Capítulo V - Você não perde por esperar

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*Oi lindas! Não esqueçam de favoritar o capítulo, ok? Me motiva a escrever mais histórias pra vocês e também faz o livro crescer.

Obrigada. Boa leitura <3

Blake Haas

Um dia você é apenas um garoto inocente e viciado em videogames. No outro, seu fiel companheiro vira uma máquina mortífera e sexual que quer avançar em 'tudo que se mexe'.

Esse comportamento predatório, sem consentimento do 'tudo que se mexe', se chama sério desvio de caráter, mas não vamos entrar nesse critério agora.

Pela quantidade de tempo que a deusa de lábios vermelhos está me encarando, das duas uma: quer estrangular o meu pescoço ou pular em cima de mim e arrancar-me as roupas. Um sinal verde para acabar de vez com a ambiguidade não faria mal.

Tenho plena certeza de que o olhar é uma das armas mais poderosas que o ser humano possui, porque se alguém o inspecionar cuidadosamente, pode desbravar todos seus mistérios.

Há um mundo inteiro dentro de cada retina. O meu há de ficar bem escondido. No entanto, quero desvendar o de Savannah. Quem sabe eu descubra o que guarda por baixo desses olhos atentos e sempre bem delineados. Ou por que uma fitada fatal de suas esmeraldas é capaz de parar o trânsito, congelar o tempo e içar mastros.

Uma piscadela sua facilmente colocaria civilizações a baixo, apagaria o sol e faria o universo entrar em colapso, se ela assim o quisesse.

Neste exato momento, contudo, ela parece satisfeita em me deixar à deriva em seu mar de sensações. Ilhado. Sem folego. Ensopado e sedento.

Seus olhos são sua maior arma. Mas o resto também não fica para trás. Apesar de não estar contando, das dez vezes em que seus lábios se moveram, em nove estive doido para foder a sua boca com a minha língua até que nos faltasse ar.

Se definhássemos por falta de oxigênio, deixaria este plano com prazer. Consigo pensar em jeitos muitos piores de se ir – desidratado, incinerado ou afogado. E também melhores – qualquer lugar entre as pernas dela.

A vontade de amassar seu vestido e bagunçar seu cabelo só não é maior do que a vontade de borrar o batom vermelho que, como todo o resto, esteve impecável a noite inteira.

— Também quero fazer muitas coisas com você, Sr. Haas — Como o furacão que é, num rompante de deliciosa insensatez, Savannah sorri e agarra o meu pescoço quase na altura do queixo, apertando minha garganta de um jeito que certamente deixará marcas. — Mas não acho que vá gostar. Ou não sei... Talvez até goste.

Ela sobe em direção a barba, arranhando meus pelos lentamente com as unhas grandes e também vermelhas.

Bufo e fecho os punhos, abrindo logo em seguida.

Intempestivamente, apanho-a pela cintura. E a jogo sentada na bancada, encurralando-a em meu encalço.

— Chega de joguinhos, Savannah — Cerro os dentes, farto. —  Diga que não me quer, e eu te deixo em paz.

Com as costas de minha mão, afasto o cabelo de seu rosto.

Ande, linda, me diga.

Dai, bella. Dimmi — Meu indicador afaga sua face. — Diga que não me quer dentro.

Savannah arfa. E então umedece os lábios.

— Diga que não me quer dentro da sua boca, e eu facilitarei para nós dois. Irei embora sem olhar para trás. Mas cuidado se finalmente for admitir que te deixo louca, porque, se fizer isso, eu vou virar você do avesso aqui e agora.

Crossed Lines: sem limitesOnde histórias criam vida. Descubra agora