Capítulo 1 - Primero Inverno: O encontro

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Pov Bella

A manhã estava fria
Meus pés descobertos estavam congelados, nem o cantar dos pássaros lá fora dava para ouvir e o brilho da janela não atingia meus olhos por conta das nuvens negras de cobriam o céu
Suspirei frustrada
Ainda era estranho acordar sozinha, ter o meu lado da cama vazio.
Saber que eu não divido mais a cama, que Não há mais ninguém para fechar as cortinas todas as manhãs, ou para em raros momentos beijar meus pés para esquentá-los.
Eu agora estava sozinha, não havia mais ninguém por mim
Olhei para o relógio que estava sobre a mesinha ao lado da minha
cama. Saltei para fora do colchão quente e fui para o banheiro, tomei um banho quente e tentei relaxar.
Enquanto vestia minha roupa tentei não olhar para o lugar vazio que antes era ocupado por ele, a ideia de morar em um lugar menor parecia bom, aqui era grande demais apenas para mim
Tranquei a porta de casa antes de sair e fui caminhando para meu trabalho.
Não queria usar o carro, não era boa atrás do volante, era ele quem me levava mesmo não sendo tão longe.
As ruas estavam molhadas e úmidas por causa da grande chuva de
ontem, eu devia ter trazido um guarda-chuva comigo, talvez a noite
chovesse e eu teria que voltar para casa correndo.
Entrei na loja onde trabalhava, eu era sócia com Rosalie, minha
cunhada.
Nós abrimos essa pequena boutique e amamos o que fazemos. Ela me encarou com olhos repreensivos
-Eu não queria mais ficar em casa. Eu estou bem, só foi uma tontura- falei passando por ela, indo até uma sala reservada para nossa papelada, jogando meu casaco em qualquer lugar e voltando para o lugar onde ela estava
-Você devia estar em casa, não precisava ter vindo, eu e a Jessica damos contas de tudo- disse brigando comigo
-Eu sei, mas preciso fazer algo. Eu prometi que vou me alimentar melhor. Acredite em mim- falei tentando escapar do seu jeito mandão
-Ok, você venceu, mas se cuida, tá. E hoje fecharemos mais cedo, acenei para ela e começamos a trabalhar.
O dia tinha sido tranquilo, não teve muitas clientes, mas mesmo assim o dinheiro que acumulados foi ótimo.
As horas passaram rápido e isso me deixou bem, ficar em casa só me deixava triste e depressiva, mas aqui, ao lado da minha melhor amiga e meus clientes, eu poderia esquecer um pouco dos acontecimentos.
O céu lá fora estava escuro, o sol não se atreveu a aparecer hoje, eram cinco e meia e Rose estava me expulsando.
-Preciso ir Bella, Emmett está me esperando, quer uma carona perguntou
-Não Rose, gosto de ir andando, obrigado.
-Tudo bem, qualquer coisa, me ligue- ela me abraçou apertado
-Tenha uma boa noite com o Emm- falei a soltando, ela entrou em seu carro e foi embora.
Fiz meu caminho até em casa, mas antes parei em frente a uma
cafeteria onde eu vinha com ele quase todas as noites friorentas. Era quase nosso lugar preferido ou pelo menos era o meu. Empurrei a porta de entrada e o lugar quente me acolheu, procurei uma mesa para sentar e logo fui atendida
-Bella, oi! Bom te ver- Leah falou animada em pé ao meu lado, dei meu melhor sorriso para ela -Café?
-Oi Leah, bom te ver também! Eu hoje vou querer um chocolate quente, está frio lá fora- ela anotou em seu caderninho
-Certo! Chocolate quente e uns biscoitinhos por conta da casa- disse sorrindo e saindo antes que eu negasse os biscoitos
Meu olhar andou pelo lugar e vi que tinha uma mulher sozinha a minha frente, seus cabelos loiros estavam soltos e caiam sobre suas costas, estava bem agasalhada enquanto bebericava algo em sua xícara, a porta do lugar se abriu, e um homem alto com os cabelos cor de bronze entrou no lugar, seus olhos verdes varriam o lugar, caíram sobre mim e depois ele olhou para a mulher a minha frente, colocou o guarda-chuva que estava em mãos encostado na parede e andou até a loira, depositou um beijo em seu rosto e sentou ao seu lado.
