C A P Í T U L O 36

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NATASHA

Ensurdecedor.

Essa foi a primeira palavra que veio a minha mente ao finalmente entrarmos.

Até Renato pareceu surpreso.

Seus passos cessaram enquanto sua cabeça virava de um lado para outro com curiosidade genuína.

Claramente esta é a primeira vez que ele vai a uma festa.

Eu não era diferente.

Segurando suas mãos novamente, eu observava sem a mínima ideia do que fazer e para onde ir.

O salão de aproximdame 300 metros não parecia ser o bastante para a quantidade de pessoas de todas as idades presentes em um amontoado dançante.

A escuridão só não era completa devido ao jogo de luzes estrategicamente colocado em cada ponto.

Um jovem Dj alegrava a pequena multidão.

Renato parece voltar a razão quando um grupo de pessoas passam em nossa frente, três garotas com fantasias sensuais entram seguradas pela cintura intimamente por outros três rapazes.

Uma delas, a com um mini vestido vermelho e chifres piscantes virou seu rosto em minha direção, seus olhos me analisando com óbvio desprezo.

Me encolho alisando meu vestido nervosamente com a mão livre.

Ela não era a única.

Posso jurar que ouvi murmúrios de "esquisitos" e "quem são eles " por cima do incessante martelar do meu coração que repercutia ao ritmo da música.

ㅡ Vamos nos misturar. ㅡ Renato sugere com confiança.

Deixa-me ser levada por ele como uma boneca de pano, agradecida o bastante por sua natureza auto suficiente que não o deixa ser intimidado por olhares maldosos.

Passamos pela massa de pessoas sem dificuldades.

Renato abria caminho com seu corpo, empurrando quem se encontrava a sua frente.

Ninguém ousava se queixar após serem alvos de seu olhar desumano que os mirava como se os convidasse a desafia-lo.

Em contra partida, constrangida, os meus pediam desculpas ao segui-lo.

Ao chegar onde queria ㅡ uma área afastada dos demais, com cadeiras e até uma pequena poltrona ㅡ Renato assentiu  para si mesmo satisfeito.

Deste lugar era possível ver a todos com precisão.

Olho para os lados percebendo que havia varias pessoas ao redor aparentando estarem exaustos entretanto nenhum deles vieram a sentar neste lugar.

Parecia ser algo privado, não tinha certeza se podíamos ficar aqui.

Nesse momento Renato escolhe a poltrona para si e senta-se nela como um rei.

Algumas pessoas exclamam de espanto enquanto ele se acomoda despreocupadamente com sua habitual postura de "foda-se".

  Sorri sem poder evitar.

Seus autênticos modos inconsequentes diante as normas sociais me pareciam cada vez mais  comuns.

Eu sabia que ele não fazia propositalmente.

É simplismente quem ele é.

Seus olhos por trás da máscara que escondia todo seu rosto me convidavam a sentar ao seu lado.

Mordo os lábios sem ter certeza.

Olho ao redor e para Renato.

Aquelas pessoas já estariam falando de nós de todo jeito, que mal faria?

A Prisioneira #1 • Renato Garcia (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora