𝔶𝔬𝔲 𝔠𝔬𝔲𝔩𝔡 𝔫𝔢𝔳𝔢𝔯 𝔲𝔫𝔡𝔢𝔯𝔰𝔱𝔞𝔫𝔡

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eu apareci depois do parabéns e mesmo assim você deixou eu entrar.

por que diabos você fez isso?

a representação material da futilidade dos sonhos não se reduz em apenas velas de cera derretendo o lado esquerdo do meu rosto só porque eu sempre estive perto demais das suas bochechas e dos seus cílios batendo em excitação. muito menos no fato de que você pode apagar as motivações em um soprar sutil e generoso. o fogo se estende por muitos significados existentes, mesmo aqueles que eu não poderia compreender nem se tentasse. acontece que faço parte desse grupo de pessoas que não entendem muito bem a maioria das sutilezas subliminares e preferem aceitar um chapéu de festa com o elástico bem apertado no queixo. eu pareço patético assim, yeji, ou você ainda me daria uma chance?

acho que perdi mais do que o primeiro pedaço do bolo, mas então percebo que é porque me precipitei demais em enfiar todos os beijinhos dentro da boca. eu poderia ter uma convulsão glicólica ali mesmo e ser o primeiro dos seus convidados a perceber que algo sempre esteve errado. uma vez minha mãe perguntou se eu estava brincando de detetive enquanto piscava devagar na sua direção. ela disse que assim eu poderia arruinar tudo e te fazer querer morrer mesmo antes de abrir seus presentes ou escrever no diário qual dos seus parentes convidados você mais odeia.

os sonhos cintilam bem na sua frente, mas seus olhos sempre estão apagados, as bexigas estouraram com algumas agulhas que você vomitou em cima do bolo. eu achei tão poeticamente assustador que quase construí um poema sobre a sua dor desagradável, mas enjoei no meio do caminho enquanto pensava que esse era o pior presente de todos os tempos.

só fui perceber do que tudo aquilo se tratava quando você me empurrou pra dentro do banheiro e encaixou sua boca na minha o segundo de um parabéns pra você mal cantando e as músicas adicionais não muito engraçadas só pra o pessoal tirar barato. nós nunca fomos um casal e eu nunca ganharia a cereja em conserva horrível que colocam no topo do glacê.

a sua mãe me agarrou pela mão direita, me sentou no banco ao lado dos seus primos gêmeos de cinco anos e espetou o chapéu na minha cabeça antes que eu pudesse controlar as lágrimas. pelo menos dessa vez eu trouxe os docinhos.

𝔭𝔞𝔯𝔞 𝔞𝔮𝔲𝔢𝔩𝔢𝔰 𝔮𝔲𝔢 𝔫𝔲𝔫𝔠𝔞 𝔯𝔢𝔠𝔢𝔟𝔢𝔯𝔞𝔪 𝔲𝔪𝔞 𝔰𝔢𝔤𝔲𝔫𝔡𝔞 𝔠𝔥𝔞𝔫𝔠𝔢.

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