E a curiosidade da gata só aumenta... - Capítulo 5

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Quase dei um pulo da cama, acordei com a sensação de que ele estava ali e que ia sussurrar mais algum coisa. Mas que droga de sonho idiota! O que me dá mais raiva é não ver quem é esse cara que me persegue, fora o medo que sinto quando sinto a presença dele sonho. Olhei o celular para ver que horas eram, oito da manhã, melhor levantar logo. Fui direto tomar um banho, a Rose ainda dormia e resolvi deixa-la acordar por conta própria. Mary, a faxineira, já havia chegado e o cheiro de panquecas quentinhas se espalhava pela casa. Ela é uma senhora de cinquenta e oito anos e trabalha para a nossa família desde de sempre. Mary me mimou muito e fazia de tudo para eu me sentir amada, ela sempre foi revoltada com minha mãe por me abandonar. Agora que eu queria sair da casa do meu pai e dar um novo rumo a minha vida, ela estava muito apreensiva e com medo de que me machucasse ainda mais.

- Bom dia Mary.

- Bom dia Carol, quer panquecas com suco de laranja?

- Quero sim.

- Quais são as novidades?

- Arrumei um emprego.

- Jura? Onde?

- Vou administrar a reforma de uma mansão na Garden Road. Sabe onde é? – ela fez uma pausa e parecia tentar lembrar-se de alguma coisa.

- Qual mansão?

- Uma que fica no fim da rua, ela é linda e enorme.

- Sei qual é, aquele lugar não estava abandonado?

- Não parece abandonado, só descuidado.

- Uma amiga minha trabalhou lá durante um tempo. Ela saiu logo depois do incêndio.

- Que incêndio?

- Você não lembra Carol? Há uns cinco anos atrás, até apareceu no jornal.

- Mary eu não me lembro o que fiz há cinco dias atrás, o que dirá à cinco anos. – rimos.

- Eu me lembro que uma parte da casa pegou fogo durante uma festa que os filhos do dono estavam dando.

- Nossa... alguém se feriu?

- Acho que sim. – ela ficou estranha. Geralmente Mary sabe todos os detalhes de uma tragédia assim.

- Tomara que ninguém tenha morrido lá, morro de medo dessas coisas de fantasmas. Sua amiga que trabalhou lá deve saber, liga para ela.

- Ela não mora mais na cidade e não tenho contato com ela faz tempo. – agora fiquei curiosa. Conheço quando ela não quer falar de um assunto.

- Sei... Mas você lembra de mais alguma coisa?

- Lembro do assunto ter sido abafado. Sabe como é, né? Filho de gente rica...

- Só isso?

- Acho que só.

- Te falei que vou morar lá? – joguei a bomba pra ver a reação dela. Deu certo ela virou de uma vez para me olhar e disse:

- Lá, mas por quê?

- Eu tinha te dito que queria sair daqui e o emprego exige que eu more lá.

- Não acho que essa seja uma boa escolha, sei de histórias sobre aquela casa e principalmente sobre os rapazes que moravam lá.

- Agora você sabe Mary? – ela me olhou meio desconcertada e emendou:

- Aqueles garotos não são boa coisa!

- E como você pode afirmar isso? Por acaso você conhece alguém de lá? – tá ficando mais interessante.

- Não exatamente...

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