Sem controle - Capítulo 7

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Um breve, porém tenso silêncio se fez e nesse meio tempo comecei a sentir algo diferente. Meu coração estava a mil por hora, claro, minhas mãos estavam suadas e de repente o carro estava ficando menor, mas quando ele voltou a falar uma coisa ligou dentro de mim, algo que eu tentei abafar por tanto tempo e nem sei por qual motivo. A combinação da voz, do cheiro e da presença dele me fez sentir bem comigo mesma. Até poderia estar me sentindo acuada e fazendo a coitada indefesa, mas quer saber? A trouxa morreu já tem um tempo e a oportunidade de deixar a mulher que realmente sou vir à tona apareceu e vou aproveitar sim.

- Posso continuar sendo sincero? – perguntou sorrindo.

- Seja sempre. – incentivei.

- Simpatizei com suas amigas, elas parecem ser legais. Achei a Rose é meio protetora, esperei ela perguntar quais minhas intenções com você. – achou mesmo? Não diga...

- Ela cuida de mim e eu cuido dela. – ele sorriu de lado e disparou:

- Então é melhor conquistar a confiança dela logo, não quero que ela cisme comigo. – olhou pra mim sorrindo. Sei...

- Ela costuma ser bem legal com todo mundo, exceto com os babacas, claro.

- Então é só não ser babaca e fica tudo bem, certo?

- Certo. – não sei aonde ele quer chegar com essa conversa mole, mas se tá pensando em puxar o saco da Rose pra garantir sossego... ele vai quebrar a cara.

Durante o resto do percurso ouvimos músicas e conversamos sobre a faculdade, meu curso, sobre o dia dele no trabalho e quando menos esperei ele anunciou:

- Chegamos. – apertou o controle do portão e entramos na propriedade dele.

O jardim era iluminado por refletores de chão e por alguns postes de luz colocados no centro de canteiros bem aparados e com formato circular. O lugar era grande, mas era menor que a mansão do tio dele e diferente também. Enquanto a casa dos Shimidt era uma construção clássica mais tradicional, a casa do Liam é moderna e arrojada. Ele parou o carro em frente à casa, desceu primeiro, abriu a porta do carro para que eu saísse e me ofereceu a mão.

- Bem vinda Carol. – sorriu.

- Obrigada.

A governanta abriu a porta para nós, nos cumprimentou e avisou que o jantar estaria pronto em mais ou menos vinte minutos. Liam disse a ela que estaríamos esperando na varanda do andar superior. Ele me guiou até a varanda, indicou uma poltrona confortável para que eu sentasse e me pediu licença, disse que voltaria logo e saiu da varanda. O que esse homem está tramando afinal?

Ele não demorou mais que alguns poucos instantes para voltar, mas quando apareceu prendi a respiração. O filho da mãe trocou de roupa, voltou só com uma calça de moletom cinza, trazia uma camiseta branca na mão e só se vestiu depois que já estava sentado na minha frente. Fiquei muda, passada e morta, isso não vai prestar.

Ficamos nos encarando, a expressão do rosto dele era séria. Esperei ele dizer algo, mas como nada saia da boca dele resolvi quebrar o silêncio:

- Então Sr. Stanton qual é o real motivo para estarmos aqui? Não acho que tenha nada a ver com a minha contratação. – não sou boba moço, quer alguma coisa comigo fala logo e pronto.

Ele não mudou a expressão, levantou estendeu a mão e disse:

- Vem comigo. – minha mão gelada na mão gelada dele.

Caminhamos até uma porta no mesmo andar que estávamos. Ele fez um gesto para que eu entrasse primeiro e entrou atrás de mim em um quarto, provavelmente o dele. Mal dei alguns passos ouvi a porta sendo fechada, meus sangue congelou, eu conseguia ouvir meu coração martelando feito louco, calma mulher, foco. Senti que ele estava parado atrás de mim, me virei decidida a confrontá-lo.

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