Meu Sonho De Namorada

Capítulo 3 - A decepção de Juliana

— Você não se lembra de min não é? Sou o Daniel, lembra seu melhor amigo?

Demoro uns segundos para assimilar quem era e ao perceber o cumprimento com o punho e ele sorri para min.

Após o fim do primeiro dia de aula saio finalmente daquele inferno de lugar e ando tranquilo pelo corredor, me achando o dono do lugar.

Alguém esbarra em meu ombro e o pior não pede desculpa, e não consigo controlar minha raiva.

— Ooooo palhaço!

O cara que era da minha altura me olha pra trás e me encara, e a pequena gangue dele faz o mesmo.

Agora eu consigo me lembrar, quem ele é, o lutador profissional do Colégio, que lutou em vários campeonatos e por isso ninguém o desafia.

— O que foi que você disse? — ele diz se aproximando de min.

Eu dou um passo para frente com a cara deslavada e digo — o ouvido esta sujo por acaso?

Ele se irrita ainda mais, e um de seus companheiros vem e diz algo em seu ouvido, e eles simplesmente saem, mais antes consigo ouvir um resmungo dele em minha direção.

— Te pego na saída.

Naquele momento fico preocupado, em qual campo ele jogava, mas não ligo e os sigo sem nenhum medo.

Eles me direcionam pra atrás do Colégio em uma zona morta, e quando olho para trás percebo que todos estavam nos seguindo para ver a briga.
Afinal de contas não era todo dia que alguém desafiava o campeão estadual juvenil de MMA.

Todos formaram um circulo em volta de nós.

— Meu nome é Fernando, quero que saiba quem vai esfregar tua cara no chão.

Eu bocejo ao ouvir uma provocação tão mixuruca, e largo minha mochila no chão — ele diz estralando os dedos do punho esquerdo.

— Só isso? Era para eu sentir medo? Não funcionou tente novamente mais tarde — dou risada de minha piada, e muitos fazem o mesmo.

Fernando vem com sede nos olhos e me ataca, eu desvio de seus golpes lentos tranquilamente, sem muito esforço.
Ate ver um oportunidade e ao me abaixar dar um soco forte em sua barriga o fazendo dar alguns passos para trás e eu dou um soco na barriga tanquinho dele, que por ser muito dura não fez muito efeito.

Deveria admitir que fisicamente ele era uma montanha comparado a min, mais eu era muito mais rápido e sabia as suas fraquezas.

Ele se irrita ainda mais e vem em minha direção e dá um gancho de esquerda e percebo que ele era canhoto.

Desvio e dou um golpe em seus bicepes daquele mesmo braço.
O braço dele cai sem força, como gelatina.
— O que você fez? — ele berra para min.
— Só tornei seu braço inutilizavel, se eu fosse você procurava um medico depois.

Esses caras não são nada comparado aos que eu já enfrentei antes, a cicatrizes em meu corpo podiam provar os vários ossos que eu quebrei aprendendo a lutar de verdade.

Ele enlouquece e vem com tudo pra cima de min, por baixo tentando me derrubar, como um touro.

Eu pulo sobre e ele e todos ficam de boca aberta com minhas habilidades.
Quando ele se volta para trás, eu giro no ar e dou um golpe estilo Kung Fuu, e acerto o rosto dele e em câmera lenta vejo o dente dele sair de sua boca como a bala de uma arma.

O dente caiu sobre os pés dos companheiros de Fernando, e eles me encaram e cinco deles vem em minha direção para se vingar, por seu líder ter sido nocauteado tão miseravelmente.

— Droga, a cara desse cara era dura mesmo, por que meu pé esta doendo para um caralho — digo em voz alta para que todos escutem.

Eles vem cada um em uma direção, tentando me cercar, e o primeiro deles dá um soco de boxeador, eu me abaixo e logo em seguida agarro seu braço e apenas forço minha perna contra a dele e usando o peso de meu corpo o jogo contra o chão.

O segundo me dá um chute em minha perna tentando me desequilibrar, eu apenas tiro a perna a tempo, jogando para trás e depois solto o braço do cara no chão e avanço para cima desse cara entrando em sua guarda dou um gancho de direita em seu queixo o fazendo desmaiar.

O terceiro me segura pelo braço e o outra cara, com o rosto deformado dá um soco em minha barriga, o segundo ataque eu defendo, agarrando seu braço, e usando seu próprio peso contra ele, e o jogo contra o cara que estava me segurando, forçando a se coledirem e os dois batem de cabeça um contra o outro.

Eles então caem no chão com sinais de dor, e o ultimo dos cara me encara, estampando coragem e muita determinação, suas pernas estão bambas, mas nada o impede de sair correndo assustado com medo de min.

Eu saio andando entre as pessoas que acharam que poderiam me vencer só por que estavam em maior número.

Todos me olham assustados e ate que Daniel no meio da multidão começa a bater palmas e todos em seguida como um coro no meio daquele pátio abandonado fazem o mesmo.

Eu começo a olhar ao meu arredor, e todos pareciam me reconhecer, vejo Alice com um olhar de orgulho mais meus olhos a esquecem quando eles se encontram com os de Juliana que esta de braços cruzados e ao me encarar ela sai do meio do grupo como se estivesse com raiva de min e eu não consigo entender o que estava acontecendo.

Jorge me olha com um olhar de nojo, e sai atrás dela.

Vou ate o cara mais próximo de min na intenção de lhe fazer uma pergunta.

— Ei, por que ela saiu furiosa? — digo limpando minhas mãos de sangue.

— Você não sabe ne, o Fernando aquele que você derrubou primeiro é o irmão mais velho dela.

Fico surpreso com a notícia reveladora e percebo meu erro.

O pequeno grupo começou a dispersar e todos foram indo embora, alguns ajudaram os caras que eu havia derrubado a ir embora os jogando nas caçambas de suas caminhonetes.

Ate que eu fiquei sozinho naquele pátio vazio, estava ali perdido em pensamentos e paralisado.

Foi como uma explosão de sentimentos, tudo aquilo que eu sentia por Juliana veio a tona, e não podia negar meu arrependimento, eu poderia ter vencido a briga, mais foi uma derrota para min.

A garota que um dia amei, agora me odeia mais do que qualquer um no mundo.

Agora eu serei o vilão o cara que todos tem medo, não ligo para isso, de ser temido. Mas ser odiado por ela não sei se poderei suportar.

— Será que eu devo me desculpar? — Eu desabo no chão e o soco com raiva — Não nada vai mudar o que eu fiz, se é para ser odiado, então vou fazer isso com todas as minhas forças.

Pelo menos eu vou ser o rei nesse Colégio, e isso é o que importa apenas isso.

Me levanto enxugo meus olhos, por que entrou um cisco em meu olho durante a luta, e meus olhos começaram a lacrimejar.
   — Pego o dente de Fernando para guardar de recordação e vejo que saiu com raiz e tudo.

Levanto a cabeça, e sei exatamente qual seria o próximo passo.

E finalmente o primeiro dia de aula acabou, e a forma que eu iria me comportar no dia seguinte mudaria meu futuro.