A Bruxa

Preliminares....

Era uma manhã especial, pois ao anoitecer, poderia ser vista uma bela e poderosa Lua Cheia no céu que iluminava o lar dos feiticeiros do clã da casa de Dracones Lux, cuja tradução do latim fica “Dragões de Luz”.

Ívina, cujo nome significa "Coração Protetor", havia acordado com um humor ótimo e muito inspirada, por isso, nem esperou sua irmã gêmea acordar e foi logo colher frutas na floresta. Vestida com uma túnica clara, colheu flores vermelhas, para o adorno que usaria naquela noite. Pegou uma porção de damascos, amoras e morangos para o café da manhã. Lembrou também de colher uvas, para a bebida que serviria ás aprendizes na hora da dança que fariam para a Deusa. Arrumou tudo que a natureza lhe permitiu e voltou para sua cabana.

O ar fresco da manhã a havia deixado corada e a coloração de seu rosto, combinava com o avermelhado de seus cabelos. Um tom de ruivo herdado pela sua mãe, a feiticeira Lanna, que morrera para proteger suas garotas ainda crianças.

Essa lembrança fazia o coração de Ívina se aquecer e ela se tornava ainda mais protetora do que seu próprio nome indicava. Sua mãe havia partido, mas, estava viva dentro das memórias e ensinamentos que havia passado para as irmãs.

Ela voltou para sua casa, preparou duas tigelas de frutas e as adoçou com mel. Colocou as uvas na geladeira para usá-las mais tarde. Foi para o lado sul da cabana, separou todas as ferramentas que precisaria para o adorno, sentou no chão e se pôs a trançar as flores, unindo-as com fitas leves e discretas. Afinal, deveria realçar a cor das flores.

Em pouco tempo a coroa de flores estava pronta. A jovem se levantou e colocou o adorno no topo de sua cabeça. - Que maravilha! - Ela exclamou. - Ficarei linda para celebrar a noite de nossa Deusa!

Estava tão entretida, que nem percebeu que Darah havia acordado e a observava á uma fração de minutos. Só percebeu sua presença, quando a irmã começou a rir.

- Como tu és boba, Ívi, fica aí se sentindo toda por causa de uma tiara feita de flores tão simples.

- Ah irmã querida, filha de nossa mãe, a poderosa Lanna. Tens a minha idade, mas, és tão imatura. Não vês que as flores não são o motivo da beleza deste adorno. A beleza vem do uso que farei de tal acessório. Eu o usarei esta noite. Lembras que hoje iremos agradecer á Deusa pelo mês abençoado que tivemos.

- Agora entendi a felicidade em teu rosto, Ívi. Honramos á Deusa, pois ela é nossa Grande Mãe, aquela que nos supre as necessidades e que nos ilumina a alma. Ela é nossa poderosa mãe. Mãe de Lanna e de todas as Dracones.

- Agora, venha comigo tomar o café da manhã que preparei. Vamos juntas, como irmãs, como futuras sacerdotisas de nossa grande Deusa. Vamos, irmã, a noite será bem agitada e precisamos preparar tudo para nossa dança.

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A manhã passou rapidamente, logo, as duas filhas de Lanna estavam aprontando os preparativos para a celebração. Enquanto uma preparava as bebidas e frutas que seriam servidas, a outra separava os adornos, enfeites e demais itens para a decoração das árvores do Círculo Sagrado.

Ao terminarem, foram chamar as jovens aprendizes, explicaram como cada uma deveria estar vestida e a ordem que iniciariam o círculo.  Foram então para a aldeia na base da floresta e convidaram as moças de lá, para se unirem á elas. Não era costume, ter jovens comuns em meio ás atividades do clã, porém, nas noites de lua cheia, eram chamadas para presenciarem os círculos e assim, também serem abençoadas pela Deusa.

Entre as jovens, estava Alinah, uma moça bonita e que há algum tempo estava encantada pelas tradições daquele povo tão unido. Ela sentia pureza e sabedoria emanando das irmãs Dracones, principalmente da misteriosa Ívina.