ஜ Savannah Wolff
Se tem uma coisa que aprendi, é a confiar nos meus próprios instintos. E não deixar opiniões alheias me abalarem.
Se disserem que você é agressiva demais por defender seus ideais, continue sendo assertiva. Se disserem que você é pretensiosa por acreditar no seu potencial, persista confiante.
Se disserem que você é arrogante por saber o que quer, siga sendo resoluta. Megera? Não. Pulso firme.
— As fotos do último photoshoot precisam de mais retoque. Confirme a reunião das quatro. Desmarque meu jantar com os Scott, aqueles dois são insuportáveis, diga que fiquei indisposta. E obrigada. — Digo a Portia, que me fita com um olhar ligeiramente aterrorizado.
Quando ela fica assim, sei que vem chumbo grosso pela frente.
— Sr. Haas está lhe esperando na sua sala, Srta. Wolff.
— O que é que esse insuportável quer comigo? — Pergunto, mas ela nada responde. — Deixe para lá, eu mesma descubro.
Três dias já se passaram desde o episódio no elevador. O êxtase foi embora, sim. Agora só resta o famigerado bom senso. E o bendito perfume alucinante do você-sabe-quem que perfura minhas narinas de vez em sempre, claro.
Que saber? Esquece o bom senso. Tudo que precisa saber é que, no momento em que sua boca aterrissou na minha, o pouso do Apolo 11 na lua pareceu amadorismo.
A libido venceu a razão e eu o envolvi num beijo necessitado, inconsequente e frenético. Mas, bastou eu retornar aos meus sentidos para que eu percebesse que fui contra ao menos seis leis da natureza no momento em que me deixei levar pelo seu enlace.
Contudo, se toda aquela catástrofe tomou parte foi porque eu quis. Blake me virou do avesso porque assim desejei. Porque nós nos desejamos mutuamente. Nossa atração um pelo outro escorreu tanto a ponto de transbordar.
E se fui embora foi porque eu quis também. Ao menos é o que tenho me dito desde que tudo aconteceu. A verdade é que precisei sair estrategicamente antes que as coisas ficassem perigosas demais.
Se eu quisesse, poderia deixá-lo comendo na minha mão por algum tempo – se é que já não está. Mas não posso me dar ao luxo de cair em sua lábia apenas por suspeitar que ele já esteja seduzido pela minha. Não vale a pena o risco. Risco de me envolver tanto a ponto de meter os pés pelas mãos. De chutar o pau da barraca. De me entregar.
De me entregar a ele.
Aposto que a pergunta que não quer calar é: por que o chamei de insuportável em voz alta? Simples. Primeiro, porque é verdade. E, segundo, porque é inevitável.
Sim, depois do beijo voltamos a brigar, como sempre. Que foi, esperava que a demonstração de saliva ardente fosse me fazer querer brincar de casinha? Pois pensou errado. A menos que estejamos falando de foder em todos os cômodos da casinha fictícia.
— Srta. Wolff, é um prazer revê-la. — Ele se levanta da cadeira onde estava confortavelmente abancado.
— Eu adoraria poder dizer o mesmo — Faço uma pausa para tentar entender a situação. — Você é...?
— Sebastian Haas — Ele estende a mão e eu a aperto. — Fechamos negócio com o representante da RFP, e estaremos trabalhando juntamente com o time de marketing digital da editora.
Toda essa semelhança é mera coincidência, quero acreditar. Blake Haas não perderia tempo mandando um clone-xerox para a minha sala com o único intuito de me desestabilizar. Ou me desgraçar da cabeça, de vez.
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Crossed Lines: sem limites
Romance"Chame do que quiser, mas essa tal força misteriosa está merecendo um esporro por continuar te fazendo atravessar meu caminho" - Savannah Wolff. Independente, sedutora, elegante e dona de dois metros de belas pernas, Savannah Wolff é a famigerada e...