Capitulo 11

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— Fala baixo Vanessa! Tu quer que alguém escute?
— Como tu tá namorando um homem? Tu sempre ficou com mulher.
— Vanessa, tenta entender. Tu acha que se eu pudesse escolher eu não continuaria namorando só mulher? Mas aconteceu, a gente acabou de apaixonando.
— Não acredito no que eu acabei de ouvir! – ela se sentou e ficou pensando no que eu tinha falado — Quem é ele?
Fui pro lado dela, peguei mão dela.
— É o Rodrigo.
— Que Rodrigo? – eu acho que quando a ficha caiu, ela olhou pra mim, se afastou e foi levantando colocando a mão na boca (me lembro bem dessa cena) – Não, isso é mentira né?
— Não.
— Vocês nunca se deram bem e agora como podem tá namorando?
— Deixa eu te explicar como tudo aconteceu.
Ela sentou do meu lado, fui contando tudo desde o começo. Contei a até a história do Guga também, e vi que ela ia entendendo. Ela ficou mais calma depois que eu contei tudo.
— E porque tu não me falou isso antes?
— Porque não foi e nem tá sendo fácil, fiquei com medo da tua reação.
— Desculpa pelo show que eu dei aqui, me desculpa mesmo — ela me abraçou – Conta comigo pra tudo mesmo, viu?
— Brigado! Cara, como eu tô aliviado em ter te contado!
— Vocês tão namorando há quanto tempo?
— Dois dias!
— Só? E vocês já, ah tu sabe, né?
— Porra, isso eu não conto.
— Já, né? Ah, me conta safado!
— Claro que não, mas me diz com quem tu tava ficando.
— Ah, esquece! Era um filho da mãe que não vale a pena nem falar, foi até bom ele ter terminado comigo.
— Hum... – a gente ficou conversando não por muito tempo porque ela ainda tinha que ir fazer a unha.
— Olha, qualquer coisa que tu precisar conta comigo, viu? Te amo — me deu um beijo no rosto e foi embora.
Na sexta à noite, entre um intervalo de uma aula pra outra, eu fui comprar algo pra comer, quando o Rodrigo me ligou.
— Oi.
— Vem aqui no banheiro do 3° andar, rápido!
— Por quê? O que foi que aconteceu?
— Vem logo.
Eu fiquei preocupado e fui meio que correndo, cheguei lá e entrei.
— Rodrigo? – quando alguém me agarrou e me levou pra dentro de uma cabine – Tá ficando doido?
— Tô há muito tempo e é por ti! – ele me beijou, passando a mão pelo meu corpo me deixando mole.
— Para com isso.
— Quer mesmo que eu pare? – ele foi tirando a minha camisa, mas eu não deixei.
— Tá ficando doido? Já pensou se alguém entra aqui?
— Ninguém vem aqui amor, relaxa – ele voltou a me beijar, ele passava a mão no meu pau – tô com saudades de ficar sozinho contigo.
— Mas aqui não! – eu passei por ele que me segurou, me encoxando.
— Essa bunda que me deixa doido! – ele fez questão de esfregar o pau duro na minha bunda e ainda mordeu meu pescoço, me arrancando um gemido.
— Não, para! – eu empurrei ele e saí do banheiro, voltei pra minha sala e meu celular vibrou. Era uma mensagem dele:
"Seu mau, mas isso não vai ficar assim"
Tive que me controlar pra não rir alto. Saí cedo da faculdade, quando eu tava saindo do bloco colocaram a mão no meu ombro, eu olhei e era o Guga.
— Oi, a gente pode conversar?
— Gustavo, claro, bora sentar ali na frente.
A gente foi nos bancos que tinha ali, ele sentou do meu lado.
— Antes de tudo, queria mais uma vez pedir desculpas, sei que fui um idiota contigo, confesso que senti raiva, ciúme, inveja do Rodrigo, queria tá no lugar dele, mas a gente não pode ter tudo na vida. Então, como eu não posso ter o teu amor, pelo menos a tua a amizade eu ainda tenho, né?
— Claro que sim, rapaz — dei um abraço nele.
— Tu me desculpa, né?
— Claro, aproveita e me dá uma carona? – a gente riu e ele veio me deixar em casa.
— Valeu pela carona.
— Que isso, tô acostumado já.
— Falou Guga.
Entrei em casa, fui pro meu quarto e depois desci pra comer algo. Um tempo depois, meu celular tocou. Era o Rodrigo.
— Oi.
— Arruma as tuas coisas que a gente vai viajar amanhã.
— Pra onde?
— Isso que eu gosto em ti, tu não pergunta porque e sim pra onde. Marajó.
— Marajó? Sério? Nunca fui.
— A gente vai às oito da manhã.
— Tudo bem!
— Tchau.
A gente desligou. Eu fui pro meu quarto e comecei a arrumar as minhas coisas, camisa, bermudas, essas coisas. Fui até a mamãe e avisei pra ela que ia viajar.
— Tu vai viajar com a galera?
— É, mãe. Com a galera!
— Vai pra onde?
— Marajó.
— Tudo bem.
