Numa imensa floresta, úmida dos trópicos, vivia Jac, um pequeno macaco, em plena adolescência, um mico leão dourado. Convivendo entre o seu grupo, por muitas vezes achava toda aquela rotina diária chata. Procurar comida. Procurar abrigo seguro. Estar ligado o tempo todo nos possíveis predadores que poderiam estar à espreita aguardando só um descuido do bando para os atacar. Era cansativo. Faltava algo que desse ânimo aquele pobre mamífero.
Até que um dia Jac decide se aventurar pela mata, quebrando as regras impostas pelos mais velhos.
Acabou por descobrir novos lugares onde jamais esteve, árvores jamais vistas, rios com água cristalina, plantas com cheiros únicos. Tudo era novo para ele. A sensação de liberdade era inexplicável, nunca havia se sentido daquela forma. Jac encontra mais um rio e na margem dela, uma árvore imensa que parecia ter milhares de anos. Decide subir nela. Até que em meio a alguns galhos, ele se depara com uma crisálida (foto) de uma borboleta. E fica fascinado. Nunca vira algo tão frágil e almejou protegê-la a todo custo. Sentia que devia cuidar daquele ser, pois algo lhe dizia que era a sua missão. Decidiu ficar nas redondezas, aguardando todo aquele processo de metamorfose acabar. Ele observava atentamente a cada detalhe.
Até que a noite cai e o sono bate à porta de Jac. Lutando contra ela, os olhos quase sendo vencidos, por um instante ele desliga. Mas por algum motivo, algo em seu coração grita mais forte e ele desperta. Dá de cara com uma caranguejeira pronta para atacar sua amada. Num ato veloz e de coragem, Jac pega com as próprias mãos a aranha e a arremessa em direção ao rio que passava ao lado árvore. Ela acaba sendo levada pelas correntezas de forma violenta, até uma queda d'água que ficava a poucos metros dalí.
Aliviado, prometeu à amada que jamais deixaria algo de ruim acontecer contra ela. E assim o fez.
Ao amanhecer do dia, a crisálida se abre. Revelando assim uma borboleta linda com cores roxas e azuis, fazendo um contraste exuberante contra a luz do sol. Jac se apaixonaria mais uma vez. A felicidade em ver sua amada finalmente livre e completa, fazia seu coração ferver. A chamou de Líria.
Ela voou por alguns instantes saindo de perto da árvore que foi sua casa por várias semanas. Seu vôo era majestoso. Jac o acompanhava de longe. Por um instante acabou achando que ela não voltaria. Mas estava tudo bem. Sua missão já estava comprida. Ou não.
Jac decide volta pra casa, e pulando de galho em galho, avista Líria, que pousa em seus ombros, que decide acompanha-lo até seu bando. E decide ficar.
Agora, Jac se sentia mais livre do que nunca, ao lado da sua amada e preciosa Líria. Juntos voariam longe, sem medo, apenas com um objetivo: viver.
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O que realmente importa
FantasyÀs vezes precisamos conhecer alguém para nos mostrar o caminho. Viver