Memórias de um passado sombrio

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Maca abre os olhos e se vê na sua antiga escola, poucos dias depois de Rachel ter voltado ao inferno, e a rotina ter voltado ao normal. Estava tudo em preto e branco para ela.

— Tem certeza que não quer que eu entre com você? — Pergunta Becca encarando a pequena Macayla logo do seu lado que afirma não precisar de ajuda.

Maca resolve seguir a criança pela escola, e percebe que não se lembrava de muita coisa desse dia. Só lembrava que era nessa época que ela e seus amigos andavam juntos o tempo todo. 

  Um garoto acabou dizendo que ela era estranha e aquilo a irritou o que fez com que começasse a bater nele completamente irritada e gritando pela escola.

— Isso é novo... — Diz Macayla não se lembrando daquele momento específico.

Logo ela se vê na sala do diretor com seus pais e a menina na sala.

— Sua filha é extremamente agressiva com os alunos. Precisam resolver isso, ou serei obrigado a expulsá-la. — Disse o diretor.

 E como em um passe de mágica o lugar se movimentou levando-a para a sala da terapeuta que conversava com ela na tentativa de remover seu trauma.

— Tente se abrir e falar comigo Macayla, para que eu possa te ajudar.

— Você não entende! Ninguém entende! Só eu posso resolver isso! E tenho que encontrar a Rachel! Só ela pode me ajudar de verdade! — disse a menina. — Só ela me entende!

— Quem é Rachel?

— Ela é quem comanda os demônios do inferno! O lugar onde fiquei presa... Tinha demônios lá!

— Acredita que esteve presa no inferno? — Perguntou a terapeuta e a Macayla do presente  sentou-se do lado da menininha que contava seu caso junto com a psicóloga.

— Eu sei que estive! Meu pai foi mandado para lá também. Eu o trouxe de volta a vida! Fiz tudo que pude e aí quando voltamos... Tinha o pai da Rachel...

— Quem era o pai da Rachel? Lúcifer?

— Não! Lúcifer é o meu avô paterno! — A Macayla adolescente fez uma careta. Foi nesse momento em que a terapeuta entendeu errado e começou a receitá-la os medicamentos.

Suas memórias foram para seus 12 anos de idade, onde ela anda estava na terapia porém evitava falar.

— Está tomando seus remédios Macayla?

— Eu não vou tomar mais aquilo por que me deixa lesada. E não resolve em nada, não estou louca, eu sei exatamente o que aconteceu.

Porém nada daquilo adiantava, ela ainda acreditava que Maca precisava de ajuda. 

  Depois que Blake e Becca entraram no consultório a médica delatou um lado pior sobre as condições da garota.

— Bom... Ela foi diagnosticada com Transtorno de bipolaridade...E também... Preciso que avaliem-na em um psiquiatra. — Disse a doutora aos pais de Becca. — Tenho desconfianças de que isso pode desencadear algo pior...

A psicóloga não disse com exatidão o que era esse pior, mas Maca sabia. Ela acreditava que a menina possuía sentimento de superioridade já que sempre dizia "Só eu posso fazer isso ou aquilo" Sem saber que a menina acreditava nisso por conta do fardo que foi lhe entregue cedo de mais. E então tinha a agressividade e as falas "metafóricas" como... "Precismo destruir os demônios ruins". O que dava ela a entender que Macayla possuía transtorno de identidade. Um perigo a sociedade.

O que não era o caso dela. Não completamente.

Suas memórias viajaram desta vez aos seus 14 anos. Onde um homem de casaco branco aparece em sua residência para fazer uma visita a família.

***

  Lizzy respirou fundo preocupada. Azakiel era tudo de bom e de teimoso também. Seu medo era de que ele fizesse algo da qual se arrependeria no final, algum tipo de dano que não pode ser desfeito. Ela se perguntou o que será que aconteceu para ele desistir de morar com a mãe.