Ele parecia animado, seu sorriso era aberto e muito bonito. Ele colocou a mão sobre a dela, os dois combinavam, um casal bonito, mas dava para perceber que ele não era correspondido
-Aqui está- Leah apareceu tirando minha atenção do casal, colocou na mesa meu chocolate quente e os biscoitos
-Obrigado Leah- falei para ela que acenou com a cabeça e logo saiu.
O casal agora conversava e ele não sorria mais, seu rosto estava triste e confuso, ele abriu a boca, mas parecia que estava surpreso, a mulher levantou as mãos e tirou um anel do seu dedo e o depositou na mesa, ele acompanhou o movimento dela, parecia se desculpar antes de sair do lugar o deixando paralisado
Tomei minha bebida quente, mas meus olhos não saiam dele, não sei como me sentia ao ver essa cena, com pena, talvez.
O homem pegou seu celular e discou algum número, mas parecia que não fora atendido e ligou novamente e ligou, mas parecia que ninguém atenderia.
Se levantou apressado esquecendo o anel e o guarda chuva. Peguei
minha carteira em minha bolsa e coloquei uma nota na mesa, pagando pela bebida e os biscoitos, passei pela mesa dele e peguei seu anel e o guarda-chuva na parede.
Corri para tentar encontrá-lo.
O frio me pegou em cheio e pequenas gotas de água respingaram em meu rosto. Olhei para os lados da rua e encontrei ele andando apressadamente
-Ei!- gritei, mas ele não me ouviu, corri mais rápido
Gritei alto e ele virou me olhando, andei me aproximando
-Ta falando comigo?- sua voz estava rouca, sua pele pálida, nariz fino e avermelhado, ele estava gripado
-Sim, você, você esqueceu isso- levantei o guarda chuva para ele
-E isso!- abri minha mão mostrando o anel para ele
-Oh, bom. Obrigado pela o guarda-chuva, estou precisando dele, tinha o esquecido e isso você pode ficar- sua mão fria tocou a minha -Quer dizer, não!- ele arrancou o anel de mim e jogou no meio da rua
-P,Porque fez isso?- perguntei sem entender sua ação
-Era um anel bonito, mas não tem mais importância para mim agora- ele passou as mãos nos cabelos que estavam escuros e úmidos, toquei nos meus e eles também estavam. O homem me olhou e abriu o guarda- chuva e se aproximou de mim -vai ficar gripada assim como eu- disse forçando um sorriso
-Obrigado, mas não precisa eu já estou indo- falei saindo da sua
proteção
-Na chuva?
-Não está tão forte e minha casa não é tão... longe- eu engasguei, ele era um desconhecido, mas não parecia ser perigoso
-Se você não se incomodar, eu posso te levar em casa- meus olhos se arregalaram com sua proposta
-Prometo que não tentarei nada, mas minha mãe não gostaria de saber que eu deixei uma moça na chuva- disse ele, e seu sorriso cresceu, mas ainda dava para ver que ele estava um pouco triste
-Não precisava ter colocado a mãe no meio- falei e ele sorriu
-Sou Edward Masen- ele estendeu a mão para mim
-Isabella Swan- apertei sua mão gelada. depois ele se posicionou ao meu lado e começamos a andar pelo caminho até minha casa
-Então, por que ela te deixou?- fui direta em minha pergunta, ele suspirou alto
-Nós queremos coisas diferentes, ela quer viajar e curtir.
-E você?
-Quero algo mais tranquilo- ele falou calmo, como se pensassem sobre isso -Eu fui idiota, sempre soube que ela não queria o mesmo que eu, mas gosto dela e achei que com o tempo ela poderia mudar. Andávamos devagar, eu poderia andar mais rápido, mas essa era a noite entre muitas que eu não estava em minha casa chorando, então queria aproveitar esses poucos minutos
-Quantos anos estão juntos?
