Capítulo 5

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Estamos na sala, comendo pizza, e Lucas e minha mãe não param de conversar. Parece que são amigos a décadas.

E eu estou comendo minha terceira fatia de pizza de calabresa, bem quieta.

De repente escuto um trovão bem alto, então levanto e ando até a janela e vejo que está chovendo muito, mas muito mesmo.

Sinto que tem alguém atrás de mim, olho pra trás e vejo minha mãe e Lucas olhando pela janela.

(Mãe):Nossa, quanta chuva, Lucas você vai ter que dormir aqui hoje. -Diz minha mãe com um olhar assustado.

(Lucas):Não preci... -Ele ia dizendo mas minha mãe o interrompe.

(Mãe):Claro que precisa, não vou deixar você ir nessa chuva, Rubi você pode mostrar o quarto de hóspedes para ele -Diz minha mãe indo de um olhar desesperado para um olhar calmo em poucos segundos.

Você pode achar estranho essa reação dela, mas eu entendo.

(Eu):Claro, vem Lucas. -Digo já andando pra escada.

Subo as escadas com Lucas atrás, chego no corredor e vou andando até a terceira porta do corredor, abro e entro no quarto de hóspedes.
Esta tudo bem arrumado já que eu tenho mania de limpeza então gosto de deixar a casa bem arrumada.

Vou até a janela e abro as cortinas, dando a visão da floresta, com seu jeito sombrio que eu amo.

Olho para Lucas que está sentado na cama me olhando.

(Eu):Pode ficar a vontade, tem toalha no closet e eu vou buscar umas roupas pra você. -Digo.

(Lucas):Posso te fazer uma pergunta ? -Pergunta me olhando.

Sorrio.

(Eu):Claro. -Digo e me encosto na parede de frente pra ele.

(Lucas):Por que sua mãe ficou tão assustada quando viu que estava chovendo e não me deixou ir pra casa ? -Pergunta.

Fico um pouco sem jeito, mas decido contar.

(Eu):A cerca de um ano atrás, estava chovendo exatamente assim, meu pai estava voltando do trabalho e eu, minha irmã e minha mãe estavamos aqui em casa. Já tinha se passado 23:00 e estávamos preocupadas porque ele sempre chegava umas 22:00 no máximo, e aí recebemos um ligação, meu pai tinha sofrido um acidente de carro. Ele morreu naquela noite. -Digo deixando algumas lágrimas caírem.

Foi bem na época que minha sensibilidade ao sol tinha começado, e a mesma "força" que me protege também.

Olho para Lucas e vejo ele me olhando com pena.

(Eu):Se continuar me olhando com pena eu acabo com isso que você chama de cara. -Digo ficando irritada, odeio quando sentem pena de mim.

Ele me olha assustado.

(Lucas):Calma. -Diz.

Fico ainda mais irritada e sinto meus olhos começarem a arder, e sei que isso é um mau sinal.

Ando rápido até a porta e quando estou na frente dela, a ponto de abrir a porta, digo sem olhar pra trás.

(Eu):Nunca diga pra eu ficar calma, você não sabe o que acontece quando fico com raiva. -Digo e saio do quarto, indo em direção a porta do sótão.

Abro a porta e sem nem ligar a luz, subo as escadas e vou em direção a caixa de pertences do meu pai, pego qualquer camisa e uma calça de moletom.

Olho pela janela e fico pensando um pouco em subir pro telhado, como costumo fazer, mas logo tiro essa ideia da cabeça e desço as escadas.

Chego no corredor e tranco a porta, vou andando até o quarto e abro a porta sem mais nem menos.

De repente uma princesa vampira.Onde histórias criam vida. Descubra agora