Voltei pro meu quarto e fui ver se não tava esquecendo nada, quando eu vi ia dar 11:30, então eu fui dormir. Me espantei com meu celular tocando.
— Oi.
— Levanta, meu amor!
— Que horas tem, Rodrigo?
— Seis horas.
— Porra!
— Bora, moleque, levanta que a gente não pode perder essa balsa. Ah, a gente vai de carro pro nosso deslocamento por lá, acho melhor.
— Tá bom, deixa eu levantar e tomar um banho.
— Vai lá e não esquece, viu?
— Do quê?
— Que eu te amo!
Nem respondi rs, desliguei e fui pro banho. Me despedi dos meus pais e depois fui encontrar com o Rodrigo na esquina de casa. Coloquei minha mala de mão no porta-malas e depois entrei no carro.
— Bom dia!
— Bom dia, preparado pra passar esses dias só nós dois?
— Sim, sim! – dei um selinho nele e a gente foi pro terminal, ele pagou as passagens, a gente entrou e ficou esperando dar oito horas pra balsa sair. A gente ficou conversando.
— Tu falou pra alguém que a gente ia viajar? – ele perguntou.
— Não, e tu?
— Não também! – peguei os óculos dele e coloquei em mim – Folgado!
A viagem demorou cerca de três horas, de lá nós fomos de carro até Soure e no caminho a gente foi conversando e ouvindo música.
— Quantas vezes tu já veio pra cá, Rodrigo?
— Com essa é a quarta vez.
— E onde a gente vai ficar?
— Eu aluguei um chalezinho pra gente ficar.
— Legal.
Eu coloquei a mão na coxa dele. O som do carro era sertanejo, até que começou a tocar Jorge e Mateus, a música era Te cuida coração (muito boa). Tirei a minha mão da perna dele, aumentei o som e comecei a cantar, ele pegou a minha mão e colocou de novo na coxa dele e eu fiquei meio que massageando e cantando.
— Quem escreve essas letras é muito foda, viu?
— Tu curte Jorge e Mateus? — ele perguntou.
— Sim, sim.
— Então depois eu vou colocar uma música.
Quando terminou a música, ele ficou trocando até que parou numa.
— Acho essa música a nossa cara, ouve a letra!
Ele começou a cantar junto.
— "Pára pra pensar, porque eu já me toquei
Eu te escolhi, você me escolheu eu sei
Tá escancarado, vai negar pro coração
Que você "tá", com sintomas de paixão"
Ele pegou a minha mão e deu um beijo nela.
— "É quando os olhos se caçam, em meio à multidão
Quando a gente se esbarra, andando em qualquer direção
Quando indiscretamente, a gente vai perdendo o chão
Vai ficando bobo, vai ficando bobo"
— "E ai já era, é hora de se entregar
O amor não espera, só deixa o tempo passar
E fica pro coração, a missão de avisar
E o meu "tá" dando sinal, e "tá" querendo te amar."
No final da música eu tava chorando, sorte que eu tava com os óculos e acho que ele não reparou, achei aquilo tão lindo. Ele olhou pra mim.
— Eu te amo!
Me aproximei dele de um beijo na bochecha dele.
— Eu que te amo!
Ali eu pude sentir que ele me amava, pode até parecer besta, ele só cantou uma música, mas eu sentir sinceridade nele.
II
A gente chegou em Soure depois de atravessar mais uma balsa. A cidade até que era bonitinha, só que mal cuidada. A gente foi pro chalezinho que ele falou, mas era uma pousada, deixamos as coisas no quarto e fomos comer. Voltamos pra pousada, tirei a camisa e me joguei na cama e ele do meu lado.
— Praia?
— Deixa dar pelo menos três horas, Rodrigo.
— Tudo bem.
A gente ficou lá jogado, ele passando a mão na minha cabeça e eu quase dormindo. Ele levantou e disse que ia tomar um banho, nem respondi, do jeito que tava eu fiquei e acabei dormindo. Me espantei com ele beijando meu pescoço.
— Acorda, bora pra praia.
— Tá bom.
Me levantei da cama, peguei a minha toalha e fui pro banho, saí com ela enrolada na cintura. Peguei minha sunga, vesti, coloquei uma bermuda e os óculos dele.
— Tá um gato — ele me deu um beijo.
A gente foi pra praia da Barra Velha, ficava a uns 10 minutos de onde a gente tava. A praia era linda, era tudo aquilo que já tinha ouvido falar e muito mais.
— Caralho, que lindo!
— Muito mesmo.
Praticamente a praia era só nossa. Tinha umas pessoas longe da gente numas barraquinhas, tirei minha bermuda e deixei no carro.
— Vem, bora pra água — eu fui na frente e ele veio atrás de mim.
— Que bunda é essa?
— Para Rodrigo! – ele chegou e me abraçou, colocando o pau que tava meia bomba na minha bunda.
— Olha como eu fico por ti.
— Tu tá ficando doido?
— Ah, tem ninguém aqui perto — ele deu uma mordida no meu pescoço.
Me soltei dele, saí correndo pra água e me joguei. Ele se jogou logo atrás de mim.
