Somente parei de correr quando os meus músculos formigaram com um ardo insuportável e as minhas pernas clamaram por descaso, porém eu dei um sobressalto assustado arregalando os meus olhos quando uma buzina alta começou a soar bem próximo a mim que ainda me encontrava perdido em pensamentos.
— SAI DA FRENTE, SEU IDIOTA! — um motorista me insulto em plenos os pulmões buzinado ainda mais provocando uma poluição sonora irritante.
Totalmente confuso pelo que acontecia fora da minha mente, que eu não consegui ordenar o corpo a se mexer, mesmo ele estando dolorido pelo esforço da corrida; e ao tentar move-lo, enfim, acabei parando na frente de um carro em alta velocidade, para uma pessoa atravessar a rua. A motorista soltou um grito de pânico, pisando no freio e parando o veículo quase em cima de mim fazendo eu tropeça em meus próprios pés.
Aparentemente, após isso acontece, pareceu que o meu consciente voltou a funcionar, então corri para o meio fio, mas, ainda sim, tombei-me sem querer com algumas pessoas que passavam por ali que, ao invés de receberem as minhas sinceras desculpas, insultavam-me e xingavam-me de tudo quanto era nome olhando-me mal-humorados.
Quando finalmente pude me afastar das pessoas apressadas, eu apoiei os braços em uma barra de proteção da ponte, recebendo a rajada fria de ar que vinha do leste do Rio Han.
Escorei-me no ferro observando-o por um tempo e tentando, com o balançar da água, colocar os meus pensamentos no lugar, além de acalmar-me também e os meus hormônios.
Durante esse período, eu me pegava relembrando a base de flashes do meu episódio com o Jung na beirada da ponte abandonada, a lembrança se repetia várias vezes em minha mente, e tudo o que eu queria era saber o que tinha acontecido comigo? O porquê eu ter feito aquilo? Por que de ter e estar comportando-me como uma mera criança correndo do que deveria abraçar e agradecer?!
Foi então que um pingo caiu no dorso da minha mão destra tirando-me o foco da paisagem e dos meus pensamentos infantis e confusos. Ergui a mão aproximando do meu rosto e encarando o pequeno pingo incolor.
Outro pingo surgiu em meu ombro esquerdo, e então, ao encarar o céu, o qual não tinha reparando a mudança de clima; um terceiro pingo caiu em minha testa e logo em seguida milhares desceram das nuvens escuras e cinzentas, transformando-se em chuva grossa e forte, encharcando não só eu, como também as pessoas despreparadas a minha volta que corriam para se proteger em algum estabelecimento mais próximo ou entrando em algum veículo.
De forma monótona, as minha pupilas se fecharam para apreciar mais uma outra que somente a natureza poderia me proporcionar, a tranquilidade com algo belo e simples.
Sorri bobo ao sentir todas as peças de roupa que eu usava colarem em meu corpo dando-me a sensação de uma camada a mais de pele.
Agarrei ainda mais na proteção da ponte, focando tanto no som da chuva que o som da cidade movimentada soava bem longe e abafada em meus tímpanos.
Somente retornei ao mundo sem vida quando o meu celular começou a vibrar várias vezes em um dos meus bolsos, entretanto, ao pegá-lo, ele parou de tocar imediatamente.
Fiquei surpreso ao enxergar, na tela de bloqueio, quantidade absurda de chamadas perdidas do Namjoon, Hyune e até mesmo de um número diferente, o que deduzir ser Hoseok; deveriam estar muito preocupados comigo após a fuga de repente.
Mexendo no aparelho para ver se tinha mais alguma coisa importante antes de ignora-lo novamente, ele tornou a receber uma chamada, porém franzi o cenho estranhando o nome que brilhava na tela.
— Alô, Leehan? — atendi colocando o aparelho colado na orelha húmida.
— Diz para mim que, onde quer que você esteja, é perto da cafeteria? — ela falou tão rápido que quase não compreendi o que tinha dito, a voz dela estava completamente chorosa.
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The Chance | Yoonseok
FanfictionEm toda a minha miserável vida, fui coberto de marcas e feridas, essas quase impossíveis de serem cicatrizadas, a ponto de chegar em um momento que eu não tinha mais esperanças para um futuro melhor que o meu passado; todavia, ela me mostrou que nad...