War Of Hearts

Smells Like Teen Spirit

Carregue suas armas, traga seus amigos
É divertido perder e fingir
Ela é muito tediosa e autoconfiante
Ah, não, eu sei um palavrão
Olá, olá, olá, que baixaria
Olá, olá, olá, que baixaria
Olá, olá, olá, que baixaria
Olá, olá, olá
Com as luzes apagadas, é menos perigoso
Aqui estamos agora, nos entretenha
Eu me sinto estúpido e contagioso
Aqui estamos agora, nos entretenha
Um mulato, um albino
Um mosquito, minha libido
Yeah, hey, yay

Fui tateando as paredes com as mãos no completo breu quando voltei para buscar Cheryl, indo o mais rápido que meus pés conseguiam se mover sem eu enxergar nada, temendo que eles me arrastassem de volta. Passei pelas escadas e depois o corredor de novo, até que tropecei e caí no chão. Soltei um grito com o choque que me jogou e meu coração batendo a mil no meu peito com uma ameaça que eu não podia ver. Continuei usando as mãos para enxergar quando senti que o que eu havia tropeçado era Tall Boy.

— Tall Boy? — Sussurrei baixinho mas não tive responta. — Tall Boy?

Tentei um pouco mais alto mas ainda nada. Continuei sentada no chão eu senti algo molhado contra a minha calça, levei minha mão ali e senti meus dedos afundarem na poça de sangue que havia se formado no chão. Eu não queria admitir mas existia uma grande chance de que ele estivesse morto. No escuro completo, eu não podia saber. Continuei me apoiando na parede para me levantar e segui pelo corredor que ele veio, indo sentido a casa. A ponta do meu sapato bateu no primeiro degrau da escada que subia até a biblioteca e subi a mesma engatinhando, me apoiando com as mãos. Quando cheguei no último degrau, toquei a parede diante de mim mas ela não se moveu, a passagem estava fechada. Continuei deslizando as mãos pela parede, deveria haver alguma coisa ali que a abria do lado de dentro. Quando meus dedos esbarraram em algo que parecia um interruptor o acionei. A parede diante de mim começou a se mover para o lado e a revelar a biblioteca. Eu olhei ao redor e a biblioteca estava vazia, com a porta para o corredor aberta. Andei ao redor do cômodo procurando alguma coisa que pudesse usar como arma para me defender se necessário e peguei um um ferro para mexer a lenha da lareira e um abridor de cargas que enfiei na cintura da calça. Ao sair, verifiquei o corredor dos dois lados e levantei o ferro nas mãos. Caminhando na ponta dos pés para não fazer barulho. Conforme eu me aproximava da sala de estar, escutava vozes, quando cheguei mais perto confirmei ser a voz de Jason.

— Como você pode? Escolher esses malditos Serpentes ao invés de mim! De mim! Eu sou seu irmão, do seu próprio sangue! — Ele gritou. — Não é irônico? Compartilhamos tantas coisas, o mesmo sangue, o mesmo nome, o mesmo útero e ainda assim você escolhe essa gente que não tem nada com você.
— Eu não estou escolhendo lados! Não existem lados, Jason! Isso são coisas que Penelope colocou na sua cabeça todos esses anos. Quando nós perdemos tudo, os Serpentes nos ofereceram uma nova chance, uma nova família! — Eu ouvi a voz de Cheryl gritar de volta. — Jason, por favor, me solte e vamos resolver isso, juntos! Como uma família! Você não tem que tomar nada de ninguém, você tem que conquistar! Se não tivesse passado todo esse tempo os menosprezando, eles te respeitariam como respeitam Jughead!
— O que você sabe sobre respeito?

Eu ouvi um som como se fosse um tapa e me encolhi, eu queria correr até lá e resolver isso de uma vez, mas só tinha uma chance e não podia me arriscar desperdiçar, eu precisava de Jason desprevenido. Se eu estava realmente disposta a mudar o jogo, essa era a hora de começar a pensar racionalmente.

— Você o defende! Dentro da minha casa! Você se tornou igualzinha a eles! Vai morrer junto com eles já que se simpatiza tanto.

Eu ouvi o som de passos e me inclinei contra a parede, olhei para o lado e vi uma porta no corredor e entrei dentro do cômodo, fechando a porta com cuidado para não fazer barulho nenhum. Encostei minha orelha na madeira da porta e escutei os passos se afastarem, ainda esperei mais alguns instantes antes de sair. Ao abrir a porta, vi que não havia mais ninguém ali, fui em direção a Cheryl na sala.