BÔNUS.

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SEM CORREÇÃO CONTÉM ERROS.

BÔNUS.

DOUTOR FELIPE CAMPOS DE BRAGANÇA.


Olho meu rosto no espelho e me pergunto quem sou eu, vejo minhas rugas de expressão alguns cabelos brancos, a quantos anos não me vejo de verdade?

Fiquei viúvo muito cedo, perdi minha companheira parceira, estivemos casados por quatro anos, aproveitamos todos os segundos e minutos da paixão que tínhamos um pelo outro.

Era minha namorada, amante, amiga e confidente, éramos muito felizes, ela era o meu céu, o meu sol, e para selar nossa felicidade só faltava para nós um serzinho com nossas características, um filho gerado do nosso amor, e aconteceu. 

Cheguei do hospital depois de um dia longo e cansativo, chamei por minha esposa e ela não respondeu, a casa estava escura, mas no piso havia velas indicando o caminho que eu deveria seguir.

Entrei no nosso quarto e a luz foi acesa, minha esposa estava sentada na nossa cama e ao seu lado uma pequena caixa branca com um laço dourado, ela sorria e pediu para que eu abrisse o pequeno embrulho.

 Dentro havia um par de sapatinhos brancos de lã, um objeto delicado e pequenino, meus olhos foram até minha esposa e perguntei se o que eu estava pensando quando vi os pequenos sapatos era verdade.

Ela balançou a cabeça e acariciou sua barriga, eu fui até ela e a enchi de beijos eu rodava no quarto com ela nos meus braços, a felicidade que eu sentia transbordava para fora do meu coração.

Eu chorava, ela chorava, eu a beijava, e ganhava beijos por toda minha face, nossa família iria aumentar, aquele filho seria o primeiro de muitos era o que eu pensava.

Os dias foram se passando e eu e minha esposa contávamos os dias ansiosos, eu passava o dia no hospital e as vezes fazia plantões fazia questão que minha linda Aurora me acompanhasse.

No segundo mês da gravidez minha esposa começou a sofrer com a pressão alta, eu estava feliz ela estava feliz, com a chegada da criança, de repente somos pegos de surpresa, pressão alta na gravidez é complicado.

Eu fiquei preocupado, mas ela, se mantinha tranquila.

-Não se preocupe, vai dar tudo certo. Eu a beijei e a abracei com carinho, começamos a montar o quarto do bebê, já sabíamos que era uma menininha e ela vivia sorrindo, ela se entreteu com a decoração do quarto a mobilha, e as vezes saia para fazer compra das roupinhas.

Conforme os meses passava a pressão subia, cada vez mais, e meu coração se apertava em preocupação, os cuidados com ela se dobraram, me afastei do hospital, e me dediquei aos meus tesouros.

Tudo que fizemos para ela se sentir bem na gravidez, ter um parto tranquilo não adiantou nada ela se foi, não pode ver nem o rosto do seu bebê tão amado.

Agora depois de vinte seis anos eu descobri a causadora da morte da minha linda esposa. Quando Cezar contou que Helena pretendia interna minha filha em um manicômio matar meu neto e depois obriga-la a se casar com Cezar, eu abri meus olhos tarde, mais abri.

Quem era essa mulher tão fria e monstruosa, que entrou na minha vida eu me apaixonei de tal maneira que passei a adora-la achava ela o sinônimo da perfeição. Me encantei no primeiro dia que conheci, ela era a cópia da minha falecida, a cor dos cabelos, o tom de pele, a cor dos olhos.

Eu estava tomado por dor e tristeza e com uma filha recém nascida, para criar, eu transferi o amor que eu tinha da minha esposa morta para a estranha que conheci na rua em um acidente de carro.

O Cheiro do pecado completa.Onde histórias criam vida. Descubra agora