11 | V o l ú p i a I n o c e n t e

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Azul contra azul.

     Os olhos das duas mulheres à minha frente não passavam nada além de frieza e compreensão. Palavras silenciosas foram trocadas e eu não soube dizer quem tinha a pior expressão, eu ou elas. As sobrancelhas de Dominique se estreitaram, naquele gesto que ela sempre fazia quando desgostava de algo. Mas Alex permaneceu inexpressiva, colocando a máscara fria novamente.

     — Como se conheceram?

     Um silêncio durou após minha pergunta.

     — Dominique gosta de mexer com flores, Adrien. — respondeu Alex em tom baixo e mortal — Ela é colaboradora de órgãos filantrópicos, sempre deixando rosas pretas nas janelas de jovens deprimidas. Não é mesmo?

     E assim que os olhos azuis da Alex pousaram em mim, a compreensão me abateu de tal jeito que dei um passo para trás, como se pudesse me afastar daquelas respostas que não queria ouvir. Fiquei atordoado ao compreender que Dominique também trabalhava com a Alexandra. Um ponto de raiva despontou do fundo do meu estômago. Por que todas as mulheres que rodeavam a minha vida tinham que trabalhar com algo tão perigoso e vil? Alex, Lílian, Dominique! Se eu tivesse azar, até mesmo minha mãe poderia ter trabalhado com isso!

     Irritado tanto quanto Alex e movido pelo pouco álcool que tinha ingerido, ignorei minha madrasta e puxei Alex para perto de mim.

     — Não vai nos apresentar? — perguntou com a voz grave.

     Meu pai estava na ponta da mesa. Sua barba estava aparada no limite da mandíbula forte e ele vestia um terno cinza. Ao seu lado, estava a minha madrasta, com um elegante vestido azul marinho com fitas prateadas. E do outro lado da mesa, lado a lado, estavam os meus irmãos. Eu estava pouco me fodendo para o fato da presença deles naquele jantar. Só o pensamento de eles terem me abandonado, trazia náuseas. As cicatrizes que eu tinha nas costas por conta dos cintos, ou mesmo nos braços e nas mãos, mostravam isso.

     — Ela é minha amiga. Alexandra. — respondi rápido — Vamos comer?

     Puxei a cadeira para Alex e depois me sentei ao seu lado. Embaixo da mesa, ela estendeu a mão na minha direção. Meio confuso, percebi que ela tremia. Então, tomei sua mão entre as minhas ao me lembrar do seu desconforto em um lugar tão amplo e com três homens grandes e desconhecidos.

     O que tinha acontecido para isso se tornar algo tão incômodo?

     — Alexandra.— murmurou meu pai, apreciando o nome. Odiei a forma como falou — Essa é bem diferente da última, Adrien.

     Travei a mandíbula. Nunca iria mudar. Ele não falava o nome da Lílian e nem se compadecia em saber que ela tinha sido morta. Para ele, ela era igual a mim: uma drogada e tatuada que estava pouco se fodendo para a vida.

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