o maldito amor próprio

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quando nos conhecemos tu era egocêntrica, passava —eu acredito que possivelmente ainda passa — horas e horas falando o quanto se amava. o "amor próprio".

tu também falava que me amava, que eu era a sua cara metade, o pedaço que faltava em você. dizia que não precisava de ninguém, que era auto-suficiente. mas incrivelmente você sempre voltava, e eu já não fazia mais questão alguma da sua volta, eu sabia que você um dia se iria, e também sabia que um dia também iria voltar. tu era assim. tola e passageira.

você trazia consigo o arrependimento de ter voltado para o idiota do cara que tu diz que gosta, junto com qualquer vinho barato que você achou em um posto qualquer no meio do caminho até mim. um dos seus pontos fortes é que tu sempre foi boa em mentir, como por exemplo, quando mentiu descaradamente dizendo que voltou por saudade quando na verdade voltou porque ele —o cara no qual você adora dizer que é melhor que eu, e não que eu seja— lhe deu um pé na bunda por outra mulher qualquer, como já fez várias vezes.

você procurava nele aquilo que você idealizava como "homem perfeito", mas ele não era e estava óbvio isso. tu é cega? ninguém é perfeito e todos sabemos disso, mas você deveria ao menos procurar alguém que no mínino te dá respeito, tu também deveria parar de tentar achar amor onde não tem.

— por que voltou?— perguntei enquanto tragava mais uma vez o cigarro. eu já sabia tanto quanto o motivo quanto a resposta.

— saudade—é mesmo? você deu mais um gole no vinho barato e possivelmente estragado, e não olhou nos meu olhos.

mas tu não precisava não olhar nos meus olhos para eu saber que era mentira, na verdade eu nem sabia o porquê que eu perguntava isso, era perda de tempo, como isso que tínhamos era [e eu nem sei o que tínhamos].

mas o seu maior erro foi achar que eu te receberia de braços abertos sempre que tu viesse ao meu encontro. eu cansei, cansei de esperar por você de uma forma verdadeira, de corpo e alma, cansei de esperar honestidade de ti.

nesse dia eu te deixei para trás, com o seu "arrependimento", vinho barato e tudo o que eu possivelmente sentia por você [o que acho que não era muito]. nesse dia —não apenas nesse— eu também soube que tu era uma bela de uma hipócrita e mentirosa

nós temos mais em comum do que pensei, amor.

                                                                 

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chame do que quiser, mas isso é idioticeOnde histórias criam vida. Descubra agora