Pecado Carmesim - Alastor X Leitor(a)

Capitulo Único

Uma noite, apenas uma noite, você vai cantar, pegar o dinheiro e sair!

De todas as escolhas que você fizera na vida, está, provavelmente teria sido uma das piores, e olha que você fez, muita, mas muita, merda. Afinal, você não estaria no inferno se tivesse sido uma boneca obediente. Apesar de que em sua própria defesa, enganar os riquinhos e manipular qualquer um que se mostrasse uma presa fácil não parecia nada comparado aos pecados que outras pessoas ou melhor, demônios que estavam aqui cometeram. Não era a sua culpa que os homens caiam por qualquer conversa fácil e uma carinha bonita. Contudo, era como sua vovó que descansa em paz no céu, disse a você quando criança após uma missa de domingo na igreja. "Não existe pecadinho ou pecadão, só existe pecado." Oh, o quão certa ela estava! Talvez, apenas talvez, você deveria tê-la escutado.

A propósito, você não conseguia aceitar a forma como morreu, muito, mas muito idiota. Realmente. Você sabia que não deveria entrar no carro de um homem estranho as quatro da manhã. Porém, você estava bêbada, sem dinheiro e perdida. Lembrou-se de hesitar por um instante, mas acabou aceitando, dizendo a si mesma "qual a probabilidade de que esse homem, dentre os milhões que existem no mundo, seja um assassino?"

Horas depois você acabou amarrada a uma cama, enquanto o homem brincava com você até cansar-se e matá-la de uma vez. Yey!

...

E aqui estava você, no inferno, a mais de duas décadas, "viva" de alguma forma. Você admitiu. Os primeiros dias foram confusos, cheios de dúvida, e choro, muito choro. Aceitar que você estava no inferno e aprender como sobreviver não foi nada, nada fácil. Uma parte de você, achava a situação muito cômica, outra parte estava desesperada. Você estava totalmente sozinha, tendo que sobreviver em meio a brigas e guerras de territórios entre os Overlords. Além de que não se podia confiar em ninguém em Pentagram City. Afinal, existia uma razão para todas essas pessoas estarem no inferno! Porém, nada, absolutamente, nada chegava perto do terror do dia do extermínio.

A primeira vez que você presenciou o evento, sentiu como se estivesse no filme "Uma noite de crime." Demônios correndo e gritando desesperadamente, tentando encontrar um esconderijo para não serem pegos nas lanças mortais dos anjos.

Você sempre os imaginou como seres puros, inocentes, celestiais. No entanto, quando você viu-os descendo do céu, jogando suas lanças, sorrindo sem piedade, estraçalhando e pulverizando qualquer um que entrassem em seus caminhos, você começou a duvidar sobre tudo o que aprendera com a vovó durante sua breve vida mortal.

Você ssobrevive ao cantar em diversos cabarés ao redor da cidade, uma habilidade que ironicamente, você aprendeu no coral da igreja. E após alguns anos, felizmente, ou não, você chamou a atenção de Vox, um dos Overlords mais poderosos. E obviamente, você, sendo você, não deixaria a oportunidade passar, você precisava de proteção e quem melhor para oferece-la do que um dos seres mais poderosos! Você se aproximou com calma, persuadindo-o com palavras, toques e sorrisos perversos! Nada muito diferente do que você fizera quando estava viva e se aproveitando dos playboys! Nostálgico de fato!

Os primeiros anos foram uma maravilha, você realmente se sentia no topo do mundo, nesse caso, inferno. No entanto, aos poucos, você começou a enjoar, como tudo na vida, estar cheia de luxo era entediante e por mais irônico que fosse, você sentia falta da adrenalina de sobreviver nessa cidade de merda. A adrenalina de enganar, de escapar! Foram as únicas vezes que você realmente se sentiu viva.

Assim, mais uma vez, você acabou fazendo a escolha errada e fugiu, fugiu do conforto, fugiu do Vox. Sinceramente, você achou que ele não se importaria, mas assim que você deixou o prédio do Overlord, você ouviu-o gritar o seu nome do último andar, distorcido, cheia de fúria e possessividade.