Prólogo

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Rick

Nunca tinha imaginado que seria tão difícil fazer um álbum acústico. Estávamos ensaiando havia meses, e ainda não tínhamos conseguido finalizar o projeto. Se eu soubesse que teria tanta resistência pelo caminho, nem teria dado essa ideia aos meus companheiros de banda. Porém, era tarde para voltar atrás, já estávamos com o primeiro show acústico agendado para dali a dois meses, mas eu tinha a impressão de que seria o único que faríamos.

Perdi as contas de quantas vezes iniciara o solo no piano daquela música, mas as notas insistiam em não formar uma melodia, estava faltando algo, e eu não fazia ideia do que fosse. Pela expressão angustiada dos meus amigos, nem eles tinham uma vaga ideia.

— Acho que devemos desistir — resmungou Jonas, largando sua guitarra num canto do estúdio que alugáramos no Soho para os ensaios. Olhei para meu amigo, aquele que nunca desistia de nada, e me preocupei.

— Não podemos simplesmente desistir agora — emendou Jack, o vocalista da banda e o primeiro a nos colocar em situações constrangedoras, mas dessa vez a culpa era toda minha. Apesar de ele não dizer nada, eu sabia que deveria dar um jeito naquela merda.

— Talvez devamos dar um tempo nos ensaios — sugeriu Bob, deixando seu baixo ao lado da guitarra do Jonas e se sentando no chão.

— Quantas vezes demos um tempo desde que começamos esses ensaios? — questionou Freddy.

— Tantas que perdemos a conta — respondi aflito, virando-me para os meus amigos.

— Não aguento mais esses ensaios que não nos levam a nada — sentenciou Jonas, roubando a minha atenção para ele.

— Estamos há um bom tempo tentando produzir um álbum acústico, mas não chegamos nem à metade. Tudo que fizemos agora não é diferente do que outras bandas de rock já fizeram, é apenas mais do mesmo, e isso não é nada bom — explicou Jack, tentando justificar nossos erros.

— Quem disse que devemos fazer algo novo? — questionou Bob.

— Ninguém — respondi.

— Podemos melhorar algo que já existe, talvez adaptar nossas músicas e fazer uma versão acústica de todas elas — sugeriu Jonas.

— Não é uma má ideia. Talvez, com algumas adaptações, nossas velhas músicas possam funcionar — eu disse um pouco mais animado.

Com essa nova ideia em mente, voltamos a tocar, porém dessa vez escolhemos a música Only One Time, a mais tocada nos nossos shows, para uma versão acústica. Sentei-me ao piano para fazer um solo de abertura, e outros músicos entraram no estúdio para me acompanhar nos novos arranjos que eu fazia para a canção. Alguns deles eu já conhecia, pois estavam conosco desde o começo daquela loucura toda; outros, eram a primeira vez que apareciam para tocar conosco. Tentei me concentrar no piano e arranjos que precisaria fazer para deixar a canção mais instrumental, até que ouvi um violino no canto do estúdio tocando na mesma sintonia que a minha. Nossa conexão era tão perfeita que não olhei quem estava ali tocando comigo, a apenas alguns passos de distância.

Fechei meus olhos e continuei deixando a música invadir minha alma, como ela sempre fazia. Era a primeira vez que eu conseguia fazer essa conexão desde que começamos a loucura do acústico, por isso não podia parar de tocar. Respirei fundo, mas não deixei que meus dedos saíssem das teclas do piano. A música me levou para longe, era como se eu estivesse em outra dimensão. Meu coração batia na mesma sintonia da melodia, meus olhos permaneciam fechados, e eu sabia que enfim tinha conseguido encontrar o que vínhamos procurando durante todos aqueles meses.

— Perfeito — murmurei assim que pressionei a última tecla, e o violinista, seu último acorde.

— É isso, meus companheiros! — gritou animado o Jack dando tapinhas nas minhas costas.

— Você conseguiu — elogiou Jonas, abraçando-me em seguida.

Fiquei ali comemorando com meus companheiros de banda, sorrindo e recebendo um elogio atrás do outro, até que me lembrei de que não tinha tocado a música sozinho; se não fosse pelo acompanhamento dos outros músicos, especialmente do violinista, eu não teria conseguido terminar aquele arranjo. Por essa razão me afastei dos meus amigos e fui procurar o músico por trás daqueles acordes que me acompanharam com tanta perfeição.

Assim que me aproximei para cumprimentá-lo, tive duas surpresas: primeiro, não era um homem, como imaginara desde o começo, mas uma mulher. Ela estava de costas guardando o violino e, quando se virou, ficando de frente para mim, arregalei meus olhos, espantado, tendo a segunda surpresa.

— É você!

_________________XOXO_____________________________________

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⏰ Última atualização: Sep 30, 2020 ⏰

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O Reencontro - Série: Os Garotos de JerseyOnde histórias criam vida. Descubra agora