uma visão perfeita de tudo

sábados..

July.. July.. abro os olhos que ardiam com a claridade da janela.
Querida vai se atrasar, fala a mame..
Sento-me na cama e estico meus braços.. era uma sensação estranha, aquela que você mal abre os olhos e eles já pesam para chorar, o estranho é que eu não tinha motivos concretos para chorar, tinha uma vida boa, mãe irmã.. meu pai havia morrido num acidente de carro, mas não era muito apegada a ele..
Sento a mesa e pego uma pequena xícara de café..
-quer que eu te leve a escola hoje ?? Pergunta a mamãe .
Ir no ônibus da escola era horrível, muita gente pouco espaço, e essa muita gente era irritante , mas pior que ir naquele ônibus era ir no mesmo carro que a mamãe e a Alice "minha irmã" elas iam conversando coisas que.. bom , coisas idiotas , idiotas do tipo (porque elas conversam sobre isso na minha frente ) .

Então lá estava eu enfrente minha casa escorada na madeira gelada ..e de longe avisto o ônibus vindo..
E o filho da mãe do motorista passa direto de minha casa e mais uma vez lá vou eu correndo chamando a atenção do ônibus.
Sento do lado esquerdo e o sol que nascia batia nos meus olhos e não percebo que o Allan havia sentado do meu lado ..
-bom dia July , fala
-ah.. oi Allan
Falo de olhos fechados e fazendo careta..
-se preparou para a prova ?
"Drogaaaaaa prova ??" Não Sabia de prova nenhuma.. eu era muito desatenta , os professores quase sempre ligavam para a mamãe falando da minha excelente pessoa .
-aaah.. mas é claro que estudei . Falo sorrindo e olhando para a frente
-eu não.. fala o Allan meio cabisbaixo ..
Allan era um garoto legal, era o único garoto que falava comigo , na verdade a única pessoa que falava comigo naquela escola, as outras pessoas apenas me zoavam , mas Allan não sei porque falava comigo " e ele era um cara bonito , bonito do tipo gato" ele tinha amizades estranhas , fora a minha.. Allan morara no mesmo bairro que o meu, mas nunca havia me visitado, na verdade nós nem nos conhecíamos bem, ele nunca perguntava nada de mim e nem eu perguntava nada a ele..
Entro na sala de aulas atrás do Allan , tropeço no cesto de lixo e é bato forte nas costas de Allan
-droga .. July , da pra chamar menos atenção ?? . Fala Allan rindo , mesmo com todo aquela humor a sala inteira ainda estava olhando para mim com cara de deboche velho que merda sento na carteira e Allan senta do meu lado como todos os dias ..
A professora entra na sala e nem Nos comprimentou , entregou as provas e disse " boa sorte", eu realmente precisaria..

