𝓘𝓷𝓭𝓲𝓼𝓹𝓸𝓼𝓽𝓸 𝓹𝓪𝓻𝓪 𝓿𝓲𝓿𝓮𝓻

Perdido no seu mundinho.

Lan Xichen acordou, tinha olheiras pesadas pelas noites mal dormidas, mas não importava.

Ele havia entregado a seita a seu tio por tempo indeterminado, simplesmente fugindo, isolando-se do mundo.

Lan Xichen encontrou uma nova paixão, uma forma de viver longe e esquecer até de si mesmo.

E pôs-se a ler, incansavelmente, esquecendo-se até de comer, rindo sozinho, reclamando sobre  como não mudou seu destino como os vários protagonistas com um mágico dedo de ouro e, principalmente, sentindo uma indisposição enorme de viver.

Aos sábados, tocava músicas que ele mesmo compôs, aos domingos via a chuva cair, lembrando da sua tríade venerada.

Lembrando-se dos sorrisos escassos de Mingjue, dos três juntos, mesmo que de forma não harmoniosa.

Ainda sim, Xichen sentia cada vez mais uma indisposição enorme de sair de casa, isolando-se, vivendo feliz, e, ainda sim, infeliz.

Indisposto demais para lidar com os problemas da seita.

Ainda sim, estranhamente disposto a cuidar de Huaisang do mesmo jeito que Mingjue fazia.

Indisposto a sair de casa e cultivar corretamente.

Ainda sim, estranhamente disposto a conseguir  realizar tudo o que Meng yao não conseguiu.

Não havia nada que ele pudesse fazer para seu coração bater só um pouquinho melhor?

Xichen se perdeu no seu mundinho, e ele não estava infeliz

pelo contrário.

Xichen respirou, pela primeira vez, um ar puro, livre das limitações da sua seita.

Sua vida foi uma merda, mas ele teve muitas bênçãos.

Quando ele era mais novo, sempre reconciliando Guangyao e Mingjue.

Xichen finalmente pôde ser tudo o que não poderia ser com sua tríade, com suas responsabilidades.

Mas ainda sim, sozinho, não que ele nunca tivesse estado só antes, é só que ele simplesmente estava indisposto a ficar só, desde que já conseguiu uma companhia.

Indisposto para viver, ainda sim, não disposto a morrer.