— E aí, a água baixou esse fogo?
— Deu uma acalmada no gigante.
A gente riu e depois ficamos conversando já na areia.
— Recuperei a energia — falei.
— Opa, então hoje tem?
— Caralho, hoje tu tá que tá Rodrigo.
— Tá bom, parei — ele fez uma cara de bravo.
— Ô meu amor, fica assim não.
Aonde a gente tava era a parte que era formada por tipo uma duna de areia, então quem tava nas barraquinhas, no início da praia não via quem tava no início do mar, a gente não via quem tava vindo. Olhei pra ver se não tinha ninguém por perto, coloquei a mão na coxa dele e dei um beijo, ele me puxou pra cima me fazendo sentar no colo dele.
— Tu não presta, Rodrigo.
— E eu sei que tu gosta!
Ele beijou meu pescoço, e depois ficou chupando meu peito, aquela sensação de ser pego me deu um tesão, meu pau tava quase saindo da sunga, ele tirou ele da sunga e ficou me masturbando.
— Pelo visto não é só eu que tô precisando apagar o fogo.
Peguei o cabelo dele, puxando um pouco pra trás, passei a língua na boca dele e me levantei, mas ele me segurou e me jogou na areia e ficou por cima de mim.
— Tu nunca mais me provoca, viu? – e me tascou um beijo cheio de tesão, com força mesmo.
O pau dele tava quase rasgando a sunga, ele puxou a minha sunga até metade da coxa, eu tava entregue. Ele pegou o dedo indicador, colocou na minha boca me fazendo chupar e depois foi enfiando no meu cu, me tirando um gemido.
— Isso, geme pro teu macho!
Ele ficou metendo o dedo, meu pau tava muito duro, já saia o pré-gozo, quando ouvi uma voz de criança falando.
— Bora mãe, corre que a água tá ali!
Eu saí debaixo do Rodrigo tão rápido que eu nem sei como não caí, me joguei na água e ajeitei a minha sunga. O Rodrigo encolheu as pernas tentando esconder o pau duro. Vesti minha sunga e em cinco segundos apareceu um menino de uns sete anos e logo após a mãe com o pai, a gente inventou qualquer assunto e ficou conversando. Meu pau ficou mole e o dele também porque depois ele esticou as pernas e riu.
A gente acabou conversando com o casal que chegou e eles disseram que à noite na praia do Pesqueiro tinha um bar que tocava uma música legal e que era tranquilo, bom pra curtir mesmo. A gente ficou mais um pouco e depois fomos embora.
Na pousada não teve nada demais rs, a gente tomou banho e dormiu, acordamos por volta das oito da noite, tomamos banho e fomos atrás do que comer.
— Tá a fim de ir lá naquele bar que aquele casal falou?— Rodrigo perguntou.
— Bora dar um olho lá, pra ver qual é a vibe.
A gente comeu e depois foi pra lá. Chegando lá o bar era bonito e bem rústico, lá tinhas umas cinco pessoas, tocava uma música antiga, mistura de lambada com bregas antigos.
— Gostei — falei.
— Também.
— Bora beber?
— Claro!
A gente chegou no bar e o Pedro, o dono nos atendeu muito simpático, ficou conversando com a gente, contou a história do bar.
— Meu filho é meu maior orgulho, faz faculdade de medicina em Belém na UFPA – ele falava.
— Porra, imagino – disse eu.
— Ele mora em Belém com o namorado.
Quando ele disse isso o Rodrigo se engasgou com a cachaça.
– Tudo bem?
O Rodrigo disse que sim concordando com a cabeça.
— Vieram só vocês dois? — ele perguntou.
— Sim, sim — respondi.
— Ah claro, vocês são namorados também, né?
Dessa vez quem quase engasgou fui eu, olhei pro Rodrigo que olhou pro seu Pedro e disse:
— Sim, a gente namora há três dias.
— Eita, ainda tá no começo. Sei bem como é, vocês devem fazer sexo todo dia, né?
Eu ri do que ele falou, era tão legal a forma que ele tratava a gente, sem preconceito nenhum.
A gente foi pra uma mesa e as pessoas que estavam ali foram embora, ficando só eu e o Rodrigo. O álcool já tava começando a fazer efeito em mim, até que começou a tocar um brega antigo (que eu amo) o nome é Ao pôr-do-sol, Ted Max que canta. Cara, eu sou doido nessa música então me levantei e comecei a dançar sozinho. Cheguei perto do Rodrigo e o puxei, mas ele não quis.
— Égua, não vem? Bora dançar.
— Tá ficando doido?
— Vem logo, porra!
Puxei ele da cadeira, coloquei os braços sobre os ombros dele, ele pôs os braços na minha cintura, a gente começou a se balançar. A gente dançando ali no meio do bar deveria ser uma cena muito engraçada porque o seu Pedro começou a aplaudir no fim da música.
— Dois pé de valsa!
A gente riu, eu dei um beijo no Rodrigo.
— Eu te amo! — falei.
— Quem te ama sou eu!

Eu não sou gay, eu só me apaixonei por outro cara. Onde histórias criam vida. Descubra agora