Flayor- Colegial

Boas Vindas

Flayslane

Cheguei atrasada, tive que pegar dois ônibus até aqui. Era difícil ser bolsista em uma faculdade tão prestigiada e passar por tantas necessidades ao mesmo tempo.

Pedi licença ao coordenador do curso, que já iniciava o discurso de iniciação das aulas enquanto eu havia chegado basicamente uns cinco minutos depois.

Entrei e meus olhos foram instantaneamente de encontro aos de Felipe, que estava no fundo da sala rindo e brincando com seus amigos idiotas de sempre. Nada havia mudado.

Me vendo, paralisou o que fazia e sorriu em minha direção. Sentia falta da nossa proximidade dos primeiros anos.

Sentei na frente ao lado de Ana e Clarice, as mais excluídas da turma assim como eu, que me deram boa noite.

A necessidade de foco no curso foi o que me motivou abandonar as más companhias, além é claro de o complexo delas de patricinhas de Beverly Hills que não tinha nada a ver comigo. Mas ainda sentia o olhar torto de Gizelly em minha direção. Sabia que ela me via como uma ameaça por ter sido tão próxima do seu novo alvo. Mas apenas ignorava.

O único resquício de popularidade que eu ainda tinha era minha relação com Felipe, havíamos nos afastado bastante desde que briguei com as meninas, mas ele ainda era muito atencioso e me ajudava no que precisava.

As primeiras aulas seguiram normalmente. No intervalo, eu e as meninas preferíamos ficar comendo e conversando na sala. Eram 21 h e eu ainda estava acostumada com as férias. Sentia sono.

Quando o sinal bateu, Felipe passou por minha classe e jogou:

Prior: E aí nerdzinha, vai ficar pra choppada hoje?

Flay: .... - Nesse momento procurava uma boa desculpa, mas percebi que não tinha.

Prior: Primeiro dia. Nada acumulado pra estudar... você vai. - Disse me apontando e olhando nos olhos, daquele jeito intimidador que ele achava que era.

Flay: Não tenho ônibus pra voltar pra casa. - Dei de ombros.

Prior: Te dou carona. Ou você pode ficar lá em casa, você que sabe.

Flay: Ta bom então. Se for assim...

Prior: Mais tarde vou querer te ver na mãozinha do palhaço. - Disse, rindo e provocando.

Felipe sabia do meu histórico com a bebida. Isso não era uma boa ideia... eu sempre ficava mais emotiva e falava demais, me jogava demais, as vezes passava vexame demais. Mas não deixaria acontecer de novo, não perto dele.