Who's free-er than me?

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    Eu nunca serei capaz de descrever quão livre me sinto aqui, girando neste poste de aço; por mais que eu esteja usando um body de vinil, meia arrastão e um salto tão longo quanto meu dedo. É a única coisa boa aqui no Red Room —uma das casas noturnas mais frequentadas de Manhattan. O ruim... bem, é todo o resto: pessoas me vendo como um pedaço de carne fresca; achando que, por estarem neste lugar, tem direito de me tocarem sem minha permissão. Ter que fazer programa com desconhecidos definitivamente é a pior parte —mesmo que eu tivesse a "liberdade" de escolher a pessoa, graças aos meus anos de serviço aqui. Mas em troca eu teria que trabalhar pelo menos duas vezes por noite. Um privilégio mesmo.

Muitas vezes chorei enquanto gozava, mesmo fazendo um bom dinheiro. Nenhum valor pago superaria a humilhação que eu sentia.

Hoje estava sendo uma noite tranquila: sem muito movimento e o total de 2 assédios até agora.

Eu tinha a obrigação de ficar andando pelo estabelecimento, então cumpri meu serviço. Muitos homens me abordavam, mas nenhum parecia interessante o suficiente —o que era preocupante, caso contrário eu acabaria criando dívida com os chefes.

Até um moreno me chamar com um assobio e um gesto com a mão.

Ele tinha cabelo castanho que ia até o queixo e vestia uma jaqueta de couro que lhe caia muito bem. Também estava acompanhado de mais dois homens —que olhavam bem desinteressados para o ambiente.

—Boa noite, senhor. —usei a voz meiga e educada que se deve usar com os clientes (pelo menos com a maioria)— Deseja algo?

—Acho que sim. —ele tinha um sorriso travesso. Algo que vejo com frequência— Gostaria de mais uma dose de whiskey.

—Me desculpe, senhor, não sou garçonete. Mas posso chamar uma, se quiser. —era importante também manter uma postura impecável.

—Não, não precisa se incomodar. —pegou o copo do loiro, que estava junto à ele na mesa, e lhe direcionou uma piscadela, para em seguida virar o conteúdo todo de uma vez— O que você pode me oferecer então?

—No seu caso? —sorri. Meus lábios muito bem pintados de vermelho chamando sua atenção— Muitas coisas.

—Ok, já deu pra mim e acho que para o Steve também. —o menor ali presente se pronunciou, tirando algumas notas da carteira e deixando sobre a mesa— Eu não vou ficar vendo você flertando a noite toda.

—Tenho que concordar com o Tony. —o loiro deu de ombros, se levantando junto com o parceiro— Te amo, mas tudo tem limite.

—Boa noite, Barnes. —o moreno disse, puxando o loiro pela mão.

—Juízo, hein. —o mais alto disse, antes de passar pela porta e ir embora.

Continuei ali parada, vendo a cena sem esboçar nenhuma reação, mantendo minha postura que está em prática a anos.

—Desculpa pelo... —passou a mão pelo cabelo enquanto fechava os olhos— nem eu sei o que foi isso. Me desculpe. —ele riu. Ele tinha um sorriso bonito. Talvez o mais lindo que eu já tenha visto, não tenho certeza— Onde estávamos mesmo?

—Eu estive bem aqui esse tempo todo. —-respondi.

Uma risada. Parecia ser sincera. E era gostosa de ouvir, fazia cócegas, me fazia ter vontade de rir junto, mas me contentei em sorrir.

—Por favor, sente-se. —apontou para a cadeira de frente para ele.

—Creio que isso não seja uma boa ideia. —por algum motivo hesitei em falar isso a ele.

In My FellingsWhere stories live. Discover now