Secretária Particular - Ohanitta

Três palavrinhas...

Dois meses depois...

Os raios de sol iluminavam o quarto, mostrando que o dia chegara no Rio de Janeiro.

Um casal dormia abraçado na cama, cobertas por um lençol de seda branco.

As roupas estavam espalhadas pelo quarto, e o único som ouvido em todo apartamento eram o de suas respirações calmas.

Larissa foi despertando calmamente.

Abriu os olhos e encontrou a claridade, a fazendo fechar os olhos novamente.

Lentamente foi se acostumando com a luz e pôde ver que Ohana dormia abraçada a si, de um jeito quase protetor.

Ainda era cedo. 7:00 da manhã de um domingo. Ficou acariciando de leve o braço de Ohana, enquanto seus pensamentos voavam para longe, mas para ela.

Parecia que finalmente todos os sentimentos se encaixavam, se encontravam naquele terrível quebra-cabeça criado por ela mesma.

Ela a amava, de um jeito que nunca pensou em sentir por alguém.

Sabia que ela era confusa, que ela era difícil e meio arrogante quando quer, mas ela também podia ser carinhosa, romântica e sincera.

Ohana era incrível, do exato jeito dela, e era isso que a deixava cada dia mais encantada por ela.

Ouviu um suspiro e viu que Ohana acordara.

Sentiu os beijos dela em seu pescoço e sorriu.

- Bom dia – disse Ohana sorrindo. O sorriso dela a iluminava tanto quanto o sol.
- Bom dia – Larissa lhe deu um selinho rápido.
- Você tá acordada há muito tempo? – Ohana perguntou.
- Não muito. Fiquei com pena de te acordar tão cedo.

Ohana sorriu.
- Hmm, e vamos fazer o quê hoje? – perguntou.
- Ficar trancadas aqui e eu te enchendo de beijos? – sugeriu Larissa rindo.
- Boba. Mas sua sugestão é ótima... – disse sorrindo.

Após o café, tomaram um banho juntas e voltaram para a cama.

Ficariam o dia todo deitadas, se curtindo.

Ligaram a TV e deixaram em um programa qualquer, enquanto se beijavam.

Após um beijo lento e romântico, se separaram e sorriram.

Olho no olho.

Castanho no castanho.

O mesmo brilho, a mesma intensidade, a mesma emoção.

Ohana se perdeu nos olhos de Larissa, imaginando um mundo diferente daquele.

Ao se perder nos olhos de Ohana, Larissa finalmente tomou coragem e disse, acariciando o rosto dela e a olhando de forma tão intensa que chegava a surpreender a ela mesmo:

- Eu te amo...

Levou alguns segundos para Ohana tomar consciência do que Larissa disse, e quando tomou, engoliu a seco.

Era ali que tudo acabava.

Ohana olhou para Larissa, tentando raciocinar.

Ela podia dar adeus a sua carreira, e dizer o “eu te amo” para Larissa, contar a verdade e poder ser desprezada, ou...

- Que pena pra você... – as palavras simplesmente saíram, sem raciocinar realmente, ou tomar consciência.

Larissa a encarou, sem entender.

- Como? – ela perguntou. Sua voz saíra um pouco falha.

- Que-pena-pra-você – repetiu Ohana – sinto muito, mas meu trabalho acabou aqui.