CAP 1-Hello Runners!

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(só pra deixar claro, o sistema de abertura dos portões é diferente e ela vai chegar chegando porque ela é diferente também bjos)

                             -pov Minju-

Imersa no enorme mar de escuridão que os meus olhos fechados me proporcionavam, eu apenas tinha uma ideia em minha deteriorada mente:"é bom" oque é bom?

Acordar seria bom agora.
Conseguir abrir meus olhos seria bom agora
Respirar seria bom
Não sentir esse maldito calor agora seria bom

-Ela tá acordando!
-Então dê mais sedativo!
-Você quer matá-la?! Não é assim que tratamos os imunes!!!

Via perfeitamente a silhueta de uma mulher com o cabelo loiro preso em um rígido coque no topo da cabeça me acompanhando
Me acompanhando ao lado da minha maca

Eu tô numa maca?

Porque??

Espera!? QUAL É O MEU NOME??

QUEM SÃO ESSAS PESSOAS?

QUEM SOU EU?

QUE LUGAR É ESSE???

As luzes excessivamente brancas machucaram meus olhos e eu só tentava sair daquela situação degradante, mas não conseguia.
Meus pulsos estavam presos por amarras terrivelmente medievais pro equipamento tecnológico que via pelas salas que passava
Eram crianças. Apenas crianças! Por todas as salas que passava apenas via crianças, algumas perfeitamente normais, outras tentando atacar os médicos, com aparência doente e terrível. Fulgor. Foi a palavra que me veio à mente.
-Senhorita Ava, a paciente está pronta pra ir
-Sim eu já irei

Senti uma dor no meu braço e olhei pra baixo, quando vi uma agulha nele e senti minha cabeça e pálpebras pesarem, então tombei minha cabeça no travesseiro da maca e minha visão embaçou
-Preparem o líquido de imersão. Ela tem que ficar forte.- A voz da moça ficou longe, então ela sentou de lado na minha maca, tocou os dedos no meu rosto e o acariciou-CRUEL é bom, pequena. Faça uma boa viajem.

                                  CRUEL

O líquido mais denso que eu senti rodeava meu corpo e me impedia de fazer as duas coisas mais naturais do corpo humano: respirar e abrir os olhos
Ele foi baixando aos poucos e me vi em um lugar escuro, abafado com uma trama de metal embaixo de mim.
Sem nome
Sem idade
Sem lugar se origem
Sem...memórias
O lugar começou a se mexer, pra cima, me assustei e tentei me encolher, mas não consegui. Uma dor terrível tomava conta de todo meu corpo, me empedindo de fazer qualquer movimento. Meus pulmões doíam, um líquido chegou na minha boca e percebi que ele vinha direto deles, como um afogamento.
O elevador deu um baque, me arremessando pra cima e me fazendo bater as costas no seu teto, consegui me mexer e saí do lugar, agachado de quatro nele.
Escuro
Claustrofóbico
Úmido
Nojento
Tinha cheiro de ferrugem e de uma coisa enjoada cítrica que eu não sei explicar
Minhas roupas grudavam rentes ao meu corpo, meu cabelo grudava na minha testa e nuca.
O elevador começou a subir de novo, mais rápido
-HEY!SOCORRO! SOCORRO!- Minha voz saiu falha e rouca mas saiu bem alta
Aí ele parou de novo, me fazendo tropeçar nas minhas pernas e cair uma luz vermelha acendeu, depois uma verde
Ouvi vozes.
OUVI VOZES!EU NÃO TÔ SOZINHA!
Risadas curtas e muita gente falando ao mesmo tempo
Uma comporta abriu e uma luz inexplicavelmente clara adentrou minhas retinas, quase as machucando.
Meus olhos focaram lentamente em várias silhuetas ao redor do elevador onde estava
-Tá legal, pega ele.-Uma voz masculina ordenou e senti um abalo sísmico no lugar onde estava, me encolhi e fui pra uma sombra no canto de lugar, e logo vi uma mão pequena agarrando meu colarinho da blusa
-Tá na hora de acordar, fedelh...meu Deus...!- Consegui ver o rosto de um garoto que tinha no máximo 17 anos, loiro, olhos bonitos, uma boca bem cheinha, sobrancelhas erguidas e engraçadas, nariz empinado e sardas encantadoras e fofas. Tinha uma expressão de surpresa e diria até um pouco de medo.
Mas eu não liguei. Não parecia uma ameaça. Parecia que era como eu, mais uma criança com medo. Então abracei-o em um ato levemente desesperado
-Me tira daqui! Me tira daqui! Espera! Quem é você?!Onde eu tô?!
-Calma.-Sussurrou, se espelhando no meu ato e fazendo o mesmo. Notei que era muito grande, pois sua mão ocupava uma grande parte das minhas costas - É uma garota!- Gritou pras outras pessoas me fazendo dar um pulo, sua voz era bem grossa.-Meu nome é Gally
 

                              Gally

Um nome familiar... é um nome familiar!!!
Me lembro de um Gally em meus pensamentos. O único nome que me lembro. Mas qual será o meu?
A única lembrança viva.
Um lapso.
Dor de cabeça lancinante.
Grudei no garoto novamente
-Nossa! Você é apressadinha, né?-Uma voz masculina irritantemente fina gritou do lado de fora
-CALA A BOCA, SEU TROLHO!-"Trolho"? -Você se lembra do seu nome? De quem é?
-Não- Balancei a cabeça de um lado pro outro de um jeito infantil
-Tudo bem. Bem-vinda à clareira
Clareira?
Me levantei com uma leve dificuldade e vi um monte de meninos. Fui até uma escada de metal e a subi. Todos olhavam pra mim, me deixando bem desconfortável. Um menino muito branco com a touca da blusa azul, um asiático com um colete de couro equisito e uma camisa azul, um garoto loiro magrelo, um menino negro bem bonitinho com um avental de couro, um garoto baixinho e gordinho com cachinhos castanhos que aparentava uns 12 anos no máximo. Me olhavam como se eu fosse um alien.
Meus pensamentos foram interrompidos por uma mão grande no meu ombro e uma sombra cobrindo a minha. Me virei e era o tal Gally. Atras de nós haviam muros. Malditos muros de concreto, formando um quadrado perfeito ao nosso redor. A sensação de claustrofobia e insignificância tomou conta de mim de novo, me sufocando mais que aquele elevador com cheiro de ferrugem
-Estamos presos?-Perguntei olhando direto em seus olhos
-Sim, novata- Alguém ao longe me respondeu e percebi que era aquele menino magrelo e loiro
-Cadê as meninas daqui? Porque não tem garotas aqui?!
-Porque toda a garota perguntadora que aparece aqui é DEVORADA! -O garoto com os olhos iguais aos meus me respondeu e meu único reflexo foi disparar um soco no seu nariz. TÁ ACHANDO QUE TÁ NA DISNEY PRA ME DEVORAR??-PORQUE FEZ ISSO SUA TROLHA?!
-Tava mais do que na hora de darem um sacode no Minho com essas piadinhas trouxas!-Gally riu atrás de mim
-A gente não come ninguém aqui! Não somos canibais!-Ele me retrucou com a voz anasalada, ainda segurando o nariz-Você é a primeira garota que mandaram!
                              
                              Primeira?

(Espero que tenham gostado S2)

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⏰ Última atualização: Apr 29, 2020 ⏰

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