O amor condenado

2 0 0
                                    

Os dias passaram eu continuei me encontrando às escondidas com a Luna, a história com os meus pais já tinha esfriado, mas a sorte realmente demora para sorrir para mim.

Um dia quando marcamos de nos encontrarmos no parque da cidade escolhemos um lugar de pouco movimento, um lugar abandonado por assim dizer, espalhamos uns panos pelo chão, havíamos trazido alguns alimentos e algumas bebidas, eram 3 horas da tarde, havia levado uma daquelas mini caixas de som e enquanto eu tirava algumas coisas da mochila ela colocou MGMT, Siberian Breaks para tocar, nós conversamos um pouco e no meio da música ela se levantou e começou a dançar, eu fiquei olhando com cara de bobo para ela, ela estava incrível, dava passos lentos e jogava as mãos para o ar e girava em torno de si devagar, rebolando de uma forma que me fazia perder o fôlego, ela veio até a mim e me puxou para dançar com ela, ela ditou o ritmo e eu a segui, nossos corpos tinham uma sincronia perfeita, eu a beijei suave e sem pressa, e vi ela sorrindo, isso faz tudo valer a pena, e continuamos a dançar.

Depois que cansamos nós comemos e conversamos, foi assim que eu soube que ela é filha de mãe solteira e que a mãe dela estava doente já havia algum tempo, ela acabou dormindo no meu colo, eu acariciava o cabelo dela quando começou a tocar Don't Cry do Cigarrets After sex, Aquilo me trouxe uma sensação maravilhosa, um sorriso de esperança brotou nos meus lábios, alguns minutos depois eu acabei dormindo, sonhei bem longe com um futuro brilhante em que eu e ela estávamos juntos, tínhamos uma linda filha, o sol iluminava a casa pela janela, era final da tarde, eu podia sentir um cheiro maravilhoso de café, a Luna sorria para mim e servia o café enquanto, eu tomava café, ela pegava a bebê no colo e ninava ela, a bebê tinha uma calma e bondade que fazia tudo o meu ser sorrir por dentro, Eu cheguei perto das duas e acariciei a bebê e dei um beijo na testa da Luna e disse.

_Eu gostaria de não estar sonhando queria que fosse real.

_mas pode ser real Peter, é só você lutar por nós pelo nosso futuro. Ela me chamava carinhosamente de Peter, eu perguntei.

_mas como como posso tornar isso real? e ela disse.

_salve a gente. Eu fiquei espantado, não entendia o quê Ela queria dizer com isso, e ela continuou repetindo.

_salve a gente Peter, salve nosso futuro.


Tudo foi ficando preto, e eu acordei com algumas pessoas mexendo com nós dois violentamente para nos acordar, eram três caras e duas garotas, eles nos xingaram, falavam coisas horríveis, eu tentei ficar na frente da Luna para proteger ela, mas eles me Puxaram, me jogaram no chão e começaram a me bater, eu me sentia pancadas por todo o corpo e muita dor, eu ouvia um misto de xingamento e os pedidos de socorro da Luna, eu a ouvia chamar o meu nome, fiquei desesperado, mas não pude ajudá-la em nada, acabei desmaiando depois de uns três chutes na cabeça, tudo ficou escuro e eu perdi a noção do tempo, eu lembro apenas de ter acordado e perceber a presença da Luna, ela Estava caída de bruços desacordada, eu ainda estava em choque, eu tentava entender o que tinha acontecido, meu rosto estava inchado e meu nariz sangrava, eu comecei a chorar, meu corpo doía como se tivesse moído cada parte dele, não conseguia me mexer direito, meus pulmões doiam quando eu respirava, já era de noite, parecia ser tarde, reuni forças para me rastejar até a Luna, eu a coloquei no meu colo, peguei o celular e liguei para o Plutão vir buscar nós dois de carro.

Expliquei a situação para ele e desliguei o celular, eu Tentei acordar a Luna que tinha marcas por todo o corpo, mas de nada adiantou, Plutão chegou de carro e me ajudou a levá-la no colo para o carro.

Nós a levamos para o hospital e ligamos para casa dela, falamos para todos do hospital que fomos assaltados e agredidos, Plutão me levou para casa eu já havia feito o discurso inteiro que iria dizer para os meus pais, mas minhas roupas e os hematomas não iriam facilitar em nada.

Eu entrei em casa de fininho, meus pais estavam no sofá, um deles estavam dormindo no colo do outro, e o meu pai mais velho ainda estava acordado e me viu, ele estava com cara de sono e preocupado, foi aí que começou as perguntas, embora em tom baixo para não acordar meu outro pai que estava dormindo.

_Júpiter Isso é hora para chegar em casa? onde você estava? Olha a sua situação, ficamos preocupados com você.

Eu não falei nada, só fiquei parado, não tinha forças para lidar com aquilo, eu estava decepcionado comigo mesmo e com ódio do mundo. Meu pai não demorou para ver meu olho roxo e os machucados, acho que estava tão cansado que não estava sentindo o sangue descer pelo nariz, meu pai deu um pulo que acabou acordando meu outro pai, que levantou atordoado sem saber o que estava acontecendo e perguntou o que houve.

_Ai amor, Por que me acordou assim?

_Como por que te acordei? Olha a situação do nosso filho ele está todo roxo e sangrando.

Os dois vieram me ajudar e perguntaram se eu estava bem, eu disse que tinha sido assaltado, eles pediram mais informações, mas a única coisa que consegui fazer foi começar a chorar, depois de um tempo você se acostuma a mentir para os seus pais sobre as coisas que realmente aconteceram, mas essa foi uma ferida que ficou aberta na alma a única coisa que eu podia fazer era chorar no colo dos meus pais, eu amava eles, porém sua ignorância não permitia que tivéssemos uma boa comunicação, me sentia profundamente desamparado, a sensação de não poder confiar nos seus próprios pais é horrível, achar que posso ser expulso de casa a qualquer momento e a sensação de que eles não me amam, mas sim a imagem que projetaram em mim, criada para dar felicidades a eles e colocada a cima da minha. Além disso me sinto impotente diante de todas essas coisas, me sinto inútil por não conseguir proteger a Luna, e agora ela está no hospital por minha culpa, minha cabeça estava latejando de dor, eu fui tomar um banho e descansar, meus pais deixaram para registrar o boletim no outro dia de manhã e Embora eu tivesse dito que não seria necessário que não ia adiantar de nada. Foi uma noite horrível, mas seria só mais uma noite ruim que eu passaria, das tantas outras que Eu adormeci e chorando de raiva e vergonha de mim mesmo. Será que ser hétero é tão ruim assim, eu devo mesmo sofrer em silêncio?

A Lua Que Me OrbitaOnde histórias criam vida. Descubra agora