Capítulo 24

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Philip

Esperei ansiosamente que a Luce viesse abrir a porta, eu tinha um buquê de rosas na mão e uma caixa de chocolate na outra, mulheres gostavam dessas coisas, eu tinha que ser menos canalha.

Quando ela abriu a porta e abriu o sorriso, eu derreti, ela usava um vestido fino alaranjado, justinho nos seios e cintura e curto, ela queria provocar, a cor combinava com seu tom de pele e era até fácil de tirar.Ela olhou para minhas mãos ocupadas e jogou o cabelo de lado, me ajudando a segurar.

  - Eu te ajudo, vai levar isso que horas para a Lívia? - ela perguntou normalmente.

  - Lívia?

  - Sim, já arranjou outra?

  - Pare de ser tosca - eu disse, apesar de quê, ela era a outra - São para você.

  - Mentira... Sério? - ela sorriu novamente e eu fiquei realizado, ela abraçou-me e eu descansei minha cabeça em seu ombro, sentindo o cheiro de seu cabelo.

  - Gostou?

  - Amei! Entre! Consegui comprar uma pizza de última hora.

  - E o que tanto fizeste para não lembrar do nobre cavalheiro que viria visitá-la?

  - Trabalho, meu caro!

  Eu ri e me acomodei em seu sofá, a chamando para perto de mim, ela mandou eu esperar, a vi colocar as rosas com cuidado em um jarro e guardar o chocolate em um armário pequenino, depois colocou a pizza no forno e veio juntar-se a mim.

Seu cheiro foi o primeiro a chegar, mas antes dele, minha vontade já residia. Ela olhou-me alegre e eu me senti em casa, a puxei para perto e beijei sua bochecha, respeitando sua boca.

  - Como foi lá? - ela indagou.

  - Foi maravilhoso.

  - Só isso? Nada a dizer sobre bundas, meninas, fugidinhas, metidinhas...?

  - Só com a Lívia mesmo!

  - Que milagre ! - ela endireitou-se no sofá cruzando as pernas, eu queria poder acaricia-las.

  - E como foi por aqui?

  - Entediante!

  - Eu não parei de pensar em você! - admiti, a olhando para saber sua reação.

  - Acho que a pizza já está no ponto! - ela levantou-se ignorando minha confissão e eu tentei segurar a decepção.

  Sentei à mesa e ela agachou-se para tirar a pizza do forno, tentei ver um pouquinho de pele, mas foi em vão; ela colocou dois pratos na mesa e dois copos, depois a pizza e em seguida cortou seu pedaço, deixando que eu cortasse o meu, eu nem estava com fome.

  - Só isso? - ela perguntou olhando para a fatia.

  - Não estou com fome.

  - Dizia - ela fez cara d chateada.

  - Vamos comer!

  Seguimos em um silêncio constrangedor, acho que a minha confissão tinha vindo em hora errada. Ela lavou os pratos e eu sequei, voltamos para o sofá. Ela apoiou sua cabeça em meu ombro e suspirou:

  - Eu também senti a sua falta, pensei muito em você e fiquei entediada.

  - Por que você quase nunca admite as coisas quando pergunto?

  - Com você eu travo, mas respondo.

  - Acho que vou terminar com a Liv!

  - Por que? - ela olhou para mim.

  - Eu quero outra menina - afirmei.

  Ela me olhou desconfiada.

  - Argh! Pare quieto! Será que as vezes não te dar nenhuma vontade de gostar? De respeitar? De não sair e ficar ali, do ladinho, conversando?

  Eu ri. Eu estava fazendo isso, ela estava causando isso, e era ela quem eu queria. Ela era cega ou se fazia?

  - Qual o teu problema, Luce?

  - O seu problema que está em questão.

  - Não não! - eu estava começando a me irritar - Olhe só... que diabos estou fazendo agora?

  - Conversando comigo.

  - Estou quieto, conversando, sem sair, preso nessa boca e nesse corpo, mesmo assim estou só conversando e o que você faz? Não percebe! Finge não ver o que está bem na sua frente e esse fogo entre suas pernas.

  - Você não tem jeito mesmo, não é? Tentando levar mais uma para cama.

  - Não estou tentando! Não agora! Só quero que entenda, que me entenda.

  - Entender o quê?

  - Que eu quero você!

  - Nós já ficamos.

  - Eu quero mais, sempre mais! - me aproximei e ela se afastou.

  - Você está com a Lívia.

  - Por isso vou terminar.

  - Não acredito que você quer estragar nossa amizade!

  - Só quero melhorá-la - sorri gentilmente, ela precisava entender minhas vontades.

  - Por favor, não complique as coisas.

  - É melhor você ir embora! - ela levantou-se carregando consigo minha esperança.

  Levantei e passei a mão no cabelo, ela ficou me observando enquanto esperava na porta, a encarei de cara fechada e ela sorriu.

  - Não vejo graça! - disse.

  - E eu não vejo o porquê dessa cara fechada.

  - Deve ser porque você é a menina que pisa em mim.

  - Só quero o nosso bem.

  - Nosso? Aaah tá! - passei por ela e fui andando.

  Cheguei embaixo e fui caminhando pela rua até o carro que estava escondido, a rua estava calma, eu só queria dormir, estava tudo dando errado em relação a ela. Chutei uma pedra que voou batendo em um poste, eu queria quebrar tudo.

  - Espera...

  A ouvi gritar, era a Luce, ela vinha toda ofegante para meu lado.

  - Fala! - a olhei com esperança.

  Ela foi aproximando-se ofegante e parou colocando as mãos em meu tórax, deixei que se acalmasse e esperei o que viria.

  - Phil... Eu... - ela respirou fundo - Estou voltando para casa.

  - Han?

  - Para minha cidade! Queria te contar, mas lembrei só agora, não sei se volto mais para cá!

Quando vira amorOnde histórias criam vida. Descubra agora