Capítulo Único

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Hoje com certeza será uma noite e tanto, eu não sei ao certo o porquê, apenas sinto isso. Bem, eu não deveria estar tão animado, levando em conta minha situação, mas quem se importa? A única pessoa que sempre disse que estaria comigo, não importa o que, me abandonou, então que se dane. É como dizem, se a vida te der limões, misture com Vodka e faça uma caipirinha, acho que essa é uma bebida sul-americana, não sei ao certo. Tenho ouvido todo o tipo de coisa, levando em conta o meu trabalho, vejo diversas pessoas, diversas nacionalidades, diversos 'dotes'.

Vocês devem estar confusos? Bem, eu trabalho num pub, sou a atração principal, em diversas formas de se interpretar, em cena ou por trás das cortinas. Esse lugar é uma casa de prostituição, estou aqui desde os meus dezesseis anos, quando fui capturado junto com outro amigo meu, só que ele conseguiu escapar me prometendo que conseguiria ajuda, porém, cá estou eu com vinte anos, e bem, ele nunca mais voltou. Porém, não pensem que aqui é um lugar ruim, eu consegui conversar com o dono do lugar, e digamos que somos agora meio que 'sócios', porém, eu continuo sendo uma mercadoria, e ele o chefe. Eu me apresento três noites na semana, e quem pagar mais, me tem. É simples, estou feliz, pois assim eu posso escolher os melhores.

Bem, nesse exato momento estou me aprontando para a grande noite, segundo o meu sócio, vai vir um rapaz mais do que rico, e ele quer que eu o impressione. Então, peguei uma cueca boxer preta especial com suspensórios brancos ligados ao cós da mesma. Ajeitei meus cabelos num tom mais arrepiado, e estou pronto.

Dirigi-me até o pequeno palco, todas as luzes estavam apagadas, assim que eu dei o primeiro passo à frente um holofote acendeu e iluminou onde eu estava, e então os assovios começaram, sorri minimamente e caminhei em frente, e a cada passo um holofote a mais me iluminava, até que cheguei até o microfone no centro do pequeno palco.

Olhei em direção ao fundo do pub e meu sócio estava conversando com um rapaz, que mesmo a essa distância, consegui distinguir sua pele morena, seu cabelo ajeitado e penteado para trás e suas roupas impecáveis. Deve ser o tal milionário, que seja, vamos começar, pensei comigo mesmo.

Estralei os dedos e a música encheu o lugar. Tipo country, isso vai ser interessante.

― Ok rapazes, vamos tornar as coisas interessantes aqui. ― Eu digo, e todos os presentes ajeitam suas mesas numa espécie de passarela diante do palco, eles são espertos.

Ontem à noite, eu me servi um pouquinho demais daquela bebida, baby.

Ontem à noite, eu fiz algumas coisas que não estou orgulhoso

E fiquei um pouco louco.

Ontem à noite, eu conheci um cara na pista de dança

E deixei ele me chamar de "Baby".

Eu comecei e caminhei umas três mesas e pulei no colo de um rapaz qualquer, ele estava animado pelo que pude sentir, num impulso girei a cadeira e então subi na beirada do banco, deixando minha virilha em frente ao seu rosto, o senti aspirando meu membro, e dei um tapa leve em seu rosto, e balancei o dedo em negação. Ele apenas sorriu e voltei para cima das mesas.

E eu nem sei o sobrenome dele.

Oh, minha mãe ficaria com tanta vergonha.

Tudo começou com, "Ei lindo, de onde você é?"

E depois tudo girou,

"Oh não, o que eu fiz?"

E eu nem mesmo sei o sobrenome dele.

Dessa vez eu me sentei sobre a mesa, e puxei um rapaz com minhas pernas e seu rosto também ficou em frente à minha virilha, dei-lhe um olhar de permissão e ele distribuiu alguns beijinhos sobre o tecido da minha boxer, e eu mordi o lábio inferior de forma sexy, ouvindo os assovios em torno de nós.

A DívidaOnde histórias criam vida. Descubra agora