  Talvez Macayla fosse o motivo maior. Ele sempre foi louco por ela embora a menina jamais desse bola.

  O fato é que quando Zak chegasse em sua casa pela manhã ela iria aproveitar para conversar com ele, e também ambos poderiam ir até Macayla já que Rafael havia lhe mandando uma mensagem pedindo que ela passasse na casa da garota para algum tipo de plano em relação a Aurora.

  O que não importava mais já que Lizzy sabendo do que aquela mulher é capaz. Sempre no escuro, planejando. 

— Azazel foi sacrificado. — Disse Lizzy pensando sozinha no ar relembrando do demônio. — Ele não perdeu.... Foi sacrificado pela Aurora... —  Disse ela.

— Então realmente você sabe de tudo. — Disse uma voz não autorizada assustando a menina.

  Lizzy se levantou na hora ao ver um homem parado em sua porta.

— Não nos conhecemos ainda. Porém posso me apresentar cordialmente, Lizzy. — Espera... Ele sabia o nome dela? — Meu nome é Rowan. — Respondeu fazendo Lizzy engolir em seco.

— O capacho da Aurora.

— Aurora havia mandado outro atrás de você, mas por algum motivo quis vir pessoalmente. Você se parece com ela, mas não é ela. Só existe uma como ela... Por isso vou matar você eu mesmo. — Nesse momento Lizzy correu o empurrando para o lado em direção a sala, ela tinha de sair dali o mais rápido possível.

  Óbvio que contra um vampiro Lizzy não era nem de longe rápida o suficiente, foi questões de segundos para que Rowan cruzasse a porta a impedindo de sair.

— Por que? Eu sou apenas uma garota normal... Por que Aurora me quer morta?

— Não me interessa. — Ele respondeu.

  Lizzy correu para a cozinha e atiçou tudo o que via pela frente na direção de Rowan que ignorou os utensílios a segurando pelo pescoço. Ele a suspendeu no ar.

  Lizzy no seu ato de coragem pegou a faca mais próxima e atingiu seu coração.

  Rowan havia soltado um som estranho. Era um grunhido diferente do normal, mas aquilo não o matou só fez a garota ganhar tempo para correr dali. Ele removeu a faca e segurou com firmeza.

  Faltava poucos centímetros para Lizzy alcançar a porta, mas infelizmente, ela não havia conseguido.

  Rowan puxou seu braço e jogou a menina contra a parede que caiu gemendo de dor.

— Eu sei tudo sobre você! — Disse ela na tentativa de afastá-lo.

— Sou ex da Rachel grandes coisas. — Ele já ia fincar a faca no peito de Lizzy quando...

— AMÁLIA! EU sei sobre Amália.

— Como ousa falar da minha amada sua impostora. — Ele havia ficado possesso com as palavras de Lizzy, nada do que ela falava bastava para impedi-lo, exceto uma coisa, sua última carta na manga...

— LARGA DE SER TONTO NÃO ENTENDEU AINDA?? —  Ela gritou e Rowan arregalou os olhos engolindo em seco. — EU SOU A SUA FILHA! — Ele parou a um centímetro de distância de atingir a menina.

— O que?

— Queria saber o motivo de eu ser parecida com a Amália? Eu posso mostrar... Posso... Posso provar que somos parentes...

— Impossível... Eu sou infértil!

— EU POSSO PROVAR! EU POSSO PROVAR! — Gritou nervosa antes que ele fosse fazer algo. — Por favor... Eu sou a sua filha... — Ela engoliu em seco e Rowan largou a faca imediatamente.

— Prove. — Ele pediu dando a Lizzy mais alguns minutos de vida.

  Agora ela tinha de provar sua arvore genealógica, pelo próprio bem.  Ou Lizzy seria a próxima vítima...





Descendentes do Inferno - Uma história Renegados do Inferno - Vol ÚnicoOnde histórias criam vida. Descubra agora