-5 anos, noivamos faz um ano, o casamento seria daqui a alguns meses. acho que foi melhor assim, melhor do que ela me deixar no altar
-Eu sinto muito por você- fui sincera com ela
-Obrigado! Você é casada e está andando sozinha por aí- disse, fiquei confusa por ele saber que sou casada
-Sua aliança, sou observador- ele me olhou, o único contato que
estamos tento eram nossos braços, a chuva estava aumentando e ele se aproximou mais de mim
-Ele meio que me deixou, algo assim. E se você não estivesse aqui eu
estaria em casa chorando no sofá- falei em tom de brincadeiraģ mas ele não disse nada por um momento, parecia pensar em minhas palavras
-Eu sinto muito por você também Isabella- eu não queria mas gostei de como ele falou meu nome.
-É aqui- falei parando poucos metros da minha casa, olhei para a os lados, sem saber o que fazer
-Bom, está entregue!
-Obrigado Edward, espero que fiquei bem
-Você também Isabella- eu dei uma ultima olhada em seu rosto, para não esquecer dele facilmente, seus olhos eram verdes, mas estavam tão escuros, seus cabelos úmidos estavam grudados em sua testa. Ele era bonito, não tanto como o Rob, mas tinha algo charmoso na maneira que sorria. Me virei e entrei em meu apartamento sem olhar para trás
Minha casa estava fria e silenciosa. O pior é saber que mesmo com o Robert aqui, ainda seria um lugar vazio. Fui até a geladeira peguei uma garrafa de vinho, sentei no sofá da sala, tirei meu celular da bolsa, tomei vários goles da garrafa. disquei o número decorado por mim
"OI AQUI É O ROB, NO MOMENTO NÃO POSSO ATENDER, DEIXE UM RECADO E RETORNAREI A LIGAÇÃO"
Sua voz era linda
"Ta bom Bella, para com isso!" Joguei o celular para longe
Doía saber que só assim eu ia escutá-lo, que ele se foi, que sua vida fora arrancada de mim por um bebado no transito, ele era tão teimoso, se tivesse colocado o cinto de segurança, talvez, talvez estivesse vivo.
Mas não tinha garantia que ele estaria aqui, comigo! Ele morreu. Robert morreu e eu estava sozinha, sozinha nessa casa. Tomei mais alguns goles do vinho e tentei esquecer a merda que era minha vida.
Eu conheci o Robert quando entrei na faculdade de medicina, algo que não durou muito, por que não era o que eu queria, mas tivemos contato, Ele era o cara mais lindo que eu já vi, me seduziu facilmente, eu tentava não demonstrar meus sentimentos, mas quando ele me olhava sedutor, me derretia e antes mesmo de namorarmos ele já estava me apresentando a sua família e me tornei íntima de sua irmã Rosalie, logo pensamos em montar nossa pequena loja, que hoje está crescendo mais do que eu esperava. Ele me beijou no dia do jantar que me levou para conhecer sua casa, não foi meu primeiro beijo, mas foi o primeiro que troquei com alguém que amava e foi maravilhoso. Depois de um ano, casamos, alguns diziam que era cedo demais para nós dois, mas sabíamos o que sentíamos e seguimos em frente, compramos uma casa para nós e vivemos juntos. Não posso dizer felizes, porque em alguns anos para cá, tudo havia mudado. Mas nada disso importava, mesmo com toda confusão que nosso casamento estava tendo, eu nunca ia querer ele morto.
Uma manhã chuvosa, eu estava indo trabalhar na loja, ainda fraca e sem muitas clientes, meu celular toca, uma voz estranha pergunta se sou esposa de Robert Cullen, ele me diz que meu Rob está sendo encaminhado para hospital em situação grave, batida de carro, um homem bêbado perdeu o controle do seu carro e bateu em meu Rob e ele se foi, assim como a pessoa que estava com ele no carro.
Os primeiros dias a dor era insuportável, como viver sem ele e como perdoá-lo? Agora fazia um ano de sua partida e ele ainda era vivo em mim. A vezes acordo de manhã, achando que ele vai esta do meu lado, ou fazendo o nosso café, mas logo percebo que ele se foi. Não dói mais como antes, mas ainda tem a solidão e continua...
E talvez ela nunca deixe de existir.

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Com o fim de Infiel veio o nascer de Invernos De Amor
Espero que gostem e acompanhe minha fic
Aceito sim recomendações e críticas viu kkkkkkkk
Bjus

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