ácido.

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os ossos antes fortes e precisos agora se encontram corroídos e esburacados pelo ácido do suco de limão, agora quebrados e espremidos saem pelas costas do corpo frágil esticado ao chão, rasgam a carne brutalmente enquanto as correntes de sangue seco deixam vestígios de que outrora fluíram sem algum acordo, apenas postulam pela liberdade de uma angústia de vinte e um dias, clamam ao deuses pelo fim e assistir a isso me trouxe pesadelos, detalhar isso ao policial em minha porta foi difícil tendo em mente o corpo do meu irmão contorcido e fraco largado no chão e retirado como um mero saco de lixo para ser jogado aos cachorros do vizinho.

eu não sou culpado ou talvez eu seja.

foram vinte e um dias o assistindo com um balde de pipoca e pílulas para me manter acordado. o assisti desaparecer diante dos meus olhos. eram diversos copos de limonada.

ele não colocava um sequer resíduo de comida em sua boca, eram espelhos quebrados como os ossos de seu corpo, estes que apenas diziam de forma simples o quão acima do ideial para nós ele estava.

jeongin me fez presenciar seu vomito cheio de sangue enquanto clamava por ajuda e eu não fiz nada além de afagar suas costas e lhe oferecer um pouco de comida fresca da qual foi despejada no vaso sanitário sem pudor e limões frecos em suas veias.

mamãe não estava mais aqui para nós e então resolvi fechar os olhos para o que acontecia.

e da forma mais cruel como todos o fazem quando estamos com problemas, eu o acusei, enquanto as algemas cortavam meus pulsos eu inspirei com prazer todo aquele aroma de carne podre e suco ácido.

"agora você está azedo como um limão, jeongin! não era o que você queria? "

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