Philip
Esperei ansiosamente que a Luce viesse abrir a porta, eu tinha um buquê de rosas na mão e uma caixa de chocolate na outra, mulheres gostavam dessas coisas, eu tinha que ser menos canalha.
Quando ela abriu a porta e abriu o sorriso, eu derreti, ela usava um vestido fino alaranjado, justinho nos seios e cintura e curto, ela queria provocar, a cor combinava com seu tom de pele e era até fácil de tirar.Ela olhou para minhas mãos ocupadas e jogou o cabelo de lado, me ajudando a segurar.
- Eu te ajudo, vai levar isso que horas para a Lívia? - ela perguntou normalmente.
- Lívia?
- Sim, já arranjou outra?
- Pare de ser tosca - eu disse, apesar de quê, ela era a outra - São para você.
- Mentira... Sério? - ela sorriu novamente e eu fiquei realizado, ela abraçou-me e eu descansei minha cabeça em seu ombro, sentindo o cheiro de seu cabelo.
- Gostou?
- Amei! Entre! Consegui comprar uma pizza de última hora.
- E o que tanto fizeste para não lembrar do nobre cavalheiro que viria visitá-la?
- Trabalho, meu caro!
Eu ri e me acomodei em seu sofá, a chamando para perto de mim, ela mandou eu esperar, a vi colocar as rosas com cuidado em um jarro e guardar o chocolate em um armário pequenino, depois colocou a pizza no forno e veio juntar-se a mim.
Seu cheiro foi o primeiro a chegar, mas antes dele, minha vontade já residia. Ela olhou-me alegre e eu me senti em casa, a puxei para perto e beijei sua bochecha, respeitando sua boca.
- Como foi lá? - ela indagou.
- Foi maravilhoso.
- Só isso? Nada a dizer sobre bundas, meninas, fugidinhas, metidinhas...?
- Só com a Lívia mesmo!
- Que milagre ! - ela endireitou-se no sofá cruzando as pernas, eu queria poder acaricia-las.
- E como foi por aqui?
- Entediante!
- Eu não parei de pensar em você! - admiti, a olhando para saber sua reação.
- Acho que a pizza já está no ponto! - ela levantou-se ignorando minha confissão e eu tentei segurar a decepção.
Sentei à mesa e ela agachou-se para tirar a pizza do forno, tentei ver um pouquinho de pele, mas foi em vão; ela colocou dois pratos na mesa e dois copos, depois a pizza e em seguida cortou seu pedaço, deixando que eu cortasse o meu, eu nem estava com fome.
- Só isso? - ela perguntou olhando para a fatia.
- Não estou com fome.
- Dizia - ela fez cara d chateada.
- Vamos comer!
Seguimos em um silêncio constrangedor, acho que a minha confissão tinha vindo em hora errada. Ela lavou os pratos e eu sequei, voltamos para o sofá. Ela apoiou sua cabeça em meu ombro e suspirou:
- Eu também senti a sua falta, pensei muito em você e fiquei entediada.
- Por que você quase nunca admite as coisas quando pergunto?
- Com você eu travo, mas respondo.
- Acho que vou terminar com a Liv!
- Por que? - ela olhou para mim.
- Eu quero outra menina - afirmei.
Ela me olhou desconfiada.
- Argh! Pare quieto! Será que as vezes não te dar nenhuma vontade de gostar? De respeitar? De não sair e ficar ali, do ladinho, conversando?
Eu ri. Eu estava fazendo isso, ela estava causando isso, e era ela quem eu queria. Ela era cega ou se fazia?
- Qual o teu problema, Luce?
- O seu problema que está em questão.
- Não não! - eu estava começando a me irritar - Olhe só... que diabos estou fazendo agora?
- Conversando comigo.
- Estou quieto, conversando, sem sair, preso nessa boca e nesse corpo, mesmo assim estou só conversando e o que você faz? Não percebe! Finge não ver o que está bem na sua frente e esse fogo entre suas pernas.
- Você não tem jeito mesmo, não é? Tentando levar mais uma para cama.
- Não estou tentando! Não agora! Só quero que entenda, que me entenda.
- Entender o quê?
- Que eu quero você!
- Nós já ficamos.
- Eu quero mais, sempre mais! - me aproximei e ela se afastou.
- Você está com a Lívia.
- Por isso vou terminar.
- Não acredito que você quer estragar nossa amizade!
- Só quero melhorá-la - sorri gentilmente, ela precisava entender minhas vontades.
- Por favor, não complique as coisas.
- É melhor você ir embora! - ela levantou-se carregando consigo minha esperança.
Levantei e passei a mão no cabelo, ela ficou me observando enquanto esperava na porta, a encarei de cara fechada e ela sorriu.
- Não vejo graça! - disse.
- E eu não vejo o porquê dessa cara fechada.
- Deve ser porque você é a menina que pisa em mim.
- Só quero o nosso bem.
- Nosso? Aaah tá! - passei por ela e fui andando.
Cheguei embaixo e fui caminhando pela rua até o carro que estava escondido, a rua estava calma, eu só queria dormir, estava tudo dando errado em relação a ela. Chutei uma pedra que voou batendo em um poste, eu queria quebrar tudo.
- Espera...
A ouvi gritar, era a Luce, ela vinha toda ofegante para meu lado.
- Fala! - a olhei com esperança.
Ela foi aproximando-se ofegante e parou colocando as mãos em meu tórax, deixei que se acalmasse e esperei o que viria.
- Phil... Eu... - ela respirou fundo - Estou voltando para casa.
- Han?
- Para minha cidade! Queria te contar, mas lembrei só agora, não sei se volto mais para cá!
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Quando vira amor
RandomDepois do término de seu namoro, Luce sente a necessidade de seguir em frente, o imprevisível acontece e ela viverá de cabeça para baixo tentando se dar bem na vida tanto profissional quanto amorosa, mas o que fazer quando se encontra alguém que te...