Sign Of The Times

393 31 37
                                    

Apenas pare de chorar
É um sinal dos tempos
Bem-vindo ao show final
Espero que você esteja vestindo suas melhores roupas
Você não pode subornar a porta em seu caminho para o céu
Você parece estar muito bem aqui embaixo
Mas você não está realmente bem

— Me dá isso. — Eu ordenei para Reggie e ele continuou parado e confuso com a minha reação. — Anda logo, me dá isso!

Ele revirou os olhos e me entregou o abridor de cartas. Nas minhas mãos, eu o verifiquei de perto, era exatamente o mesmo. O mesmo que meu pai tirou das minhas mãos naquele dia antes de Archie me levar para fora.

— Para que você quer essa porcaria? — Ele cruzou os braços sobre o peito, mal humorado.
— Pra enfiar nos seus olhos. — Eu fiz uma cara feia e mostrei a língua para ele. — Não é da sua conta. Vamos continuar procurando.

Coloquei o objetivo afiado sobre a mesma pasta do contrato de internação e me voltei para os papéis novamente, tentando ignorar o mal humor de Reggie que só me irritava ainda mais. Porque o meu pai havia guardado a arma do crime ali? Eu não conseguia entender. Era algo que podia ser usado como prova contra nós.
Já era noite lá fora quando eu e Reggie finalmente terminamos com os papéis. Ele acendeu a lareira e os jogava no meio das chamas. Eu estava sentada no canto da mesa do meu pai, pensando em tudo aquilo enquanto Reggie mexia nos armários do outro lado da sala.

— Olha só o que eu achei. — Reggie veio na minha direção com um sorriso vitorioso e uma garrafa de bourbon na mão.
— Então devolve onde você achou. — Falei sem paciência, tirando os óculos para descansar os olhos.
— Você costumava ser mais divertida. — Ele abriu a garrafa e deu um gole mesmo assim.
— O tempo passa, as pessoas mudam.

Ele veio até o meu lado e se encostou na mesa, apontando a garrafa na minha direção e eu a empurrei de volta para ele, revirando os olhos. Peguei meu celular sobre a mesa, eu ia ligar para Jughead vir me buscar quando ouvimos um barulho de fora da sala, como vidro quebrando.

— Você ouviu isso? — Reggie se afastou da mesa.
— Sim. — Eu desci da mesma em seguida.

Reggie levou o dedo indicador aos lábios, fazendo sinal de silêncio para mim. Ele começou a caminhar lentamente em direção a porta de saída que estava aberta, tentando não fazer barulho com seus passos. Não havia nenhuma luz acessa além do cômodo que estava estávamos, lá fora na completa escuridão passos pesados ecoavam. Reggie sumiu pela porta e eu fiquei agoniada.
Houve um momento de silêncio antes de ouvir as pancadas brutas, eu não podia enxergar mas sabia que algo muito errado estava acontecendo lá fora. Ouvi Reggie gemer e em seguida um barulho alto de algo quebrando. Encarei a porta com expectativa, dando alguns passos para trás e esbarrei na mesa. Tateei com as mãos até alcançar o abridor de cartas e segura-lo.
Um homem apareceu na porta da sala, usando uma máscara negra de esquiador que escondia completamente o seu rosto, revelando apenas um par de olhos com um brilho assassino. Ele não hesitou em partir na minha direção, eu levantei a faca e tentei golpeá-lo. Ele agarrou o meu braço com facilidade e o torceu e apertou, me virando de costas para ele. Eu tentei lhe acertar um soco com a outra mão livre, ele agarrou a minha nuca e empurrou meu rosto em direção a mesa, me prendendo ali. Ele tomou o abridor de cartas da minha mão e me deu uma joelhada na perna, me fazendo cair de joelhos no chão com a dor. O capuz negro correu em direção a saída e fugiu.
Eu me encolhi com a dor no chão e me esforcei para levantar, mancando até a sala escura.

— Reggie? — Eu o chamei e não tive resposta.

Acendi a luz daquela sala para revelar Reggie caído sobre uma mesa quebrada e desmaiado.

War Of HeartsOnde histórias criam vida. Descubra agora