consegui aliviar meu tédio por um tempo".

Uma semana depois:
Shizuo tentava controlar sua raiva,uma tarefa praticamente impossível,tentava controlar sua força,algo mais impossível ainda,mas o que podia fazer? Não queria mais ferir ninguém,o único que podia ser páreo para o homem mais forte de Ikebukuro era Izaya,o maldito Izaya.
O loiro fechou o punho ao se lembrar do informante,o odiava,mas por incrível que pareça não conseguia pensar em outra coisa que não fosse ele.
"Eu devo ter algum problema",
pensou,enquanto acendia um cigarro e se dirgia para o trabalho.
A rotina era cansativa e trabalhosa,ao chegar em casa,já tarde da noite, Shizuo abriu a porta,se perguntando o que estaria acontecendo,há muito tempo não tinha tanta paz assim, Izaya andava sumido.
"Não posso estar sentindo saudade daquela pulga maldita,não é possível",ele pensou,pouco antes de pegar no sono.

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