Estrela Binária

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Malva negra

O Joel parece um homem legal. Desses difíceis de encontrar. Agora porque será que ele e meu pai brigaram? Tenho que descobrir, não consigo imaginar meu pai discutindo com alguém.
- É ou não é a loja de flores mais linda que você conheceu em toda sua vida? O semblante do Joel brilha ao se deparar com sua loja.

A loja é enorme.
Uma prateleira mais colorida e desenhada que a outra, como se todas estivessem em competição mas não existe uma vencedora agora entendo porque eles tem uma funcionária isso aqui é um sinal de que existe paraíso.
Imaginei uma floricultura minúscula.
Meu pai nunca me contou que meu tio era proprietário de uma linda floricultura. O aroma desse lugar faz qualquer espírito se tranquilizar, encontrar sua paz interior. Caminho entre as diversas encantadoras flores.

O Joel me observa parado.

Entre as flores coloridas existentes na loja do seu Joel. Uma se destaca mais pela sua cor forte, ou eu que me encanto por ela. Me aproximo dela.

- Essa flor escura me lembra a noite. De tão perfeita que é.
Estou maravilhado com a riqueza de detalhes dessa flor, é hipnotizante para mim... essa flor me lembra a noite em que encontrei a Lawren ela me faz voltar ao tempo e vivenciar a noite em que a Lawren estava em meus braços me olhando nos olhos. Ela faz com que eu tenha uma sensação de djavu, só que dessa vida.

- Sim. Esta é a malva negra encantadora não é mesmo? Joel comenta.
- Sim. Respondo.

- Bem vindo a seu novo prazer Colin! Trabalhar com as flores é saber que alguém vai presentear, vai demostrar seu amor através de um buquê de flores. É saber que alguém deseja o perdão. É saber que alguém quer impressionar lindamente alguém.

O Joel deve estar acostumado com os inúmeros clientes que chegam aqui pedindo ajuda. Por uma boa causa. O Joel é feliz com o que faz. Percebemos isso quando ele fala do que ama. Quero dizer quando os olhos deles falam.

- As pessoas vem aqui querendo comprar um presente muito significativo e não existe nada melhor que ajudar alguém nessa tarefa.
Joel organiza cada flor que está a sua frente enquanto fala.
- Segue caminhadas entre as flores.

- Qual o seu público alvo? Pergunto repentinamente.

- Não existe publico alvo no rumo das flores. Pessoas de diversas idades chegam aqui querendo um lindo buquê pra impressionar alguém. E acredite Colin, conseguem.

Será que a Lawren ficaria feliz recebendo um buquê de rosas? Não sei bem, se ela vai gostar mas decido pedir ajuda para o seu Joel.

- Para surpreender alguém o senhor presentearia com qual rosas daqui?
- Joel põe as mãos em seu queixo faz cada de pensativo e observa.
- Na verdade acho que um buquê de rosas vermelhas deixaria qualquer pessoa impressionada, já que as rosas são a rainha das flores.

- então o senhor sugere que eu a entregue um buquê de rosas vermelhas? - Interrompo.

- Não! Não... quero dizer que a maioria das pessoas fazem isso. Mas se você realmente quer surpreender um alguém escolha entre as flores uma que te lembre algo ou que você se sente mais familiarizado.

Joel é calmo. Uma pessoa fácil de se ter. fácil de conviver.
Acho que as flores fazem isso com ele e continua:

- Tem pessoas que quando chegam aqui e não escolhem rosas simplesmente porque todos gostam. Escolhem uma flor que seja linda particularmente.
-Nossa! -Suspiro.

-- Você se encantou com a malva negra, foi isso?

- Sim.

Joel segue até a prateleira da malva negra começa a preparar o buquê e fala:
- Então pegue alguns galhos da mesma e façam um buquê. Tenha paciência e coloque amor em seus detalhes. Assim a pessoa presenteada se surpreendera ainda mais.

Observo como ele passa tanto tempo fazendo um negócio que para outros seriam tão rápido.

