dívida sangrenta - YunGi

01 - Decisões Dolorosas

Song Mingi caminha apressadamente voltando para casa, pois notou que tem dois homens seguindo-o pela calçada que ele passa todos os dias para ir para a escola. Os homens querem alcançá-lo rápido, pois receberam ordens para fazer um trabalho rápido. Mingi caminha o mais rápido que pode, esforçando-se para não sair correndo, mas é isso que ele realmente quer.

Mingi sabe muito bem o que está acontecendo, sabe quem são esses caras estranhos e sabe quem os mandou.

- Não corra! - Um dos homens grita, a voz grossa causa arrepios em Mingi, que sente um apertão no peito e uma vontade de gritar.

- Deixem-me em paz! - O garoto grita e apressa os passos.

O frio do fim de tarde deixa Mingi ainda mais arrepiado e angustiado, o garoto não sabe o que fazer nesta situação. O medo toma ainda mais conta dele quando os homens chegam mais perto. Os capangas podem agir agora, mas a rua está ficando mais movimentada e não querem chamar atenção das pessoas.

- Espera, porra! - O outro cara grita alto.

Yunho vem dirigindo pensando que Mingi já estava em casa, o jovem esqueceu seu celular no carro do amigo. Yunho vê o movimento estranho ao aproximar-se de Mingi, dirigindo devagar. Ao ver que os suspeitos carregam facas nos bolsos e perceber que Mingi está nervoso e quase correndo, Yunho bozina várias vezes e bota a cabeça para fora da janela.

- Mingi! Entra no carro! - Ele grita.

Os capangas param, não querem fazer confusões uma hora dessas pois sabem que se forem pegos a prisão é certa. Eles já tem entradas na delegacia demais. Os olhos de Mingi enchem de lágrimas ao ver o amigo no carro, ele corre e entra no carro rapidamente, agradecendo aos deuses por terem mandado Yunho vir salvá-lo.

- Acelera, acelera por favor! - Mingi quase grita e Yunho obedece.

- AINDA VAMOS TE PEGAR, O QUE É SEU ESTÁ GUARDADO! - Os dois homens de roupa preta gritam, mas Mingi já não pode mais ouvir.

Yunho espera pacientemente Mingi acalmar-se, pois o mesmo está tão nervoso que mal pode falar. Yunho estaciona perto da casa de Mingi, já escureceu e a única luz que os ilumina é a de um poste a alguns metros de distância. Yunho vê as lágrimas de Mingi escorrendo pelo rosto, frias e carregadas de medo e dor que só Mingi sabe os motivos.

Yunho enxuga cuidadosamente as lágrimas do amigo, a pele de sua mão é suave, sem nenhum calo ou textura grossa, assim são aos mãos de quem nunca precisou trabalhar usando a força na vida. Mingi continua cabisbaixo, sentindo a mão do outro em suas bochechas, Yunho já enxugou as lágrimas, mas mesmo assim não quer soltar o amigo.

- Vem cá... - Yunho puxa Mingi para um abraço apertado, o que chora suspira e deixa as lágrimas caírem enquanto sente as mãos de Yunho subindo e descendo por suas costas largas, tentando deixá-lo confortável.

O menor não sabe o que dizer, tem vergonha de falar para o amigo o que aconteceu. Ele sabe que é uma situação complicada e não quer envolver uma pessoa que tanto ama nisso.

- Muito obrigado por ter me ajudado. Eu estava com tanto medo, Yun...

Mingi aperta Yunho com mais força, sentindo-se protegido do mundo lá fora. Seu coração bate forte, tão forte que Yunho pode ouvir o barulho das batidas. Mas essas batidas já não são mais por causa do medo sentido minutos atrás, são porque Mingi está fazendo algo que ama fazer, mas não é sempre que tem coragem. Abraçar Yunho.

O garoto de cabelos vermelhos não lembra quando apaixonou-se pelo amigo. Ees já se conhecem há uns dois anos e Yunho foi a luz no fim do túnel para Mingi, aproximou-se dele quando ninguém nem tentou. A solidão era o preço que Mingi pagava por ser um aluno bolsista em uma escola onde quase cem porcento dos alunos são ricos. Ninguém queria ser amigo dele. Então Yunho chegou, não quis saber se ele era bolsista ou não, simplesmente fez amizade com ele em menos de uma semana.