Como fizemos prova , fomos liberado cedo , do lado de fora da escola espero o Allan que estava conversando com uma menina peituda que supostamente estava tentando seduzilo , mas o Allan estava desconfortado , percebi pelos seus ombros que mexia direto ..
-aquela garota é chata pra carvalho.. fala o Allan ao chegar ao meu lado.. dou um sorriso e começamos a andar, fiquei com vergonha de perguntar se íamos de ônibus ou a pé mesmo , era umpouco longe e eu nunca tinha visto os pais do Allan buscá-lo na escola, e eu não iria ligar para minha mãe em hipótese alguma , ela iria fazer eu perder o único amigo que eu tinha com as perguntas estranhas dela..
Sentia um desespero horrível em andar ao lado de Allan e não conversamos nada, mas olho para ele é percebo que ele parecia distante daquilo ali, ele parecia pensar em coisas novas, coisas legais de verdade..
-já se apaixonou July ?
Engasgo e olho para ele que ria de mim .. não sabia nem ao certo oque era paixão
-acho que não, Allan .. mas porque a pergunta ?? Falo olhando para ele
-porque acho que.. estou apaixonado .. Allan fala meio sorrindo . Enquanto eu o olhava tropeço numa pedra e sem jeito fico com os joelhos no chão, Allan se aproxima para ajudar mas me levanto antes.. oque falar, oque falar.. -nossa não sei como alguém que olha tanto para o chão tropeça tanto. Fala o Allan sorrindo e me ajudando a juntar os livros
-sou bastante desastrada, deve ser por isso que ninguém nunca vai se apaixonar por mim. Falo ainda sorrindo sem graça.. percebo meus joelhos sangrando as calças rasgaram, limpo sem deixar o Allan ver.
-Não estou falando da possibilidade de alguém se apaixonar por você, estou falando de você se apaixonar por alguém, você se apaixonar e pouco esperar que a pessoa se apaixone por você... droga oque falar , oque falar...
-nunca me apaixonei.. eu acho..
Após responder o Allan lembro do que acontece comigo todas as tardes e noites de sábado..
Da janela do meu quarto dava para ver a janela do quarto do Cristian Bernard , eu sabia seu nome porque meu pai fora amigo de seu pai, e sempre falavam de seus filhos e eu escutava falar do rapaz Cristian Bernard .. porém eu nunca havia falado com ele é nem ele comigo. Cristian era muito bonito , alto, branco , de cabelos castanhos e olhos cor de mel.. nos sábados eu o via de minha janela e ele me via , mas acho que pouco me notava, só o via no sábado, talvez na semana trabalhasse ou fizesse faculdade, mas a semana inteira eu esperava pelo sábado para no final da tarde fingir que olhara a rua e olhar ele.. não sei se é paixão, mas é o mais perto . Não contei a o Allan , para não interrompelo nos seus pensamentos legais..
-sabe July, as pessoas podem até me julgar, mas amo está apaixonado por um alguém que seja impossível ser meu..
Quem será este alguém. Por quem o Allan está perdidamente apaixonado ...
Olho para Allan e finjo entender oque ele tentara falar.. já estava perto da rua da casa do Allan e ele observa ..
-July seus joelhos.. estão sangrando..
-não tem problema em casa dou um jeito neles..
-não não, vou te levar na minha casa e faço curativo neles..
Meu deus que droga, aí, cara , aimeudeusnao. .
-tudo bem .. respondo olhando para os joelhos..
A menos de três minutos estaria no banheiro de um garoto , e só esperará 18 anos qUE vontade de gritar .. entro na casa de Allan com dificuldade de subir as escadas, não tinha ninguém em casa e isso me deixou constrangida .. Allan pergunta se preciso de ajuda pra subir perai ele vai me pegar no braço?? Não não .. faço que não com a cabeça meio assustada, mas meu joelho tava doendo pra caramba..
  Subo as escadas bem devagar atrás do Allan ,   bem... devagar,  sinto a mão fria do Allan tocando minha mão me ajudando a subir  ..
-cara,  você está mal ..   fala o Allan me olhando ..
-não !! Estou bem..   não estou não
Allan abre a porta do quarto e pede para mim sentar em sua cama "que estava perfeitamente arrumada"  enquanto Allan vai ao banheiro buscar algo.. olho o seu quarto,   Allan era perfeitamente organizado.. o quarto num azul morto e armário marrom.. alguns quadros de rostos..   Allan senta perto de mim , segurara uma tesoura e uma caixinha vermelha ... Allan corta a calça onde está o ferimento e encima do ferimento põe umpouco de álcool e ardeu pra caramba, bem rápido põe algodão e fecha o curativo ..
-parece até profissional nisto..
-eu cuidei dos ferimentos do meu pai no acidente que sofreu .. 
O pai do Allan também sofreu  um acidente , nossa 
-meu pai não teve a mesma sorte..
-minha mãe falou do seu pai.. sinto muito .  Fala Allan terminando o curativo .. 
-bom, quer um lanche ??
Respondo negativamente com a cabeça enquanto me levanto com dificuldade..  Allan  também levantou-se e disse
-vou te deixar em casa.. você mal pode andar .. 
Entramos no carro calados. Antes de mim descer Allan fala:
-até segunda,  desastrada..
Dou um sorriso e desço ..
Entro em casa e a mamãe estava na no sofá assistindo TV , tento passar despercebida.. mas é em vão ...
-July ....??  Querida?? Oque aconteceu ??
Grita a mamãe, e corre desajeitada ver oque aconteceu com meus joelhos..  tento explicar a ela , mas mamãe quase não me deixa falar..  depois umas mil horas..
-não... mãe não vou no hospital!! Eu estou bem !! 
Após praticamente lutar com a mamãe, entro no meu quarto e abro as janelas.. a luz estava ligada do quarto do Cristian, mas a janela estava fechada.. oque será que ele está fazendo em seu quarto...   fico ali brigando comigo mesmo a parar de observar a sua janela, e derrapante num susto o Cristian aparece na janela e de uma maneira ridícula me abaixo.. droga ele viu essa merdaaaa. .
Fico ali no chão , sem ação, sem respiração..      ficara naquele chão por no mínimo umas 2hrs , já estava com sono ao me levantar e bem devagar olho a janela do Cristian que estava novamente trancada.. e a luz apagada..   fecho a minha janela e deito na cama..
Me sentia estranha" estranha do tipo mal ou algo assim "  uma vontade de querer fazer alguma coisa, mas fazer oque?.. uma vontade de falar algo com alguém.. mas falar oque a quem ??  E simplesmente fiquei ali..