Capitulo 2

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Não revisado




_Ja fez o teste? _A pergunta de Eduarda me fez parar a verificação do novo estoque para olhar para ela.

_Não. _Respondi olhando novamente as bolsas dentro da caixa.

_Não acredito, já deveria te feito, por que não fez. _Deixei a prancheta sobre a caixa que estava no estoque e olhei novamente para a minha amiga que me mostrava dois testes de gravidez nas mãos. _Vai fazer o teste Karol.

Ela estava empolgada, na verdade eu estava como ela na primeira tentativa, estava em êxtase e mal via a hora de saber o resultado do teste de gravidez, mas quando se está na terceira tentativa, a única coisa que sinto é medo.

Eu posso ter passado um tempo sem saber o quanto um filho parecia importante para mim antigamente, mas agora eu o queria tanto que depois de duas tentativas furadas e mais de cinquenta mil reais gastando para o resultado ser negativo, eu estava em um momento delicado, fazer o teste poderia me trazer uma decepção tremenda, principalmente depois que prometi pra a minha mãe que essa seria a última tentativa por enquanto.

Ela acabou me consolando depois do segundo resultado negativo, ela viu o quanto fiquei mal, agora tinha uma promessa de para me minha tentativa de engravidar, mesmo não querendo realmente fazer isso.

Eu estava com medo, a gravidez tinha se tornado importante para mim, eu fiz planos, várias deles, me via com um bebê e já imagina as mudanças que poderia fazer na minha vida pra que tivesse tempo para o meu filho, mas com os testes negativos veio também os pensamentos que eu não seria capaz.

Apesar de todos os exames dizer que eu estava pronta para ser mãe, não era isso que a minha cabeça pensava agora, quer dizer, eu estava quase chegando aos quarenta, deveria te algo de errado que os exames não viu.

Com certeza os anos tomando anticoncepcional tenha me deixado incapacitada de gera um bebê, afinal eu tomo isso desde os meus dezessete anos, algo em meu corpo esse medicamento deve ter alcançado.

Lógico que estava inventando explicações para o motivo de não engravidar, mas todas que tinha minha médica dizia que não iria impedir de geral um bebê.

Mas não era isso que os testes negativos diziam, e ter Eduarda, me mostrando aqueles testes não me fazia sentir muito bem.

_Nao quero fazer isso agora, estamos no meio de expediente. _Disse me afastando dela.

_Karol...

_Nem tenta, eu vou trabalhar, deveria fazer o mesmo. _eu fingir verificar o controle de mercadorias colado na parede e ouvir ela suspirar.

_Ok, nós falamos mais tarde então. _Escutei seu passos se afastando e me virei, percebendo que ela tinha deixado o teste em cima da nova mercadoria que tinha chegado.

Eu vi as caixas, e peguei uma, sabia exatamente o que tinha que fazer, mas sempre lia as coisas, para ter certeza.

Olhei para a porta do estoque e estava sozinha ali, um frio na minha barriga subiu aos poucos, me fazendo sentir um calafrio pelo corpo inteiro.

Não podia adiar aquilo para sempre, já fazia dois dias desde o tempo estimado que a médica me deu para fazer o teste, e vinha enrolando um bocado.

Tudo bem se não ter certo, eu posso seguir em frente, sem qualquer problema, poderia  tentar a adoção, apesar de achar que a fina de espera seria imensa, e que eles com certeza iam dar preferência para casais já formados, não para uma mulher solteirona com medo de viver sozinha pelo resto da vida.

E sempre tinha a chance de eu encher a minha casa com gatos, minha mãe sempre fez piadas com isso, não seria tão ruim eu tornar isso realidade.

Caminhei até a porta do estoque e a fechei, caminhei até o banheiro que tinha no fundo e entrei, olhei meu reflexo apelo espelho e imaginei aquela mulher daqui uns anos.

Talvez sem um filho, e sem gatos, mas aquela mulher ali, era forte, tinha conquistado milhares de coisas, poderia superar mais uma decepção, nada que a vida não tivesse ensinando, eu poderia levar e seguir em frente.

Poderia fazer milhares de coisas.

_Você consegue. _Disse para a mulher do espelho, e apesar de não confiar em nada que pensei eu abrir a embalagem dos testes.

Levantei o meu vestido, abaixei minha calcinha e fiz xixi no pequeno pote que vinha na embalagem, deixando o mesmo sobre a pia, me sequei, arrumei minha roupa e coloquei as duas tiras na urina.

Peguei o meu celular, coloquei no cronômetro de cinco minutos, cruzei os meus dedos, fechei os meus olhos e pedir fortemente que Deus escutasse o meu pedido.

Quando o celular tocou, eu respirei fundo, meu corpo tinha pequenas ondas de eletricidade e eu tinha medo de abrir os olhos, mas mesmo assim fiz.

Desliguei o cronômetro e olhei os testes, o dois, demonstrando duas fitas azuis.

_Jesus! _Disse sentindo as lágrimas rolarem, eu peguei um dos testes, percebendo que minha mão estava trêmula e confirmei, era positivo.

Eu teria um bebê.

Deixei o teste de lado e automaticamente toquei na minha barriga, sem acreditar que ali crescia alguém.

A sensação que estava sentindo não tinha explicação, sentia minha vida completa naquele instante, seja lá o que venha no futuro, eu já tinha uma certeza.

Esse bebê era o que eu mais precisava.


Até a próxima!!!

Ela É Perfeita.Onde histórias criam vida. Descubra agora