Se eu dissesse que não consegui dormir naquela noite pensando nela, vocês acreditariam?
Pois bem, foi o que aconteceu. E isso nunca tinha acontecido comigo antes. Jamais a imagem de mulher alguma tinha provocado em mim tal sensação. Senti raiva de mim mesmo por tê-la magoado. E sim, eu sei que a magoei, julgando pela carinha de decepção que ela me encarou quando fechou a porta na minha cara. E ao contrário de ficar irritado, como certamente eu ficaria, eu me sentira culpado.
No domingo fiz tudo o que Zuria me pedira. E ela estava impossível. Queria ir a mil lugares, comprar zilhões de coisas. E aquilo me cansava. E como cansava. O único que me mantinha feliz era saber que dali a menos de 24 horas eu veria Anahí e que, por sorte, a minha adorada esposa decidira começar a trabalhar só na semana que vem. E veja só, nessa altura eu já estava cogitando a ideia de contar para Anahí toda essa história nada irrelevante de eu ser casado. E eu nunca cogitara contar isso para nenhuma das mulheres com quem já havia saído. O que é um grande sinal de que eu estava começando a me preocupar com Anahí, sinal que eu preferi ignorar.
Quando cheguei ao escritório na segunda, Anahí havia saído com Christopher. O que não me agradou em nada. Foram visitar um centro comercial sei lá aonde. E para a minha infelicidade eles só voltaram depois do almoço, e Christopher parecia feliz demais para o meu gosto.
Christopher: Você tem que aprender a bater antes de entrar. – Disse-me enquanto revisava uns papéis.
Alfonso: Posso saber o motivo do sorriso bobo? – Perguntei, sentando-me na cadeira em frente à mesa.
Christopher: O que? Deu pra reparar no meu sorriso agora? – Debochou.
Alfonso: É difícil não reparar quando ele está ocupando quase toda a sua cara! – Grunhi.Christopher: Ah me poupe, Alfonso! – E como dele eu não conseguiria tirar nada, resolvi tentar com Anahí.
Ela estava sozinha na sala quando eu entrei. Estava concentrada desenhando algo, nem se deu conta de que eu me aproximava.
Alfonso: Anahí? – Chamei-a já a poucos passos dela.
Anahí: Oi. – Levantou os olhos – Precisa de algo? – Perguntou-me extremamente profissional.
Alfonso: Preciso falar com você. – Ela suspendeu uma sobrancelha, mas não disse nada – Quero me desculpar por ontem. Eu lamento muito. Não pude ir à tarde e não tive como avisar. Eu sinceramente queria estar com você, Anahí. – Ela me analisou parecendo pensar. E eu não sabia descrever o que exatamente estava passando por aquela cabeça. E aquilo me atordoava.
Anahí: Tudo bem. – Disse por fim – Não queria ter batido a porta na sua cara. Me desculpe. – Abriu um leve sorriso e aquilo bastou para melhorar o meu dia. Descobri ali que um simples sorriso dela era capaz de fazer-me sentir melhor.
Alfonso: Um jantar para me desculpar? – Sugeri.
Anahí: Não dá. Hoje fiquei de jantar na casa dos meus pais.
Alfonso: Pode ser. – Convidei-me para ir junto. Não me perguntem por que eu fiz isso, o fato é que eu só queria estar com ela, parecia que a sua simples presença me bastava.
Anahí: Como assim 'pode ser'? – Perguntou-me confusa.
Alfonso: Podemos ir jantar com os seus pais. – Dei de ombros.
Anahí: 'Podemos'? – Eu assenti – Ah, meu Deus, Alfonso. Isso não faz o menor sentido. – E realmente não fazia. Mas quem se importa com isso?
Alfonso: O que há de errado? Somos amigos, não somos?
Anahí: Somos colegas de trabalho. E eu não levo colegas de trabalho para jantar na casa dos meus pais.
Alfonso: Ah Anahí. Não seja estraga prazeres. Por favor.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Palavras, apenas palavras
FanfictionPalavras podem ferir, ou podem te fazer a pessoa mais feliz do mundo. Uma simples palavra é capaz de te levar ao céu, ou te atirar sem piedade ao inferno. Elas podem ser motivo de alegria, ou do mais doloroso choro. Palavras prometem, aliviam, engan...