CAPÍTULO VII:

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— Izuku... — Cochichou o alfa, enquanto tentava acordar o esverdeado adormecido. — Izuku. — Chamou-o mais uma vez pelo nome, não se sentia muito confortável fazendo isso, principalmente depois de algo tão íntimo, então decidiu usar um apelido que cultivou consigo por muitos anos: — Deku, acorda.

— Hm? O que houve? — Perguntou, ainda de olhos fechados. Ele estava exausto, havia no máximo uma hora e meia desde que tinham caído no sono.

— Preciso que você levante, agora. — Acariciou seu rosto, causando-lhe arrepios leves. — Se veste, eu volto em cinco minutos.

   O menor não estava entendendo absolutamente nada, então se arrastando pelo quarto, pegou suas roupas e as vestiu, se jogando na cama novamente, afundando o rosto nos lençóis e inspirando com força. Ele nunca se esqueceria daquele cheiro embriagante de canela, era o melhor aroma que já sentiu na vida, mas muito além disso, nunca seria capaz de esquecer as coisas que aconteceram entre aquelas paredes, naquele quarto.

— Você é muito preguiçoso. — Resmungou, estapeando levemente a bunda de Izuku, fazendo-o rir. — Vamos logo, se chegar atrasado vai se arrepender.

— Atrasado para o quê afinal? — Se levantou, passando as mãos no rosto.

— Você verá, prometo te deixar dormir o quanto quiser depois disso, tudo bem? — Pegou em sua mão, levando-o consigo para fora do castelo.

   Kirishima por algum motivo estava acordado no meio da madrugada os esperando lá, já transformado na sua versão mais assustadora.
Ainda com medo daquela criatura, o meio-humano hesitou em subir no corpo de Eijirou, mas depois de muita insistência, ele e Bakugou subiram juntos.

   Quando levantou voo, o mais novo ainda parecia tremer, mas depois de alguns minutos já estava se acostumando e até mesmo gostando daquela experiência, é algo que nunca pensou em fazer, mas pretendia tentar outras vezes se pudesse.

   O vento gélido batia contra seu rosto e o céu estralado parecia convidativo como nunca.

    Quando pousaram, o alfa pediu para que Izuku fechasse seus olhos, e assim ele obedeceu, sendo guiado pelo loiro, enquanto atrás deles vinha Kirishima, nada preocupado com o som e o leve estremecer da terra quando andava. Assim que cessaram a caminhada e o menor finalmente pôde abrir os olhos, avistou a diante e bem longe, a capital do reino humano e o palácio de onde viera. O céu recheado de estrelas contribuía para uma visão ainda mais encantadora, pela qual ficou admirado.

— Nem tudo precisa de magia para ser tão interessante, concorda? — Se achegou nas costas do ômega, encostando levemente seus corpos, e apoiando seu queixo no topo daqueles cabelos verde.

— Tem razão. — Sorriram.

— Nós costumávamos dar mais valor a este tipo de coisa. Que dizer, quando eu ainda estava entre os meus. — Humanoide, Kirishima se aproximou deles, também sorrindo. Ele e Katsuki costumavam visitar aquela montanha muitas vezes quando o loiro ainda era instável e perigoso. — Nunca fomos muito bons em dominar magia, nem tínhamos prodígios para que se tornassem alquimistas. Em compensação, nos tratávamos de uma das mais ferozes e temidas raças que existiam.

— E o que aconteceu depois que teve que acompanhar Bakugou? — Indagou, já começando com suas típicas perguntas curiosas.

— Eu nunca mais visitei meu reino, mas soube que tem sido um caos nas últimas décadas. — Tentou permanecer sorrindo enquanto olhava para o céu. Era nítido o quanto sentia saudades e arrependimento.

   Izuku soltou-se do alfa, e foi até Eijirou, que desceu o olhar para seu pequeno e frágil rosto cheio de marquinhas, como o céu logo acima de suas cabeças.

『 𝐏𝐫𝐨𝐦𝐢𝐬𝐞𝐝 𝐭𝐨 𝐀𝐥𝐩𝐡𝐚 』 Onde histórias criam vida. Descubra agora