- SEU FILHO DA PUTA MISERÁVEL! - o berro de Sirius fez toda a mesa da Grifinória se virar para o Alfa da Noite, que marchava até o loiro sentado na ponta da mesa com toda a fúria de um exército de mais de dois mil homens. Snape, que ainda estava em pé onde o Black o deixara, sorriu de lado e se sentou no lugar do primo, cruzando as pernas como um Lord Sangue-Puro e ignorando os olhares dos poucos Grifinórios que haviam esquecido de Sirius e se focavam no Sonserino. Porém a atenção de todos se voltou novamente para o Black mais velho quando ele deu um soco no rosto de Simon Crow, o fazendo o loiro cair da cadeira e alguns de seus amigos se erguerem, em choque.
O fato era que Severus Snape chegara ao Salão Comunal sendo ignorado por a grande maioria dos alunos - menos pelos seus "admiradores", que suspiravam ao vê-lo (coisa que o Snape ignorava com um sucesso estrondoso). Ele se dirigira até a mesa vermelha e dourada com passos decididos, então tocou no ombro de Sirius, que o olhou irritado. Um minuto inteiro de silêncio mortal por todo o salão se passou, tempo suficiente para que Walburga Black - que estava sentada à mesa dos professores juntamente com seu marido, sua irmã e Euphemia e Fleamont Potter - explicasse que era assim que os vampiros se comunicavam com sua família - por meio do toque.
Então Sirius se ergueu, furioso, seus feromônios alfas enchendo o ambiente com um ar tão pesado que até Dumbledore se sentira incomodado. E foi com essa fúria que ele socara o rosto do colega de casa.
- SIRIUS NÃO! - James berrou, tentando impedir seu melhor amigo de bater em seu alfa, mas foi fortemente segurado por Snape.
- Você não vai querer impedi-lo ao descobrir que ele transou com a professora de Runas ontem. - a voz de Severus saiu com alto e bom som e ecoou por todo o cômodo, fazendo James parar de tentar se mover e chocando a todos do salão - incluindo Simon e a Srta. Pipper.
Dumbledore se ergueu de seu assento, encarando a professora com seu olhar azul penetrante, depois o herdeiro Crow, e então Severus. Todos estavam tensos encarando o diretor, revesando seus olhares entre ele e o herdeiro Black, que era segurado por Frank e Remus, com Peter tentando acalmá-lo com seus feromônios de Ômega.
Nada funcionava. Sirius ainda queria arrancar os olhos verdes de Simon com as próprias unhas.
- Simon... - a voz de James soou tão quebrada e chorosa que todo o salão se virou para o moreno. Ele já não se debatia nos braços de Severus, pelo contrário, ele se encolhera e parecia tão pequeno e indefeso e quebrado que até o mais frio Sonserino sentiu pena dele e raiva de Crow. - V-Você... Por quê?
- NÃO ME OLHE ASSIM SUA PUTA HIPÓCRITA! EU VI VOCÊ SE PEGANDO COM SNAPE NO CORREDOR! NA MINHA FRENTE! - berrou o Alfa Lúpus, revoltado pela hipocrisia e falsidade do Ômega Lúpus.
- ESTÁVAMOS SOB A INFLUÊNCIA DO PODER DA DEUSA, SEU PORCO IMUNDO! - inesperadamente Snape defendeu o Ômega, o apertando em seus braços como se quisesse o proteger de todos os olhares do Salão Comunal.
- ELE ME TRAIU! - berrou Simon.
- E VOCÊ ME DISSE QUE HAVIA TERMINADO COM ELE! - berrou Mellodie, a professora, seus olhos vermelhos e parecendo profundamente magoada. - VOCÊ ME PROMETEU QUE FICARIA COMIGO SIMON!
- Se fudeu. - Lucius sussurrou para Tom, que riu baixinho e mordeu o lábio inferior.
- Só quero ver a desculpa dele agora. - Xeno sussurrou para Pandora, sua namorada.
- Aposto 5 galeões que Simon vai inventar alguma coisa absurda de última hora. - Amos riu-se com Regina Macmillan.
- Aposto 10 que Sirius vai se soltar de Frank e quebrar a cara dele. - a Alfa apertou a mão do Ômega e ambos voltaram a observar a cena.
