Capítulo único.

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Dia de Defesa Contra as Artes das Trevas, Grifinória e Sonserina fazendo parte da mesma turma como o costumeiro. Katsuki está ao meu lado, dividindo a carteira comigo — já que é a única disciplina onde temos liberdade para isso —, bastante inquieto. Não é algo que me surpreenda, pois amanhã teremos uma das partidas mais importantes de quadribol e ele, como apanhador, não poderia se encontrar de outra forma. Além do fatídico modo como as coisas ultimamente andam difíceis para ele.

Na verdade, achei que ele faltaria hoje. TetsuTetsu havia acabado de ocupar o lugar vazio ao meu lado quando ele chegou, uns bons minutos atrasado. Foi até cômica a maneira como meu amigo apressou-se para sair e sentar-se com outro aluno qualquer. Um olhar fulminante de Katsuki é sempre o suficiente para afugentar as pessoas, sendo assim, ele o usa e abusa da melhor maneira possível.

Tsuki mal trocou cinco palavras comigo desde então, a aula inteira remexendo as mãos e pernas em um movimento nervoso. Tentei perguntar se estava tudo bem, mas sem sucesso em obter alguma resposta válida. Um aceno de cabeça indicando para deixar aquilo para outro momento foi tudo o que tive direito. E respeitei. Ele tem mesmo seus motivos.

O fim da aula passou-se sem nada diferente do habitual. Sendo a última aula do dia, significava também a hora de nos despedimos. Um dia antes de qualquer partida os jogadores possuíam a obrigação de passar o máximo tempo possível descansando o corpo e o psicológico, fazendo com que o toque de recolher dos mesmos acontecesse mais cedo. Ainda sem abrir a boca para soltar quaisquer informações que fossem, Tsuki esperou até estarmos na metade do corredor — em direção às nossas salas comunais respectivas — e me abraçou apertado. Eu quase pude sentir suas angústias percorrendo o caminho de seus braços até minhas costas. Subitamente absorvi o peso de sua tristeza, me perguntando o que poderia fazer para animá-lo antes do jogo. Quando nos afastamos e me adiantei para dizer algo, ele negou e sussurrou um “mais tarde, no mesmo lugar” e se afastou, dando as costas e seguindo frente como a muralha que é.

Ou ao menos como espera que as pessoas acreditem que ele seja.

Suspirei e balancei a cabeça, me dirigindo para a sala comunal da Grifinória e vigiando o explosivo seguir seu caminho até a da Sonserina. Quando ele virou para o corredor à esquerda, voltei minha atenção novamente para o meu destino. Me esforcei um pouco para lembrar a senha da vez, obtendo ajuda de Izuku, que entrou junto comigo, no processo. Conversei um pouco com os caras, grande parte deles eufóricos pela partida decisiva do dia seguinte, desejando boa sorte e colocando um pouco de pressão no garoto de cabelos verdes, apanhador da Grifinória, ao meu lado. Ele sorriu e transmitiu positividade como sempre, rimos um pouco das apostas absurdas que aconteciam antes de todos os jogos e marchamos direto para os dormitórios. Verifiquei meu celular apenas para acionar o alarme, tirei parte do uniforme e me joguei na cama na primeira oportunidade, caindo no sono segundos depois.

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First things first
I'ma say all the words inside my head
I'm fired up and tired of the way...

Sentei-me atordoado, tateando o móvel ao lado da minha cama em busca do meu celular, tentando desligar o alarme antes de acordar o dormitório inteiro. Believer é com certeza uma ótima música para despertar, mas no volume em que estava eu não me surpreenderia caso o zelador que faz patrulha durante a noite aparecesse por aqui para me repreender.

Passado o susto, virei-me e meticulosamente busquei minhas roupas comuns que estavam embaixo do edredom, junto com a varinha. No bolso do meu short se encontrava um dos meus únicos tesouros herdados pela família: o mapa do maroto. Já havia o usado várias vezes para escapar de encrencas durante minhas saídas com Katsuki nas madrugadas, hoje não iria ser diferente.

Quidditch {Kiribaku - HP}Onde histórias criam vida. Descubra agora