Capítulo 22

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Philip

Lá estava ela se agarrando com outro, e ainda dizia estar com cólica, ela olhava assustada e ele tranquilo. Fiquei esperando ele se soltarem e o Mark fez questão de dar um selinho na boca dela novamente, fiquei enraivado e me segurei, eu não poderia dar uma de dono dela, nós não tínhamos nada.

Ela o empurrou e deu um grito, agachando. Corri em sua direção e a peguei no colo levando ao sofá, o otário ficou parado sem saber o que fazer.

  - Que foi, Luce?

  - A cólica sua porra! - ela ficou encolhida no sofá, eu não sabia o que fazer, ela realmente estava com dor - Está me dando dores tão grossas...

  - Xiii - fiquei sentado ao seu lado, pensei em massagear o pé de sua barriga, mas lembrei que tínhamos companhia.

  Olhei para o Mark seriamente.

  - Minha deixa - ele falou e curvou-se para Luce, beijou sua testa.

  Foi seguindo e na porta ele virou-se.

  - Vocês tem um caso, não é?

  - Não é da sua conta - respondi, irritado com aquele idiota.

  - Óbvio que não Mark! - foi Luce que grunhiu - Só somos amigos, ele está com a Lívia.

  Ele sorriu e saiu.

- O que eu posso fazer por você?

  - Pega uma caixinha dentro da gaveta da cômoda do quarto.

  Fui correndo e procurei, vasculhei, além de achar a caixinha, achei uma foto de Luce e do ex namorado, ele parecia comigo, era mais branquelo e tinha um sorriso mais aberto, os dois estavam sorrindo e pareciam bem apaixonados um do lado do outro, formavam um belo casal, me imaginei no lugar dele, a fazendo feliz e tentando não machucá-la com problemas meus. Guardei a foto e fechei a gaveta.

  - Demorou.

  - Estava observando a foto que você guarda - respondi.

  - Sim, ainda a guardo, não faz mal, faz?

  - Desde quando você não sinta mais nada, sim!

  - Eu ainda gosto dele!

  - Voltaria com ele?

  - Pode pegar um copo de água para eu tomar com o comprimido, por favor? - ela estendeu a mão, dei o comprimido e fui a cozinha.

  A entreguei o copo de água e sentei do seu lado, tomou o remédio e gemeu baixinho, como eu queria ajudá-la a não sentir dor.

  - Não vai me responder?

  - Eu não voltaria, tenho amor próprio acima de tudo.

  - E comigo... - acabou saindo a frase que eu não desejaria nunca.

  - Contigo, o quê?

  - Namoraria?

  - Você não é de namorar.

  - Responde. Se eu fosse um cara exemplar, dedicado, atencioso, não fosse um canalha e gostasse de relacionamento sério, você seria só minha?

  - Se eu gostasse de você, seria sim, corpo, alma e coração.

  - Você sempre se entrega quando está apaixonada?

  - As coisas só prestam assim, ou vale tudo ou nada, não adianta pela metade.

  - Você percebeu? Tudo é a base de poréns - alisei seu cabelo - Se eu fosse, se você gostasse, se...

  - Realmente! E por que ainda não repreendeu essa conversa? - ela perguntou sorrindo e fazendo uma careta de dor.

Quando vira amorOnde histórias criam vida. Descubra agora