Num fim de tarde ensolarado do Rio de Janeiro tudo começou. Chegavam-se os preparativos para a virada do ano, a cada segundo que passava o ano de 2020 se tornava mais próximo. Ouvia-se uma discussão vinda de um agitado apartamento localizado na Taquara:
— Eu já falei que eu não vou de Uber, Jaemin. Sempre que a gente anda de Uber eu que pago, hoje é sua vez de andar de ônibus pela primeira vez.
— Julie, amor, eu não sei o que fazer mas você não tá entendendo, eu não vou andar de ônibus nunca! Eu não sei andar de ônibus e vou continuar sem saber!
— Jaemin se você não decidir agora eu vou desligar essa merda desse telefone na sua cara, ou você vai de ônibus comigo ou você passa a virada de ano sozinho.
— Eu até quero passar com você po mas eu não sei nem fazer sinal pro ônibus parar, e sinceramente, não quero aprender, prefiro que minha mãe leve mas aí você teria que ir até lá sozinha com seus amigos, ok?
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Julie desligou o telefone na cara de Jaemin assim que ouviu isso e clamou: — Filho da puta arregaçado.
Enquanto isso do outro lado da linha se tinha um Jaemin totalmente tranquilo e que não tinha nem tomado banho ainda para a tal virada do ano. Não que Jaemin fosse porco, o sujeito até que é bem limpinho e planejava ficar super cheiroso para a noite. O tal 'Réveillon', data tão esperada por algumas pessoas era só mais uma data comum para Jaemin, o garoto acreditava que toda virada de ano era como se fosse um dia completamente normal porém com fogos, o que tornava pra ele incômodo já que o mesmo não gosta muito do barulho dos fogos. Pode-se dizer que Jaemin não tinha esperança nenhuma para aquela noite, seria só uma virada monótona na praia ao lado de sua quase namorada Julie, que por sinal havia acabado de brigar por telefone.
17:00
No mesmo horário, porém em bairros diferentes, havia numa casa um casal um pouco diferenciado.
— Amor eu to sugerindo de passar a virada dentro do hotel a um tempão, já fiz uma diária até porque não acho que vai ser seguro ficar na areia da praia, você sabe que fica cheio de favelad-... pessoas perigosas lá pelo pelo posto 3.
— Doyoung, eu não vou mudar de ideia, já combinei com todo mundo, eu, Julie, Jojo, Jonnes, Adrien... vamos todo mundo ficar juntos na areia do posto 3, tudo bem?
— NÃO TÁ TUDO BEM, AMOR! Eu não vou passar a virada do ano no meio do furdúncio. — Declarou Doyoung enquanto apoiava a mão na cabeça nervoso.
— Primeiro de tudo, para de gritar porque ninguém é surdo aqui; Segundo, já combinamos desde julho que vamos passar a virada na areia do posto 3, eu já te falei os motivos de não passarmos no hotel, é caro e não poderíamos passar todos juntos.
— Andy, eu não to nem aí de passar junto, não conheço seus amigos. Eu já fiz a diária pra mim e pra você, se seus amigos não puderem pagar o problema é deles. Eu quis reservar uma diária no hotel só pra gente poder ver os fogos em segurança e não no meio da muvuca, amor. Você sabe que eu não gosto de muvuca.
— A resposta é não, a gente vai fazer o que já tá combinado ô caralho. Não vai mudar nada.
— Tomara que você e seus amigos sejam assaltados então pra aprender. Nunca vi gente pra gostar de multidão, você sabe que vai tá cheio de pobre lá né?? POBRE. Vai ter gente do Rio das Pedras, Andy Louis, fica comigo no hotel por favor.
— Não e ponto final, não vou discutir. Eu falei pra você não gastar dinheiro reservando nada, se quiser ir pro seu quarto no hotel fique à vontade, e se quiser ficar comigo e com meus amigos fique à vontade também, agora vamo logo pra praia que tá escurecendo já.
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