- Como você pode... - a voz do Potter não passava de um sussurro. Fleamont se levantou de seu lugar para ir até o filho, mas sua esposa segurou em sua mão. Ele a olhou seriamente, indicando o filho deles com a cabeça, mas ela negou e olhou para a cena, fazendo seu marido olhar também. Snape, alto e pálido, parecendo pensar em algo profundo, puxou o menor para si e tentou o levar para fora do salão, mas James permaneceu no lugar, olhando para seu namorado, o olhar cheio de dúvidas.
Severus olhou para o Potter e quis, por um momento, beliscar o braço dele para desperta-lo de seu estupor. Pior foi quando o loiro - Crow - o olhou e, com o ar mais sínico possível, disse em alto e bom som:
- Eu te amo James.
Severus avançou, puxando violentamente o braço de Longbottom, o fazendo cambalear e soltar Black, que avançou e puxou Crow pelo colarinho, o segurando pelo pescoço e braços, o colocando na posição certa. Dumbledore avançou rapidamente para interferir, entretanto já era tarde demais. Severus lhe deu um soco tão forte que até Sirius cambaleou, arfando, olhando para o primo de olhos arregalados e um início de um sorriso em seus lábios finos. Simon cuspiu, sangue misturado a saliva e uma coisa branca que alguns - os mais próximos - reconheceram imediatamente como um dente do loiro.
- Chega Severus. - James segurou seu braço e o puxou, abraçando timidamente seu peito largo e exalando seus feromônios na intenção de acalmar o Alfa da Noite. - Vamos... Já está bom...
O Sonserino rudemende segurou seu pulso e o puxou para fora, irritado, sua respiração saindo curta e em arfares. Andaram por corredores e mais corredores, quase correndo, parando e entrando em uma sala qualquer, se sentando um de frente para o outro, joelhos se tocando, olhares fixos e respirações agitadas.
- Eu... - começou James. - ... Não sinto nada...
- Deveria? - Severus indagou, a face em branco.
- Não... - sussurrou o Ômega. - ... Acho que não.
Ficaram quietos, o silêncio confortável entre os dois, apenas se olhando de novo, orbes verde-oliva presos na escuridão dos olhos do Alfa. Finalmente depois de tudo, seu casamento seria realizado no dia seguinte, então ficariam em paz por um mês em sua Lua de Mel em algum lugar distante, sem estresse, sem Simon ou lições, sem obrigações ou preocupações. Era assustador.
Para James, aquilo parecia mais um daqueles sonhos que não tinham sentido nenhum, como um dinossauro assistindo a um filme de robôs do faroeste comendo um pacote de parafusos apimentados e ouvindo música em uma torradeira. Nada tinha lógica, e apesar de parecer um pesadelo, as coisas estavam até que "normais", por enquanto.
Ele olhou para o outro, os cabelos negros caindo lisos por seu rosto e escondendo muitos detalhes que James jurava ter reparado na noite passada. Ele corava só de lembrar, mas fora tão... Bom. Os toques foram suaves, rápidos, mas tão prazerosos... O modo como Snape tivera todo o cuidado de prepará-lo e como ele, mesmo depois de ambos terem acordado horas depois de transarem, fora cuidadoso, perguntando como ele estava e providenciando uma poção para dor, fora algo que nunca havia acontecido antes com o Potter.
- James? - ele ergueu o olhar, vendo seu pai parado à porta, o olhando com dúvida, revesando o olhar entre o filho e o futuro genro, cenho franzido como se perguntasse se deveria ou não interferir mais ainda no momento silencioso entre o Ômega e o Alfa.
- Nos vemos amanhã, então. - Snape decidiu por ele, se erguendo e, sem olhá-lo, saindo apressadamente da sala de aula.
- Devo me preocupar? - seu pai perguntou.
- Não. - o mais novo respondeu instantâneamente. - Não deve.
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A Rosa Dourada - Snames
FantasíaTodos olharam para James. Era certo que seu pai fazia parte dos Sete Sagrados (os sete reis que governavam o mundo bruxo) e que seu pai era o rei dos Le Fay, logo, James seria seu Herdeiro... Mas, o que tudo isso significava? - Isso significa, Potte...