C A P Í T U L O 40

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NATASHA

Sentada no banco de trás do carro,  estacionado no meio da floresta, eu olhava para frente sem ao menos piscar.

Minhas mãos apoiadas em meu colo, sobre meu belo vestido.

Sentia todo meu corpo dormente,
qualquer tentativa de meu cérebro raciocinar perdida em um pânico paralisante.

Os últimos minutos aterrorizantes em que presenciei como Renato caia ao chão inconsciente, como a mulher em minhas costas sorria e me forçava a entrar no carro com eles...

Jogaram Renato no porta malas sem cuidado algum.

Como se ele estivesse morto.

O sangue no chão ja se formava em uma pequena poça onde estava sua cabeça.

Naquele momento eu perdi a cabeça e avancei sobre o homem com unhas e dentes gritando como uma pessoa sem juízo.

Algo molhado cai em minhas mãos e eu olho para elas melancolicamente.

São lágrimas.

Eu chorava sem perceber.

Sequei-as com determinação.

Eu não iria chorar na presença dele.

O homem, Tobby, se é que esse era seu nome real, havia ficado no carro comigo.

Depois de levaram meu Renato de mim para algum lugar da floresta ainda inconsciente enquanto eu fiquei presa dentro do carro, ele voltou, sozinho.

Eu havia perguntado, implorado, para me dizerem do que se tratava tudo isso.

Eu tentei de tudo para dialogar com eles o que acabou me trazendo uma mordaça que agora rodeava minha boca.

A situação piorava cada vez mais.

Eu amaldiçoava minha fraqueza.

Se Renato estivesse aqui ele saberia o que fazer.

As lembranças terríveis que eu bloqueava em meu coração, agora eram minha esperança.

Saber do que ele é capaz é a única coisa que me conforta.

Ele não será derrotado por essas pessoas.

ㅡ Jane, tudo preparado? ㅡ Ele vira sua cabeça para mim e eu encolho. ㅡ Ótimo.

Sobressaltada, engulo em seco.

ㅡ Nós vamos dar um passeio agora.

Diferente da mulher, hobby leva consigo um facão de aparência assustadora.

Sem outra opção permito-me ser levada por ele pelos confins da floresta.

O ar estava impregnado por uma sensação sinistra.
As arvores erguaim-se na escuridão, gigantes e silenciosas.

A escuridão amenizava pouco a pouco graças aos primeiros sinais de claridade no céu.

Memórias vividas de momentos que tive nesta floresta vieram a minha mente como um turbilhão.

⊱⋅ ──────────── ⋅⊰

Meses atrás...

Olho ao redor admirada novamente com tanta beleza.

Nunca fui uma pessoa do tipo amante da natureza mas este lugar é incrível.

O fato de estarmos na floresta de dia também muda tudo.

O azul do céu pactuado com a brancura das nuvens, o encantador aroma matinal trazia um instante de  paz e a harmonia.

A Prisioneira #1 • Renato Garcia (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora