Capítulo 4 - O mundo longe do Colégio

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Minha casa ficava a quatro quarteirões do Colégio da cidade, então cheguei muito rápido, logo para o jantar.

Quando chego em casa meu pai, e meu padrasto estão me esperando para comerem.

Eu sento e os dois rezam agradecendo a comida, e eu fico muito neutro, naquele momento.

Eu não tenho raiva de meu pai ser gay, e sim que ele tenha trazido um desconhecido para nossa casa, depois de termos perdido minha mãe à tão pouco tempo. Por isso me tornei rebelde, as poucas vezes que vi meu pai durante aqueles meses, me fizeram o odiar depois de saber dessas coisas.

Agora tenho que suportar ver todos os dias esse cara junto de meu pai, não consigo o aceitar e eu não sei o por que, é como se algo me diz que ele não é alguém tão bonzinho quanto aparenta.

Por que ele é a pessoa mais gentil que eu já vi, mais parece ser muito forçado e isso que me faz ficar desconfiado.

- Diego como foi seu primeiro dia no colégio? - Júlio pergunta colocando sua mão sobre a minha, tentando demonstrar carinho e afeto e eu a tiro logo em seguida e ele percebe os machucados evidentes que eu não consegui esconder a tempo.

- Não aconteceu nada de mais - minto na maior cara de pau, olhando para os dois.
Meu pai, percebe que tem algo de errado, ao trocar olhares com Júlio que indica algo.

- Tu andou aprontando? Posso ver na sua cara isso. Eu me arrependo todos os dias, por ter lhe enviado para aquele lugar, você nunca mais foi o mesmo.

Eu levanto os ombros como se não ligasse.

- Diego, meu garoto. O que você precisar saiba que seu pai e eu estamos aqui, por que te amamos e queremos o seu bem.

Ele fala igual a minha mãe, é muito irritante quando ele faz isso. Eu me levanto segurando minha raiva e subo as escadas com pressa.

Abro a porta e a fecho com força, fazendo um barulho alto.

- Odeio quando ele faz isso, que odiooooo - grito abafando contra o travesseiro.

Deitado na cama, me viro para cima pensando em como tinha chegado naquela situação.
- Como meu pai permitiu que ele entrasse em nossas vidas desse jeito, eu não o suporto e ele sabe disso.

Eu escuto o barulho de passos e levanto ate ficar sentado na cama, e um barulho de batidas na porta me faz voltar a realidade.

- Filho, não se irrite com o Júlio, ele esta tentando fazer você gostar dele.

Eu fico em silencio por uns segundos ate eu finalmente falar.

- Fala pra ele parar de tentar ser igual a Mamãe, só isso.
- Vou conversar com ele, mas eu quero que você saiba que eu sempre amei sua mãe e nada ira mudar isso.

O silencio reinou depois daquelas palavras e meu pai desceu as escadas logo depois.

Mais tarde eu desci e fiquei ouvido a conversa de meu pai com Júlio.

- Quando você ira contar para ele, que tínhamos um caso.

Fico perplexo com o que eu escuto, eu acabava de descobrir que meu pai trai minha mãe com aquele cara.

- Diego não esta preparado, não ainda.

- Ele não pode ficar sem saber disso, nem da minha filha.

Eu estava confuso, como assim filha. Não sabia de nada do que estava ouvido.

- Você sabe, não posso deixar ela com minha vó para sempre, ela tem que vim morar comigo, ou melhor dizendo com a gente.
Meu pai parece ficar perdido em pensamentos, eu sabia disso pois eu vi ele murmurar com sigo mesmo.

- De um mês para ele, ate ele se acostumar com o Colégio novamente.
- Esta bem meu amor, eu esperarei até lá.

Eu vejo os dois se beijando e se abraçando pela fresta da porta, então subo as escadas novamente e vou para meu quarto e estava muito enraivecido, e poderia descontar em qualquer coisa.

Mas mês passado já havia destruído meu quarto quando Júlio se mudou para nossa casa, e agora eu descubro que eles estavam tendo um caso, minha vontade e acabar com o resto da casa.

Eu não me importo mais se os bombeiros dizem que foi um acidente aquele incêndio, ele não estava em casa, a culpa era dele. Ele disse que estava com um cliente importante, agora tudo faz sentido ele estava com seu amante. E poderia ter a salvo, ele preferiu ficar com ele.

Não vou conseguir esconder isso e suportar aquela situação, eu vou acabar explodindo muito em breve, e quer saber não ligo mesmo.

E quem diabos é essa garota, será que é igual a ele. Eu não sei, só sei que já estou odiando ela, muito antes dela vim pro meu mundo.

Logo de manhã eu levanto cedo e tento esquecer o que ouvi na noite anterior e vou para a mesa tomar meu café forte como de costume todas as manhãs.

Eu saio de casa mais cedo naquele dia, antes dos dois levantarem.

Não conseguiria os encarar, precisava descontar minha raiva em alguma coisa.

E eu já estava indo pro lugar certo, o primeiro que me irritar hoje vai levar uma coça bonita.

Ando pelas quadras para passar o tempo, não queria chegar na hora, então fico mais de uma hora perambulando pelo bairro que parecia tão desconhecido para min.

Estou caminhando tranquilamente, e vejo vários outros alunos pegando o mesmo caminho que eu estava seguindo para o Colégio.

- Diego!

Alguém chama por meu nome e quando vejo era o cara que eu havia perguntado sobre Juliana no dia anterior.

- Como você esta cara? aquela briga foi incrível sabia.
- Não foi nada de mais.
- Ahhh pra min foi sim, e tenho certeza que você é o assunto mais falado do Colégio.

Dou de ombros sabendo que meu objetivo estava sendo alcançado, e fingindo não ser ambicioso, sendo que eu era.

- A proposito, meu nome é Luan.

E ele força um aperto de mão, e não ligo com aquilo, mais se continuasse a me irritar iria socar sua cara.

Outro conhecido aparece em meu caminho, era Daniel e nós cumprimentamos com muito mais facilidade, ele era um grande amigo para min, e tinha coisas que eu precisa contar para ele.

Eu não ligaria se o povo falasse por minhas costas dizendo que eu andava com Nerds, eu faria o que eu quisesse e quem batesse de frente comigo iria se arrepender.

Encontramos varias pessoas que me cumprimentam no caminho, ate chegarmos na entrada.

Coincidentemente, Juliana chega junto comigo então paramos e nos encaramos.

O clima estava pesado, ate que Jorge chegou e com o braço a puxou em direção da entrada.

Murmurou algo em seu ouvido que eu não conseguia ouvir, mas o olhar de ódio que senti sobre o ombro dela eu não iria aturar.

- O Patricinha, se tem algo pra dizer é melhor falar em vez de remoer, não acha?

Ela desprende de Jorge e vem em minha direção atormentada por ódio.

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⏰ Última atualização: Mar 06, 2020 ⏰

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