O dia começa cedo para Lisa Button, nem sempre começou cedo, mas desde que o marido partiu para a Segunda Guerra Mundial e nunca mais voltou, Lisa sempre acorda as 5 da manhã com a fútil esperança de receber uma carta de seu marido dizendo "Eu estou bem, logo voltarei para casa meu amor!" mesmo já sabendo que ele não está mais vivo. Como ela é uma senhora um tanto solitária todos os vizinhos tem um carinho especial por ela.
- Já são 7:13, novamente nenhuma notícia dele... Quem eu quero enganar? Não há mais ninguém aqui comigo, eu tenho que aceitar, infelizmente ele se foi. - diz Lisa com miseráveis lagrimas escorrendo em seu rosto.
Olhando para a janela, com a vista um pouco embaçada ela percebe uma criança andando na rua, parecia assustada, rapidamente Lisa vai até a porta para perguntar à criança se ela estava perdida. Quando abriu a porta, com a vista menos embaçada, percebeu que aquela criança era o filho dos Relish e ficou bastante preocupada, com uma voz doce e suave gritou para Theo:
-EI THEO! VENHA AQUI QUERIDO.
Theo desnorteadamente olha para os lados procurando de onde virá os gritos, quando percebe quem foi, rapidamente vai até ela, o rosto dele estava meio inchado, era como se tivesse chorado por horas, preocupada a Lisa pergunta:
- O que houve querido? Cadê seus pais? Você esta bem? - perguntou Lisa enquanto acariciava docilmente a cabeça de Theo.
-ME-EE-U-S P-p-A-I-S N-Ããã-o-O A-Cor-D-D-A-m -dizia soluçando Theo enquanto lentamente voltava a chorar.
Confusa porém entendendo a situação, Lisa percebe q a roupa de Theo está um pouco manchada de um certo vermelho, um vermelho expressivo por si só. Rapidamente Lisa vai correndo para dentro de casa, tropeça no carpete enquanto estava correndo até a sala de estar, bate a cabeça que sangra um pouco, porém, ela levanta e continua o caminho até o telefone, chegando nele liga para a emergência sem pestanejar, ela disca rapidamente o número e diz de uma forma muito rápida para a atendente:
-TEM UMA CRIANÇA COM A ROUPA SUJA DE SANGUE DIZENDO QUE OS PAIS NÃO QUEREM MAIS ACORDAR! MANDE ALGUMA AMBULÂNCIA RÁPIDO! O ENDEREÇO É AVENIDA OCEAN Nº 112
- Calme senhora, preciso de mais informações, se acalme e diga se foi um acidente ou um homicídio - disse a atendente um pouco receosa porém a par do que pode ter acontecido.
- Eu não sei, por favor, apenas mande alguém rápido! - retrucou Lisa desesperada
- Estou mandando uma viatura, aguarde-a na porta do local por favor!
Cinco minutos após o telefonema aparece a viatura para averiguar a situação e acalmar a assustada moradora da vizinhança. Os policiais conseguem perceber que não vão conseguir nenhuma informação perguntando para a mulher ou a criança o que houve. Então decidem entrar na casa. Se aproximando da residência era perceptível a porta aberta, então lentamente o policial continua se aproximando da casa até chegar perto da porta, onde ele consegue ver claramente uma mulher eviscerada no chão próxima da televisão que ainda estava ligada. Um pouco próximo do corpo havia outro, o de um homem aparentemente estava com marca de cortes nas costas. O policial com vontade de vomitar saiu rapidamente da casa e pediu uma ambulância.
A mulher já parecia mais calma, enquanto os policiais entraram na casa ela conversou por algum momento com a criança, mesmo sendo uma pequena e inocente criança que acabou de perder os pais, ele deve ter usado as palavras certas, pensou o policial consigo mesmo. Depois que a ambulância chegou, tanto o pequeno Theo quanto Lisa foram encaminhados para a delegacia para fazer o depoimento do que eles haviam presenciado. Depois de serem liberados os tios de Theo, irmã da Sra. Relish e seu esposo já haviam comprado as passagens de Theo para ele ir ao Canadá e ser criado por eles até alcançar sua fase independente. Antes de sair da delegacia, Theo sussurrou umas ultimas palavras no ouvido de Lisa, talvez tenha sido uma mensagem de despedida, um agradecimento pela ajuda talvez, Lisa parece que ficou bastante tocada pelas palavras, tanto que ela começou a chorar.
Mais tarde naquele mesmo dia, provavelmente Theo já estavaa no avião a caminho do Canadá, a Avenida Ocean estava silenciosa, mais do que no dia passado, Lisa estava triste, deprimida, angustiada, não queria ter que aguentar mais nada, não precisava nem escrever uma carta de despedida, pois não havia ninguém importante pra ela vivo, ela apenas tomou coragem, improvisou uma corda no teto e se enforcou. Ela não queria mais, ela não aguentava mais viver naquele mundo infeliz e impuro.
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O Órfão
Mystery / ThrillerTheo tinha 6 anos quando perdeu seus país em um assassinato misterioso dentro de sua casa. Desde então, mora com seus tios em uma pequena cidade no interior do Canadá. Próximo ao seu aniversário de 18 anos, perde seus tios em um acidente de transito...