- Pronto! Seu buquê está pronto.
- Um sorriso orgulhoso de abre.

- Obrigada seu Joel. Hoje mesmo a noite faço questão de entrega para a Lawren.

- Lawren é o nome dela? É um lindo nome. - me interrompe.
- Não sabia que você tinha namorada meu filho.

Pensar na possibilidade de namorar com a Lawren me deixa instigado.
- Não! Ela não é minha namorada.
Tento esclarecer o mais calmo possível. -Apenas um alguém especial.

- esses jovens sempre complicando tudo. - Solta uma pequena gargalhada.

- Porque você não a convida para jantar conosco? Tenho certeza que a Tereza vai amar recebe-la.

Seu Joel parece animado com a ideia de um jantar. Observando não é uma má ideia.
- Quem sabe um dia?
Tenho disfarçar.

As horas voaram realmente trabalhar com as flores é algo incrível. Meu tio não sabe o quanto é privilegiado por trabalhar com algo que ama.

- isso aqui é seu!
Joel me entrega o buquê de flores.

- Sorrio. - Obrigada Joel.

...

A sensação de estar em uma casa que não é a sua é tão estranho. Tudo se torna desconhecido. Parece que você nunca viveu sua infância. A sensação de lar realmente vem de pessoas.
A noite já chegou a janela do meu quarto revela o espetáculo do céu.
Será que a Lawren vai gostar das flores? Nunca quis agradar nenhuma das meninas com que m me encontro, essa vontade de tentar surpreender a Lawren parece automático. Será que estou apaixonado? Isso é está apaixonado? Essa inquietude a todo momento querendo saber se a pessoa está bem ou se vou conseguir seu dia para melhor.

Bom. Estou ansioso. Tento me arrumar para chegar até a casa da Lawren.

A ausência dos meus pais me lembram que sou uma pessoa horrível. E as vezes me esqueço que eles não estão presentes pertinho de mim. Ainda não compreendo a viagem repentina, mas se não fosse a Lawren eu estaria mais confuso com a vida.

Meu pai sempre foi romântico e eu nunca aprendi a ser romântico como ele. Não herdei nada do meu pai, como uma pessoa de 19 anos não sabe o que quer da vida. Muito menos o que fazer com ela.
Pronto. Último suspiro no espelho.

Meu coração palpita desesperadamente. Repito comigo.
- Calma Colin.

Bato na porta da Lawren.

- Olá Colin!
Fico surpreso com sua alegria ao me ver.

A Lawren está linda. Provavelmente irá sair ou está esperando alguém.

Entrego as flores para ela e a única coisa que consigo dizer é:
- Essas flores me lembra você. - Um sorriso se abre surpresa.

- malva negra? Amo essas flores.
Ela conhece o nome das flores estou surpreso.

- você conhece o nome delas?
A expressão de seu rosto não deixa ela esconder que amou as flores e eu fico bastante aliviado.
- Sim. Eu amo essas flores elas são encantadoras. Me espanta você conhecer-las.
- cheira as flores.

- Obrigada Colin. Você realmente me surpreendeu. Mas porque você escolheu as flores escuras?
Sua atenção esta toda em meu rosto e acho que passo muito tempo para responder.

- Comecei hoje à trabalhar na Floricultura do meu tio hoje. E essas flores me lembraram você.

Nossa não lembro de quando eu me tornei tão sincero assim. Não consigo esconder algo dela.

-O trabalho mais lindo é vender flores.
- Você está linda! Estava de saída?
Pergunto com uma pontada no meu coração.

-Estou de saída para o Sarau. Vou ler algumas de minhas poesias.

Os lábios dela são perfeitos combina com seu olhos que combina com seus cabelos que combina com a noite que combina com a flor. A malva negra.

A poetisa mais linda em que já conheci.

Fico em silêncio. Nesse momento só consigo admirar sua beleza.

- Você não quer vim comigo?
Não esperava esse convite.

- Será uma honra. Acompanhar você.

Põe as flores em um vaso. - Então vamos? - estende seus ombros.