Capítulo 1

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Lucrecia

Depois de todo o ocorrido daquela fatídica noite em que senti o apoio de todos os meus amigos e até mesmo de pessoas que por vezes tratei extremamente mal, não consigo focar em mais nada. Uma pessoa normal, em uma situação normal procuraria ajuda psicológica, mas eu não posso me abrir, não posso contar o que houve naquela noite.

Me sinto presa em mim mesma. A cena de Polo olhando em meus olhos enquanto a garrafa entrava em seu tórax não sai da minha mente um só segundo. Tenho pesadelos todas as noites. Essa noite não é diferente.

Estou andando por um corredor escuro e não encontro saída, entro em desespero. Olho por todos os lados e não enxergo nada além do escuro, sinto como se houvessem pessoas me vigiando, me observando, surrando. Sinto uma voz conhecida falando "Eu sei o que você fez. Eu vou contar". Sinto mãos me tocando, me sacudindo. E eu grito o mais forte que posso.

- Lucrecia, Lucrecia. Acorda! LUUUUUU. – Nadia me sacode, tentando me despertar. Acordo do terrível pesadelo, suada e ofegante.

- O que houve, teve outro pesadelo? – Nadia pergunta.

Olho para ela meio atordoada, ainda sem saber onde estou direito.

- Ah, sim. Outro pesadelo daqueles. Nadia, eu não consigo. Simplesmente não consigo superar. Isso está me corroendo, me destruindo. Sei tudo que fizeram por mim, mas não sei se consigo.

- Você consegue. É mais forte que pensa e estou aqui pra você.

Olho Nadia com carinho e gratidão. Nunca pensei que essa amizade poderia acontecer, mas ela vem sendo meu suporte, dia após dia.

- Anda, levanta, toma um banho e se arruma. Precisamos nos apresentar a faculdade.

Dei um salto da cama e fui me arrumar. Hoje iriamos nos apresentar a faculdade e verificar nossa grade curricular.

Saímos do hotel correndo em busca de um táxi. Estamos ficando em um hotel, temporariamente, até encontrarmos um local para morarmos ou um alojamento no campus.

- Nadia, vamos minha querida, você é muito lenta.

- Lucrecia, se você continuar falando, juro que eu...

- Olha! Um táxi, vamos honey. – Acenei para o Táxi, ele parou e entramos. Demos o endereço da Universidade e pedi para que fosse o mais rápido possível.

Chegamos ao Campus, atrasadas é claro. Enfrentamos um trânsito dos infernos, o que já era de se esperar, afinal estamos em New York, Bitches!

Entramos correndo para encontrar com o Reitor. Ao chegarmos à Secretaria, informamos nossos nomes e aguardamos até sermos chamadas.

O Reitor era um senhor de aproximadamente 60 anos, com cara severa e pose desafiadora. Ele nos convidou a entrar em sua sala, levantamos eu e Nadia, me coloquei a sua frente, claro! Obviamente não a deixaria entrar na minha frente.

Estendi minha mão e sorri com toda doçura.

- Bom dia, Senhor Coastworth. Me chamo Lucrecia Montesinos Hendrich. Devo dizer que estou extasiada em iniciar na Columbia. Obrigada por nos receber. Esta é Nadia, estudamos juntas em Las Encinas.

- Prazer Lucrecia. Prazer Nadia. – O Reitor estende a mão para nós duas e indica para que entremos na sala.

- Bom, ficamos muito contentes em termos alunas com currículos tão excepcionais como vocês em nossa instituição. Esperamos que aproveitem bastante nossos recursos e que se sintam acolhidas. Indicarei um aluno para que acompanhem as senhoritas pelo Campus e possam conhecer nossas instalações.

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