Meu despertador toca as exatas 7 da manhã, um som totalmente estridente e irritante; Abro meus olhos com calma, respiro fundo, pego o celular e desligo o alarme. Agora meu dia já pode começar, o mesmo dia monótono de sempre, acordar, tomar banho, comer, tomar umas pílulas, ir para a faculdade e me distrair um pouco lá, ir em alguma boate, voltar e dormir.
Após o banho, vou para a mesa de refeições e lá já estava minha mãe, aah ela não estava na mesa e sim no comercial da televisão, parece que o programa “hora de papear” apresentado por Eliza Feltz aumentou a carga horaria, ótimo! Agora ela terá menos tempo ainda para tomar conta da minha vida. Quando me sento a mesa, o peque Aron já estava comendo e assistindo tv.
-Bom dia irmão- Disse o mais novo.
-Bom dia Aron- Falei e peguei uma xicara e algumas torradas que já possuem um sabor amanteigado, então não me trará muito trabalho pela manhã.
Meu irmão coloca café em minha xicara e sorri para mim, esse é um habito que ele tomou para tentar me alegrar e realmente aquele sorriso puro e ingênuo me agrada; Um sorriso vazio e carente, cheio de esperanças de um dia conseguir carinho e afeto da mãe, parece que eu e ele somos quase a mesma pessoa.
-Vai me levar para a escola hoje não é?? Meus amigos te acham incrível! Assim como eu! E você faz um sucesso enorme com as meninas, eu adoro quando você me leva- O pequeno Aron fala entre sorrisos e piadas.
-Eu não quero que um bando de pirralhos fale de mim, vocês só têm 13 anos- Eu falo rindo e bagunçando o cabelo dele com minha mão direita enquanto bebo um gole amargo e quente do meu café com a esquerda.
-Por favor Nate!!! Eu não tenho muito tempo com você, esse momento no taxi é só nosso- Ele faz uma carinha angelical e inocente.
-Está bem, você conseguiu me convencer, corre e se arruma- Eu falo sorrindo e vendo ele sair correndo da mesa em direção ao segundo andar, enquanto eu termino de comer.
Antes que ele terminasse de se arrumar, eu vou na sala e abro um armário da minha mãe de bebidas (vinhos, whisky...),, onde fica a coisa mais importante da minha vida, minha pílula da felicidade, além de melhorar meu humor, tem a minha cor favorita. Pego uma pequena e azul pílula e enfio na minha boca, um gole de café apenas e ela desce pela minha garganta.
Escuto os passos apressados do meu irmão descendo pela escada e guardo correndo os remédios.
-Estou pronto!!! Vamos?- Aron fala animado e com pressa.
Fecho a casa e chamo um taxi, prontos para irmos ao lugar que meu irmão mais odeia.
Deixo ele na escola, ele me dá um abraço muito apertado o que me deixa feliz por me sentir amado por alguém. Volto para o taxi e peço para o taxista ir para a universidade de arte, um dos meus lugares favoritos, a arte me ajuda a respirar com mais tranquilidade.
Chego alguns minutos atrasado na sala e o professor estava explicando a história das inspirações de Van Gogh que é o meu pintor favorito, o professor sabe desse fato e então ele deu um jeito de reexplicar o que eu perdi; Eu e meu professor temos uma relação muito saudável, somos quase amigos, ele fala que se impressiona com a história que eu conto em minhas artes, eu gostaria de saber que história é essa.
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Saindo da faculdade vejo uma aluna nova com uma câmera pendurada no pescoço, com certeza é aluna de fotografia; Existe uma rivalidade entre as turmas de pintura e fotografia nessa universidade que eu nunca nem quis saber sobre.
Bom como isso não me importa, vou voltar a minha monotonia, essa é hora de pegar um metro e ir para a melhor boate de São Francisco a Make-out room, essa boate tem um clima artístico e moderno que combina muito comigo, estou doido para tomar um bom drink.
Quando entro na boate vou direto no barman, a menina nova da faculdade estava lá, pedindo alguma coisa; Não posso negar que ela é super atraente, aquele cabelo castanho, os olhos que parecem um desenho, muito bonita.
-Eu quero uma dose de whisky sem gelo- A menina disse ao barman, que ótima escolha, amargo e forte.
-Me vê o mesmo, só que triplicado- Eu falo e dou um sorriso de lado para a novata e observo ela me olhar com um olhar impressionado.
O barman distribui as doses no balcão. – pega leve hoje Nate- O barman já me conhece há muito tempo e sabe que as vezes até durmo ali.
-Digo o mesmo, amanhã você tem mais aula- A menina que eu ainda não sei o nome fala.
-Aah então parece que você me viu lá também- Eu falo sorrindo e tomando um bom gole do whisky.
-Eu reparei que você estava me olhando- Ela fala tomando um gole de whisky também.
-É eu nunca tinha te visto por lá, você é aluna nova?- Eu a pergunto me aproximando um pouco.
-Não sou aluna, sou estagiária, talvez uma futura professora de fotografia, Me chamo Samanta Parker e você?- Samanta fala me olhando fixamente nos olhos.
-Sou Nate Feltz, me chame de Nate, uma pena que nunca terei sua aula- Eu falo dando um sorriso para provoca-la.
-Você faz o que lá? E tem quantos anos?- Samanta me pergunta, quantas perguntas socorro.
-Nossa quantas perguntas repórter, faço pintura e sou um jovem de apenas 24 anos, e você?- Eu falo tomando mais um gole, dessa vez maior, de whisky.
-Tenho 24 também, comecei a fazer faculdade assim que sai do colégio, ficou me olhando só porque eu sou novata? - Ela fala sorrido e mordendo os lábios.
-Sim, Por que seria? - Eu respondo bobo, sim eu entendi o que ela quis dizer.
-Ah não sei, bom ta na minha hora, até amanhã- Ela fala dando um sorriso de tchau.
-Ok até- Eu falo retribuindo o sorriso.
Quando ela vai embora eu procuro um de meus amigos que sempre me dá as balinhas que eu preciso para ficar bem. Curto o resto da noite e volto para casa pensando nela.
Continua.....
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SUA COR
RomanceEle é tão ligado a arte, talvez ele seja a própria obra de arte. Ele é bonito, algo que eu olharia durante dias, horas, meses e até mesmo décadas sem enjoar; Seria como olhar uma vez e querer olhar mais, querer desvendar cada ideia que o criador tev...