Tempos Longínquos

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Introdução

Unânime é a vontade de Ser, afinal de contas, vivemos com a máxima da mortalidade, todos no fim da vida quererão contar histórias que encantem, e isso já tem sido feito desde os primórdios, só que certos fatos de alguns intérpretes do tempo se eternizam, criando lendas fascinantes. Nada mudou de lá para cá, entretanto, tirando a mediocridade provinda da modernidade, ainda há histórias que nos inspiram e Tempos Longínquos é um caso, pelo menos pra mim. Eu libertei todos os meus desejos e fatos vividos. Coisas que sempre sonhei fazer e que um dia talvez se realizem, mas que com certeza vivi, em algum lugar, em algum sonho em alguma vida.

Peço-lhes desculpas pela narrativa pausada e infantil, os repetitivos três adjetivos, e os palavrões, coisa que não pude fugir em meio ao cenário urbano do século XXI. A respeito da maior forma, para todos os fins isto é um Conto com tamanho próximo de uma novela, eu poderia estender para chegar a tal ponto, mas a narrativa não me deixa, melhor assim, pois vai direto ao ponto, para a avalanche de sentimentos.

E não querendo pedir-lhes desculpas de novo, se por acaso vocês não se identificarem com a visão que eu tenho de uma atual juventude, quero que vocês tomem o livro como de suas posses, assumam a narração e reescrevam, mas não se inibam, pois assim não o fiz.

Capítulo I- Ensaio do divino

Dizem que a eternidade pode ser alcançada em um dia. Dia de luz ou de sombra. Assim se passou com Carlos Augusto em uma época que a vulgaridade era apenas vulgar.

Carlos era um jovem com 19 anos, que havia se perdido em perfídias estudantis, aliás, muitas delas de tamanha baixaria moral, e por força da ocasião quis acabar com tudo isso, decidira isto no ano novo de 2002 ou 2003.

A razão até hoje não será compreendida... Sabe-se que na época ele sentia uma tremenda vontade de pedir desculpas à vida, talvez por ter se humilhado tanto por nada, e por ser acelerado em tudo que agia, ou usava... E como numa inquisição queria queimar todos os ditos restos pútridos de seu ser.

Foi em meio aos fogos de artifício que ele deu o último gole em uma bebida e o último trago em seu inseparável Hollywood vermelho - tudo aquilo que tinha feito a sua fama. E prometeu nunca mais beijar tais amores.

No primeiro mês, digamos que foi o verdadeiro inferno, no calor do verão carioca, o ar quente era pressionado dentro de seu peito, o corpo implorava pelos seus elixires da vida. Uma autoindulgência se formava diante dele. Teria ele para onde fugir além de sua maldita consciência?

Flertou com a angústia, namorou o desespero, e casou-se com o medo. Aos olhos nus era um homem normal, e honrando seu signo que era Escorpião, não deixava uma lágrima cair. Seu rosto era impassível, seu sorriso era sincero, por dentro desdenhava da vida. Ninguém ouvia o seu grito, abafado no vácuo, ele surgia em outro universo, talvez em um umbral de suicidas, onde somente os perdedores se atormentavam com a sua mensagem.

Por pouco ele acreditou no Deus dos arrependidos, em uma de suas últimas tentativas de emergir do abismo, o orgulho era mais forte. Em sua revolução moral se apaixonava pela antiguidade, seus impérios, e os seus homens célebres; e surpreendentemente Carlos consegue fazer uma analogia perfeita deles com a sua própria história. Nunca fora um completo ignorante, mas digamos que era um "palpiteiro" dos assuntos acadêmicos.

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⏰ Last updated: Feb 22, 2021 ⏰

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